tag:blogger.com,1999:blog-94940812024-03-14T05:01:15.294-03:00Café ZurrapaSinta-se à vontade! Está vendo aquele sujeito de camisa amarela, encostado no balcão? Pois então... É o freguês mais antigo deste "café zurrapa", como tantos que existem no Largo da Lapa. Folião de raça, há muito já passou do quarto copo de cachaça! Como diria Ary Barroso: "isso não é chalaça"!Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.comBlogger130125tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-19968726565616739992022-11-12T11:57:00.000-03:002022-11-12T11:57:27.283-03:00O dia em que fui buscar um livro no sebo<p>Fui finalmente até o sebo resgatar o meu exemplar usado de <i>A república dos sonhos</i>. Saí de casa de blusa de manga comprida e calça porque o <a href="https://www.climatempo.com.br/">Climatempo</a> jurou que ia chover o dia inteiro. Tá um sol dos infernos e fui eu a pé até o sebo. </p><p>Chego lá, descubro que existem dois sebos (e eu poderia gastar um tempo falando do gato sialata desmaiado sobre os CDs da entrada, mas deixei ele quieto): um em cima e outro embaixo. Subo pro sebo certo. No caminho, vejo um exemplar de <i>2666</i>, do Roberto Bolaño, mas não paro para ver. Subo. </p><p>Duas mulheres estão na recepção do sebo, que virou um salão de beleza (mas a beleza é questionável). Inúmeros apliques de cabelo espalhados sobre a mesa, que uma está acho que tirando da cabeça da outra. Peço o livro, não aceitam cartão, só dinheiro, não tenho dinheiro, não aceitam pix, ando até o Itaú mais próximo, no meio do Saara. </p><p>Banco vazio, ô sorte, só que não, caixas com notas de 50 ou 100 reais. E a moça lá do sebo avisou que era pra levar trocado que ela não ia ter troco. Entro na fila dos caixas, duas pessoas na minha frente, não faço ideia de quanto tempo esperei, pareceu uma eternidade, mas consegui sacar. </p><p>Voltei. Reservei o Bolaño, que também custava 25 reais, e subi pra buscar o da Nélida. Espero que seja bom mesmo, depois disso tudo. O do Bolaño, no sebo de baixo, consegui comprar no cartão. De crédito. Na saída do sebo, fiz carinho no gato, que nem abriu os olhos para me ver. </p><p>Ao invés de encarar o caminho de volta até o trabalho, paguei feliz uma passagem de VLT até a Central, comecei a folhear os livros, e li o início da <i>República</i>... E, bem, talvez nem seja tudo isso, mas já me ganhou na primeira frase: “Eulália começou a morrer na terça-feira” (e era uma terça!). Vim pensando no peso extra que carregaria para casa no metrô. Enfim, perdoem a crônica, mas eu precisava desabafar. </p><p>Curiosidade: Bolaño não considerava Nélida uma boa escritora; Nélida o considera um sujeito desagradável (e provavelmente era mesmo). Quanto a mim, penso que nem sempre dá para separar sujeito e obra, porque muitas vezes a obra reproduz todos os defeitos do próprio autor. No entanto, algumas vezes, a obra é o que aquela pessoa tem de bom a oferecer. Então, vamos às obras. </p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEcn2HNb01mbAniyNuA4qgsn6w6l0JPeR2jV_VTFaPxlgNxhDHSwZcexk3e0oktfjC3A1LISUq51qxKJBgDnWqxDmbNfdMogyiUgXufFlgyLG1T5Rv3btKv_HWw7I9x75nYgBhoHevxum6PIux2flJBi91F0Rm-Q1dEbQ2Vt_TnhUc0sXK4RY/s1440/Ne%CC%81lida%20e%20Bolan%CC%83o.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1440" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEcn2HNb01mbAniyNuA4qgsn6w6l0JPeR2jV_VTFaPxlgNxhDHSwZcexk3e0oktfjC3A1LISUq51qxKJBgDnWqxDmbNfdMogyiUgXufFlgyLG1T5Rv3btKv_HWw7I9x75nYgBhoHevxum6PIux2flJBi91F0Rm-Q1dEbQ2Vt_TnhUc0sXK4RY/w400-h400/Ne%CC%81lida%20e%20Bolan%CC%83o.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nélida e Bolaño de costas para o Campo de Santana.</td></tr></tbody></table><br /><br /><div>P.S.: Reativei o blog, mais de 10 anos depois, mas ainda não sei com que frequência escreverei aqui.<br /><p><br /></p></div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-39204680515967566802012-07-30T17:23:00.004-03:002012-08-01T11:29:14.612-03:00A vizinha, o coelho e a pipoca<div style="text-align: justify;">
Não moro <st1:personname productid="em prédio. E" w:st="on">em
prédio. E</st1:personname> acho super estranho o costume que as pessoas têm de
cumprimentarem desconhecidos nos elevadores, nas filas, nos pontos de ônibus.
Sou péssima nessa história de desejar “bom dia” para estranhos, mas sigo
tentando, embora confesse que, na maior parte das vezes, meu cumprimento deva
soar ininteligível, um mero grunhido. Afinal, para piorar tudo, sou tímida e
sinto uma quase inveja dos despudorados que saem por aí desejando bons dias,
boas tardes e boas noites a quem quer que seja. Bem, tudo isso é para
tentar justificar o que muitos entendem como falta de educação.</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Já melhorei bastante. Hoje, sou capaz de responder
claramente ao cumprimento recebido. Se me desejam bom dia, desejo de volta. E,
no trabalho, eu já falo com os ascensoristas com alguma tranquilidade... Bem,
depois de mais de dois anos de trabalho, não posso considerá-los desconhecidos
(mas estranhos eles são, sério!). Dou bom dia, sorrio e torço (se fosse
religiosa, rezava) para não puxarem assunto comigo. É que ainda acho as conversas de
elevador super constrangedoras...</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Por conta desta minha tentativa de aprimorar minhas práticas
sociais, há alguns anos, passei a cumprimentar uma vizinha que sempre via quando estava a
caminho do ponto de ônibus. Isso fez com que, em algum momento, ela se sentisse
à vontade para puxar conversa, obviamente. O pior é que, desde que a vi pela
primeira vez, achei-a esquisita, com cara de maluca mesmo. A filha dela, então,
me parecia um monstrinho... E o marido, ah!, esse até hoje me assusta...
Psicopata define. Dos três é quem mais vejo, passeando com os cachorros, mas ele não
fala comigo (yeah!).</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Então, ela se apresentou (e eu não lembro o nome dela, nem
de nada do que ela falou sobre si) e me perguntou uma série de coisas... Estar
com ela, embora por breves momentos, sempre suscita interrogatórios ou diálogos
bizarros. Como no dia em que ela me perguntou sobre meu marido e quase me
abraçou quando contei que ele havia morrido. Eu nem sabia que ela sabia que eu
era casada! Foi um dos momentos em que mais tive medo, sinceramente. Imagina se
ela me abraça? Ai... Terror, pânico, desespero!</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Teve uma noite dessas em que eu estava em casa sozinha, acho
que chovia (não sei se realmente chovia ou se apenas a chuva me parece
apropriada para a situação), já era razoavelmente tarde... E tocou a campainha.
Não esperava ninguém e atendi meio desconfiada. Talvez fosse o vigia para me avisar que a gata estava presa em algum lugar... A rua estava escura, não dava
para ver direito quem estava no portão. Então, ela falou: </div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fce5cd; color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">—</span> Beatriz, sou eu! Fulana! (ela falou o nome, mas eu
realmente não lembro...) </div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Enquanto eu tentava me recobrar do susto, ela continuou:</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fce5cd; color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">—</span> Será que você não quer um coelho? Olha que bonitinho
(apontando para uma bola de pelo de aspecto indecifrável)... É que eu ganhei e
não vou poder ficar! Lembrei de você, porque sei que você gosta de bicho...</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Claro que eu disse que não, expliquei que as cachorras comeriam o coelho, mas estava tão espantada que mal
conseguia falar. Fiquei com medo de que ela deixasse o tal coelho na caixa de
correio ou algo assim... Mas ela entendeu e se foi, decepcionada.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Depois disso, fiquei um tempo sem vê-la. Até porque mudei de
ponto de ônibus e quase não passo na porta da casa dela. Entretanto, há
poucas semanas, estava eu em casa num dia de semana quando a ouvi perguntar à empregada se ela não podia
fazer pipoca para ela no meu micro-ondas. É isso mesmo! Pipoca, micro-ondas.
Esperta, a Nena se esquivou dizendo que não sabia mexer no aparelho e que eu não estava.
Fiquei bem escondida e ela foi embora.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
À noite, porém, estava eu trabalhando distraída na sala,
perto da janela, quando ouço me chamarem da rua... Era ela, de novo! E com o
pacote de pipoca! Gelei... Ela me perguntou se eu não podia fazer a pipoca pra
ela e na minha cabeça só ecoava a voz da Nena dizendo que era abuso, que era
melhor dar uma desculpa qualquer para não criar costume... Mas eu não podia
dizer que não sabia mexer, né?</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Bem, pedi a ela para abrir o portão, peguei o pacote, fiz a
pipoca e fui até o portão para devolver. Ela me perguntou se eu não trancava o
portão de fora, se as cachorras não mordiam, se eu não tinha medo de morar ali
sozinha... Ficou parecendo assaltante sondando o terreno. Mais uma vez, senti
medo. Espero que isso não vire um hábito. A casa ficou cheirando enjoativamente a manteiga por horas, porque a pipoca era uma tal "de cinema". Talvez da próxima vez eu diga que o
micro-ondas quebrou.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA8tQRAkPkNosmRjYajyzEDM1pZVfONyYeE3Wbpwm1Aojg96V8j6hvhRdY8wsx_CiA_JKPPv6Dq01JJMypipK9Dc9WX95X4Rbla_u4FvGubd6s7MSgX4rIVbRhrzPcsJtXyYa10Q/s1600/41062_422833679811_3847072_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA8tQRAkPkNosmRjYajyzEDM1pZVfONyYeE3Wbpwm1Aojg96V8j6hvhRdY8wsx_CiA_JKPPv6Dq01JJMypipK9Dc9WX95X4Rbla_u4FvGubd6s7MSgX4rIVbRhrzPcsJtXyYa10Q/s320/41062_422833679811_3847072_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bicudinha e Balu protestam: <br />
"Queremos um ooelho para brincar!"</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
</div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-39285814433308331642012-06-13T13:44:00.000-03:002012-06-13T16:42:59.007-03:00A senhorinha e o embrulho<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>Agradeço a Nayce Ribeiro, Patricia Sotello e Marcelo Bastos, sem os quais essa história não teria sequer começado e, brincando, me fizeram continuá-la. ;-)</i><br />
<br />
A senhorinha entrou no ônibus, (sobre)carregada de bolsas, guarda-chuva e um enorme, gigante, grande mesmo, embrulho. Teve dificuldades em encontrar a bolsinha com o Riocard, mas passou pela roleta, espetando a um e outro com o tal embrulho, que era fino e comprido. Procurou não atrapalhar ninguém, não atravancar a passagem, mas o fato é que não havia como não chamar a atenção carregando um embrulho daquele porte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sentou-se ao lado de um rapaz que, até então, mantivera-se alheio à movimentação da idosa e do embrulho. Chegou bem para o canto e procurou não olhar mais, porque lhe parecia indelicado olhar tanto, mas a verdade é que acabava espichando o olho vez ou outra. Seu maior medo era que a senhorinha notasse sua curiosidade e decidisse entabular conversa. Afinal, velho fala pelos cotovelos... E foi nisso que o ônibus freou bruscamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nada grave: o motorista trocou meia dúzia de xingamentos com um pedestre imprudente e a viagem prosseguiu tranquilamente. Tranquilamente? Com a freada e sem que a velhinha percebesse, o embrulho rasgou e deixou à mostra um pedaço do que estava lá dentro. Alguns riram da situação, mas ninguém pareceu se dar conta do que era aquilo. Exceto o rapaz, um praticante de kung fu, que identificou claramente a existência de inscrições em chinês no que parecia ser o cabo de uma espada chinesa milenar, coisa que até então ele só tinha visto em livros. O que faria ali? E, ainda por cima, nas mãos de uma senhora de aparência tão frágil...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste momento, a senhorinha – ainda alheia a tudo – deu-se conta, estupefata, de que carregava uma espada milenar, com misteriosas inscrições em chinês no cabo, e que estava à mostra para todos os passageiros do ônibus. Ela, que sofria de Alzheimer, não fazia ideia de como havia chegado a tal situação: ela, uma vovozinha clássica, de coque e anáguas, a personificação da Dona Benta de Monteiro Lobato ou da vovó da Chapeuzinho Vermelho, ali, carregando uma bolsa com seu tricô em uma das mãos e aquela espada na outra... </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ficou genuinamente confusa e decidiu descer no próximo ponto. Atrapalhou-se toda com suas sacolas e a espada, cada vez mais à mostra, o que causou um misto de terror e curiosidade entre os passageiros. O rapaz ao seu lado, vendo o que se passava, decidiu oferecer ajuda, mas isso apenas a assustou ainda mais. Ela desceu em carreira desabalada assim que o ônibus abriu a porta, deixando cair um cartão da loja Rei das Facas, no centro da cidade. Correu em direção à rodoviária.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O rapaz, de posse do cartão, rodava-o entre os dedos e conjecturava distraidamente quem seria aquela senhora e o que ela fazia com aquela espada. Aquilo certamente renderia uma boa história... A revista em que trabalhava estava à beira da falência e talvez aquela fosse uma boa oportunidade de reverter a situação. Que matéria fantástica aquilo poderia render! Capa! Tão absorto estava que não notou em momento algum os olhares furtivos do trocador do ônibus em sua direção. Achou curioso que uma espada como aquela pudesse ser comprada, ainda que numa boa cutelaria. Aquilo era artigo de antiquário, de museu... Algo estava errado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O rapaz, que agora sabemos ser um jornalista sem muitas perspectivas profissionais (infelizmente como a maioria, aliás), nem deu pela aproximação do trocador, que esbarrou nele fazendo com que o cartão caísse de suas mãos. Neste momento, cabe aqui dizer que o trocador era um senhor de olhos puxados (provavelmente chinês, mas a gente nunca tem certeza dessas coisas) e que havia reconhecido a espada. Obviamente, sabia o que estava escrito ali. Sabia de cor cada inscrição ali gravada, ele, um aprendiz de kung fu, recolhido pelos monges do Templo Shaolin em tão tenra idade. Sim, ele sabia quem era aquela senhorinha, só não podia acreditar que ela ainda estivesse viva. E ter em suas mãos aquele cartão era sua única chance de reencontrá-la. Feito isso, talvez conseguisse reaver a espada e, assim, voltar para a China como herói. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Teve sorte ao pegar o cartão antes que o rapaz, o que lhe deu oportunidade de ler não apenas o endereço do Rei das Facas, mas o nome do vendedor anotado à mão e outro nome, em chinês, no verso. Era a pista de que precisava. Por isso, não hesitou ao devolver o cartão ao jornalista, que começava a achar bem estranho que o trocador de olhos puxados estivesse fora de seu lugar e lendo tão interessado o cartão que a senhorinha havia deixado cair. Seu instinto lhe gritava que ali tinha coisa... Resolveu, então, seguir o trocador.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Terminado o expediente, o trocador pegou suas coisas e partiu em direção a uma loja de quinquilharias, dessas que vendem coisas a partir de R$ 1,99, bem no centro da cidade. A loja já estava fechando e, lá dentro, restava apenas um senhor oriental que reconheceu nosso trocador e fechou a porta da loja. O jornalista, que o estava esperando havia horas na garagem da empresa de ônibus e que o seguia desde lá, ficou estupefato ao ver que a loja tinha uma espécie de passagem secreta, por onde entraram os dois e de onde apenas o dono da loja saiu. Perdeu o trocador de vista.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto isso, a duas quadras dali, encontramos a senhorinha tomando chá na Colombo. Sim, a mesma senhora do ônibus, com suas várias sacolas e seu misterioso embrulho refeito. Neste momento, está lúcida e sorve cada gota do chá que toma acompanhado de uma torrada Petrópolis com bastante manteiga. Analisa quais serão seus próximos movimentos. Pensa que talvez fosse melhor fundir aquela espada e sumir com ela para sempre. Lembra-se claramente da primeira vez que a empunhou, de todo o seu treinamento em kung fu e da resistência que os monges tiverem a ela, tão loira e tão aparentemente frágil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essas lembranças, apagadas quase que completamente por sua doença, nunca foram levadas a sério na casa de repouso em que viveu por mais de 20 anos. Ninguém podia mesmo acreditar que ela fosse o que dizia ser: a musa inspiradora que fez Quentin Tarantino filmar “Kill Bill”. Sim, era ela a Noiva, em carne osso e sangue, muito sangue. Tanto sangue que os monges acabaram por botar seu melhor aprendiz em seu encalço, mas há anos não sabia dele. Ela, que já havia concluído sua vingança, acabou indo parar num asilo quando sua filha decidiu que não conseguiria lidar com o dia a dia do Alzheimer. No início, recebia visitas praticamente diárias, mas estas foram rareando e havia anos não tinha notícias da filha. Estava só no mundo. Um dia, as contas do asilo deixaram de ser pagas e, cruelmente, ela foi posta na rua. E isso, obviamente, não poderia ficar assim!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta aparentemente frágil senhorinha passou a viver em abrigos e a catar latinhas para conseguir algum dinheiro. Fez tricô, crochê... Tudo que estava a seu alcance. Precisava comprar uma nova espada. Não fazia ideia do que havia acontecido com a antiga... Provavelmente, foi vendida pela filha por qualquer ninharia. Esses jovens são assim! Não sabem dar valor às antiguidades... Mas qual não foi sua surpresa ao deparar justamente com a sua espada milenar, ceifadora de tantas vidas, numa cutelaria da rua da Carioca? E a preço de banana! Apenas porque havia acumulado, nesses anos, alguma sujeira... Nada que não pudesse ser resolvido com um bom polimento. Que achado! Comprou a espada no ato, à vista, sem dar bola para o vendedor boquiaberto que a atendia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estava ela absorta nessas considerações quando o trocador, de quem não tínhamos notícia desde que havia sumido na loja de quinquilharias, sentou-se à sua frente. Ela o reconheceu imediatamente e apenas perguntou se ele estava servido de chá. Ele, agora vestido a caráter, aceitou uma xícara e agradeceu. Um silêncio estabeleceu-se na mesa. Como entabular conversa com a pessoa que você tenta matar há mais de 20 anos? O que dizer para aquele que lhe jurou de morte? É possível conversar civilizadamente numa situação dessas?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O trocador disse, então, para quebrar o gelo: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Há quanto tempo! Você vem sempre aqui?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao que a senhorinha apenas sorriu e disse que não, que havia muito tempo que não tinha condições financeiras de frequentar a Colombo, mas que aquela era uma data especial, de tantos reencontros, e que merecia ser celebrada. Conversaram por horas a fio e ela lhe falou de sua trajetória e de seus planos para o futuro. Disse não se incomodar em morrer, especialmente pelas mãos dele, que já lhe estavam destinadas havia tanto tempo, mas que antes precisava se vingar mais uma vez e esperava ter sua colaboração...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Posso contar com sua ajuda, não? Depois disso, eu lhe entrego minha espada e você poderá cortar minha cabeça e cumprir as ordens que recebeu dos monges do Templo Shaolin.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acordo feito, só não sabiam que sua conversa estava sendo ouvida não muito distante dali. Em outra mesa, o jornalista, aquele que aparentemente havia perdido de vista o trocador na loja de quinquilharias, ouvia tranquilamente toda a combinação. Decidiu que já era hora de aparecer e pedir uma exclusiva aos dois. Como moeda de troca, ofereceria ajuda para que o trocador fugisse, terminado o serviço. Ajudaria, inclusive, na vingança da velha senhora. Valia tudo para ter aquela história fantástica em suas mãos! Então, dirigiu-se à mesa em que estavam os dois idosos, pediu licença e sentou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não levou muito tempo para convencê-los de suas intenções e logo trataram de arquitetar todo o plano. Levaram alguns dias para acertar todos os detalhes, porque a senhorinha tinha Alzheimer e sofria graves lapsos de memória, além de estar ligeiramente enferrujada no manuseio da espada. E o trocador, embora mais ágil, também não estava exatamente no auge de sua técnica... Mas logo ficou combinado que o trocador seria levado pelo jornalista, que diria ser seu sobrinho, ao asilo. Uma vez internado, ele iria identificar quem havia sido responsável pela expulsão da senhorinha. A principal suspeita era a diretora da instituição, que seria, então, capturada e levada à presença da senhorinha vingativa, que a degolaria num só golpe de espada. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E assim transcorreu o plano, sem maiores problemas. O trocador descobriu que a filha, responsável pelo pagamento, havia morrido atropelada (por isso deixou de visitar a mãe, logicamente) e deixado todo o seu dinheiro para o asilo, sob a condição de que cuidassem de sua mãe até sua morte. Mas de nada lhe adiantou ser tão precavida, já que a megera da diretora, tão logo pôs as mãos na grana, botou a velhinha na rua. Ou seja, ela realmente merecia morrer. E morreu, pelas mãos da mesma senhorinha que chamava de maluquinha porque dizia lutar kung fu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais uma vez vingada e sabendo que não havia sido abandonada por sua filha querida, nossa senhorinha ajoelha-se e entrega sua espada milenar ao seu carrasco. Não tem mais razão para viver e é com resignação que estica o pescoço para facilitar o serviço do trocador. Seus cabelos brancos estão enrolados num coque impecável, seu rosto está sereno, olhos fechados... Então, ouve um tiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Abre os olhos, confusa... O jornalista acertou o trocador bem no meio da testa, matando-o instantaneamente. A espada lhe cai das mãos, bem à sua frente. Ela a agarra e espera. Não faz a mais remota ideia do que está acontecendo. O jornalista cai de joelhos aos seus pés e entrega-lhe a arma. Ele, que teria idade para ser seu bisneto, lhe declara todo o seu amor. Diz que quer viver ao seu lado e cuidar dela até o fim, e que abandonará a revista em troca dos anos (que ele sabe poucos) que viverão juntos. Ela sorri marotamente e deixa entrever, por baixo do vestido recatado, uma sexy cinta-liga onde repousa uma pequena faca.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eles, que haviam conseguido recuperar boa parte da herança deixada pela filha da senhorinha (porque a tonta da diretora não confiava em bancos e guardava tudo debaixo do colchão), partiram rumo ao Amazonas, onde ficaram navegando para cima e para baixo, como em “O amor nos tempos do cólera”, de Gabriel García Márquez, livro de que ambos se descobriram fãs. Nos anos que se seguiram, entre muito amor e tédio, o jornalista aproveitou para fazer uma biografia de sua amada, que ele prometeu só publicar após a sua morte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM5OJv5qRbzNQlDqBuRnGf_W1yszmyQftt8FL7tfCARW8VUXw5DU1FWpNQA27utkogt-JBiU2CPdL8pHlv7Kfhyphenhyphenba9eTWgZWaeeCSyzWbithw11t8vlizv_lCdnrxhGENuMXzsRQ/s1600/181875_170543709740562_1400765005_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM5OJv5qRbzNQlDqBuRnGf_W1yszmyQftt8FL7tfCARW8VUXw5DU1FWpNQA27utkogt-JBiU2CPdL8pHlv7Kfhyphenhyphenba9eTWgZWaeeCSyzWbithw11t8vlizv_lCdnrxhGENuMXzsRQ/s320/181875_170543709740562_1400765005_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Não há limites para a imaginação.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-17951909581396219742012-05-20T23:03:00.000-03:002019-08-08T13:43:51.820-03:00Se contar, ninguém acredita!<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>Escrito em 5 de março de 2001.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando comprou a casinha no alto do morro, bem no meio da favela, o vendedor ainda disse, em tom de brincadeira, que ele estava fazendo um grande negócio, não iria se arrepender, a vizinhança era bastante silenciosa. Referia-se ao cemitério vizinho, cujo muro era logo ali à esquerda.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O sujeito só não comentou – mas é compreensível, senão seria um mau vendedor – que o silêncio igualmente era sepulcral entre os vizinhos vivos. Até porque, se não fosse assim, passariam para o lado de lá do muro, morro abaixo, e isso ninguém queria. Portanto, vivo ali era mesmo sinônimo de esperto, já que apenas estes sobreviviam. O problema estava nos que se achavam espertos... fúnebre diferença.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Infelizmente, descobriu a realidade da pior maneira. Bem que achou estranho o sumiço daquele vizinho falador, que tomava umas e outras no boteco da esquina e sumiu, de repente, sem deixar vestígios. Caiu na besteira de perguntar, procurar saber o motivo, mas ninguém dizia nada. Não conseguiu entender o que o silêncio dizia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se não tivesse insistido tanto, talvez não levantasse tantas suspeitas... Mas não foi o que aconteceu e sumiram com ele da mesma forma que com o outro (e outros). Só que era preciso decidir o que fazer com o defunto, como ocultar o presunto, essas coisas. Não podiam fazer o mesmo que fizeram com o anterior, pois o lugar já estava muito visado. E, além disso, era bom não despertar mais desconfianças entre os vizinhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pensaram em colocá-Io no valão da esquina, ou jogar no matagal daquele terreno baldio, ou até enfiar num saco preto e colocar na caçamba de lixo. Porém, estas opções não eram nem um pouco originais e, todas, muito suspeitas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, alguém teve a brilhante ideia de jogar o cadáver por cima do muro, morro abaixo. Esta solução parecia fantástica! Afinal, um morto a mais ou a menos, em um cemitério, não despertaria qualquer suspeita. Era capaz, até, de ser enterrado, mesmo que em cova rasa, como indigente. Isso seria um luxo para o morto que era, em tão baixa conta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>No cemitério: um cadáver em busca de um lugar para descansar</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No dia seguinte, um funcionário vinha caminhando por uma alameda, em direção à parte nobre do cemitério. Ia carregando urn carrinho de mão cheio de ferrarnentas de jardinagem, para tratar dos pequenos jardins que as famílias faziam questão de manter próximos aos túmulos. Era de manhãzinha e tomou um susto:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Caramba! Tem um defunto aqui!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um companheiro, que estava por perto, apenas riu e disse:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Ora, não diga! Esperava que o sujeito fosse enterrado vivo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, o primeiro, ainda confuso, mas percebendo o ridículo da situação, procurou explicar melhor:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Não, este não está enterrado! Está caído aqui no jardim da dona Rosalva ...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Ora, como é possíve!? Será algum visitante? Ou alguém mal-morrido, enterrado por engano, e agora morto de fato?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Olha, não sei... Não parece ter estado enterrado... As roupas estão em muito mau-estado, bem sujas, parece pobre... E tem sangue fresco! Este sujeito foi assassinado!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Chi, deve ser coisa dessa favela barra pesada, lá no alto do morro. Precisamos chamar o chefe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foram os dois correndo atrás do administrador do cemitério...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>A droga da obediência</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O chefe estava em sua sala com ar condicionado, olhando umas revistas que fez questão de esconder (e que vão ser deixadas de lado, pois não têm nada a ver com a história). Olhou para os dois funcionários, pálidos como dois cadáveres, e não resistiu à brincadeira:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Por que estas caras? Parece até que viram um defunto!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E deu uma sonora gargalhada, que foi interrompida imediatamente, da seguinte forma:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Mas foi exalamente isso, doutor!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dessa vez, quem ficou confuso foi o chefe, que não sabia o que responder:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Mas vocês já não estão acostumados?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Estamos, senhor... O problema é que este não está enterrado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Como assim não está enterrado? E por que não enterram? Afinal, vocês são pagos para isso mesmo...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Acontece que esse foi assassinado... E está mal-vestido... E...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Vocês estão doidos? E desde quando nós nos preocupamos com a forma como as pessoas morrem ou estão vestidas? Todos têm o mesmo direito a um enterro... Claro que uns pagam mais, outros menos, mas...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Não, não! 0 senhor não está entendendo, este homem parece ter sido assassinado aqui dentro... – disse o primeiro funcionário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— ... ou nas redondezas, e o corpo foi jogado aqui dentro – completou o outro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, o administrador percebeu a gravidade da situação:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Cacete! Só faltava essa: fazerem nosso cemitério de local de desova! Precisamos chamar a polícia... Mas antes é preciso ter mesmo certeza de que não é nenhum dos nossos mortos. Senão, imaginem a confusão... Em todos os jornais, a desorganização de nosso cemitério, e as famílias virão aqui querendo levar seus mortos!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>E agora, José???</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos os funcionários do cemitério foram chamados para verificarem cova por cova, gaveta por gaveta, tumúlo por tumúlo, qualquer sinal de irregularidade. 0 administrador foi com os dois funcionários ver o tal cadáver, largado bem em cima das flores da dona Rosalva.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Convenceu-se de que era um defunto desconheeido e resolveu ligar para a polícia. Então, discou o 190 para dizer:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Olha só, sou o administrador do cemitério Caminhando nas Nuvens e estamos com um problema: apareceu por aqui um defunto. Parece ter sido morto à bala... Isolei o local onde ele está para esperar a polícia. Isso foi de manhãzinha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Mas o senhor já devia esperar por isso, administrando um cemitério... Não vejo por que um defunto em um cemitério seja caso de polícia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Porque ele foi assassinado, moça!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Quer dizer que é assim? Foi assassinado e não enterra, só com a polícia?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Enterrar, enterra... Mas tem o problema da papelada, ele não tem atestado de óbito. Apareceu aqui de manhã, em cima do jardim da dona Rosalva.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— E como ele foi parar aí? Quem é dona Rosalva?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— A dona Rosalva não tem nada a ver com a história... Eu não sei como o defunto veio parar aqui!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Como não tem nada a ver? Mas ele não estava no jardim dela? Ela mora no cemitério?? Pensei que só gente morta pudesse... E como não sabe? Isso é uma total falta de organização! É assim que vocês tratam dos entes queridos de milhares de pessoas? Não têm o mínimo controle?? Ninguém assina nada?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Moça, essa conversa está passando dos limites! É claro que somos organizados, há um enorme procedimento administrativo para enterrarmos pessoas... Mas, neste caso, o que estou tentando dizer é que estão fazendo o meu cemiterio de local de desova!!!! ... e outra coisa: a Dona Rosalva está morta, é claro!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Ora, por que não disse antes!? Teria poupado meu trabalho... Eu poderia mandar prendê-lo por obstruir o caminho da Justiça! Vou mandar uma viatura, imediatamente... E um rabecão... Meus sentimentos pela dona Rosalva, imagino que deva ser um choque encontrar alguém morto no jardirn e...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
– Tu... tu... tu...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
– Ué? Desligou! Bem que eu achei que devia ser trote...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Mais perdido do que cego em tiroteio</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Melhor mesmo não chamar polícia nenhuma... O problema é que uma notícia dessas não pode se espalhar por aí... Senão, em breve, além de viaturas e policiais, rnilhares de jomalistas invadiriam o cemitério e espalhariam as mais diversas mentiras. Nisso, talvez transformassem a tal da dona Rosalva (aliás, morta há mais de 30 anos) na terrível assassina de um pobre coitado que estava dormindo em seu jardim. Não, isso não poderia acontecer jamais! Mas, o que fazer, então??</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez fosse o caso de enterrar o sujeito, como indigente, ficava tudo do jeito que estava e pronto. Mas, aí, quem jogou o corpo vai gostar da ideia, ver que deu certo e virar freguês. Então, o prejuízo não vai ser o de uma covinha rasa, mas de várias... Não, esta hipótese estava descartada. Colocar num mausoléu de alguma família já extinta também não podia ser, pelo mesmo motivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E se jogasse o corpo naquele buraco da esquina? Muito arriscado. Ou se largasse o coitado ali na porta do botequim? Também não. A polícia podia aparecer... E já pensou?? A manchete: "Administrador de cemitério desova cadáver inadimplente". Barbaridade! Isso não, péssima publicidade...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ou, talvez, devesse queimar... Muito caro. Ou, ou... Pior que não pode demorar. Qualquer hora alguém acaba batendo com a língua nos dentes e vai todo mundo preso, como cúmplice no assassinato! Jornalista é uma praga, descobre tudo!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Mas é claro! Só resta uma opção! Devolver o corpo para o seu local de origem, por cima do muro!!! Vocês dois vão me ajudar, afinal foram vocês que me apareceram aqui com este abacaxi! Nada mais justo que me ajudarem a me livrar dele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>O início de um triste fim...</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi então que, na calada da noite, três vultos subiram a ladeira que levava ao muro que demarcava o fim do terreno do cemitério. Dois deles carregavam um enorme saco preto, e outro iluminava, apavorado, o caminho. Esforçavam-se por parecer tranquilos, mas tremiam consideravelmente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já estavam quase chegando no muro, quando perceberam uma luz vermelha intermitente. Aproximaram-se devagar, mas um enorme clarão os cegou: um helicóptero da polícia jogava um enorme holofote bem em cima deles.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As patrulhas e camburões lotados, com suas lanternas acesas, estavam ali bem perto do muro, e eles receberam voz de prisão. Eles, sem opção, levantaram os braços, largararn o corpo morro abaixo e foram tentar se explicar... Mas que explicação dariam?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>A porca torce o rabo</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No dia seguinte, todos os jornais estampavam a manchete: "Polícia invade favela e desmonta esquema de cemitério clandestino. Administrador e comparsas são presos". O corpo que eles carregavam acabou sendo enterrado como indigente, por falta de quem o identificasse; seus assassinos foram presos numa cela em que havia um túnel para a favela (como sempre, essa gente não esquenta lugar na prisão); os outros moradores continuararn calados (como sempre); os policiais continuaram invadindo a favela periodicamente (para se livrar do tédio?); e o administrador e seus dois funcionários... Esperam por urn julgamento justo. Longa espera. Mas, aí, a história já é outra.<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVNpRShVJ6zv2bOQ_qDMIsmWn4MDisKPCT7KhMQ9hI1i-guwBBsXx2SNnWcgomjmzvs30Ti7r_v0RpjN-50FeA00J1NE9AhFt47PEi2fsDaMbo-c1J_HohN0IHNPQCQXZ7VdC-3A/s1600/23-edna_rodrigues+%25286%2529.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVNpRShVJ6zv2bOQ_qDMIsmWn4MDisKPCT7KhMQ9hI1i-guwBBsXx2SNnWcgomjmzvs30Ti7r_v0RpjN-50FeA00J1NE9AhFt47PEi2fsDaMbo-c1J_HohN0IHNPQCQXZ7VdC-3A/s1600/23-edna_rodrigues+%25286%2529.JPG" data-original-height="603" data-original-width="728" height="265" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-2812670289824808632012-05-14T11:42:00.000-03:002012-05-20T23:05:36.840-03:00Olga e o taxista<i>Escrito em 16 de agosto de 2011.</i><br />
<i><br /></i><br />
<div style="text-align: justify;">
Todo sábado, Olga ia almoçar na casa de sua filha. Acordava cedo, alimentava seu gato, tomava seu café da manhã e começava a se aprontar pra sair. Levava horas nisso! Escolhia sua roupa com esmero, os acessórios e o sapato que usaria. Já havia tentado deixar tudo pronto de véspera, mas nunca dava certo: acabava mudando tudo, já que seu estado de espírito já não era o mesmo do dia anterior.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os cuidados que tinha com seu cabelo, grisalho, eram um espetáculo à parte. Levava com o shampoo e o condicionador apropriados, enrolava mecha por mecha em bóbis de plástico e deixava secar naturalmente. Raramente apelava para o secador. Só tirava os bóbis depois de vestida e devidamente maquiada. Claro, a maquiagem também era um capítulo importantíssimo em sua rotina diária. No sábado, então!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olga tinha muito orgulho de sua filha única, mas nunca soube como se aproximar. Nunca foram muito próximas e, com o passar do tempo, foi vendo as chances de estreitar laços com Gilda se esvaírem por entre seus dedos. Por isso, os almoços de sábado eram tão especiais. Sabia que era preciso caprichar, causar a melhor impressão possível. Queria que sua filha se orgulhasse por ter uma mãe ao menos elegante, já que não tinham mesmo muito em comum.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De quem seria a culpa? Talvez de ninguém, mas a verdade é que nunca perdoou Brígida. Quando jovens, eram melhores amigas. Unha e carne. Não se desgrudavam para nada. E isso continuou mesmo depois do casamento de Olga com Amadeu. Brígida continuou ali, sempre presente. Não foi à toa que foi escolhida madrinha de Gilda.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Brígida nunca casou. E Amadeu, o marido de Olga, morreu jovem. Gilda contava apenas 4 anos quando ficou órfã de pai, mas nem sentiu tanto porque a dinda Brígida logo veio morar com ela e a mãe. Durante os primeiros meses, o arranjo funcionou bem. Brígida era muito prática, logo botou ordem na casa. Todas as resoluções da casa deveriam passar por seu crivo e isso incluía controlar todos os passos de Olga e Gilda.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com Gilda, era mais flexível. A menina cresceu sem maiores traumas e teve na madrinha um porto seguro. Era como se esta desempenhasse o papel do pai que ela não tinha. As saídas, os namoros, tudo era negociável. Mas o mesmo não se dava quando o assunto era Olga.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pobre Olga! Prisioneira em sua própria casa! Não podia sair sozinha, mal podia assomar ao portão para ver o movimento. Brígida a recriminava por qualquer coisinha, sob o pretexto de que devia dar um bom exemplo para a menina. Ela não entendia a mudança de comportamento de sua melhor amiga, antes tão companheira. Sentia-se fraca e confusa demais para reagir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi então que, aproveitando uma rara viagem de Brígida, Olga travou contato com um rapaz da vizinhança. Sabia que ele era casado, mas estava havia tanto tempo sem ser cortejada que isso não lhe pareceu um problema. Seu nome era Carlos e era bem mais velho que ela. Dizia que não amava mais sua esposa e que só mantinha o casamento fracassado por conta das aparências. Oh, palavras sedutoras! Não entendia por que sempre ouvira Brígida referir-se a ele como um bronco, um grosseirão… Aquela força de Carlos lhe parecia tão apaixonante! Achava-o dotado de um vigor tão extraordinário! Era careca, é verdade, mas a pele dourada de sol, a compleição forte, os quase dois metros de altura… Ah, que homem! Que homem! Até hoje seu corpo estremece ao pensar nele. Mas ali começou sua perdição.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olga, tão pouco acostumada ao mundo, vivendo em clausura havia sabe-se lá quanto tempo, cedeu às investidas de Carlos. Achou que ele, de fato, seria dela, ainda que ele jamais largasse a esposa. Acreditou piamente que conseguiria esconder tudo de Brígida e, principalmente, de sua filha, Gilda. Ledo engano: logo uma vizinha a viu trocando bilhetes e carícias furtivas com Carlos no portão. E o mundo, como era de se esperar, veio abaixo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A mulher de Carlos, que sabia muito bem o marido que tinha, logo deu um jeito de impedir que ele sequer encontrasse novamente a amante. E Brígida, quando soube, não sossegou enquanto não viu mãe e filha completamente afastadas. Olga foi pintada como uma devassa, uma criatura sem escrúpulos, alguém que não deveria jamais ser responsável pela criação de uma mocinha. Gilda, por conta disso, foi parar no internato e jamais perdoou sua mãe. Nem tanto pelo caso com o homem casado, que ela acabou entendendo, mas por sua postura tão submissa perante os mandos e desmandos da madrinha (que ela adorava, porém).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A relação de mãe e filha nunca se refez. Brígida continuou presente na vida de Gilda por todos esses anos. Hoje, em sua velhice, é ela quem ocupa o quarto de hóspedes. Porque Gilda tem certeza de que somente ela poderá lhe ajudar na criação dos gêmeos. Afinal, ela e o marido nunca param em casa. E sua mãe, bem, sua mãe é uma dondoca imprestável que nunca soube lidar com crianças.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso, Olga vive em um asilo. Luxuoso, é verdade. Um lugar em que é bastante paparicada e onde tem muita independência, mas ainda assim um asilo. Sua filha não lhe deixa faltar nada, mas nunca vem lhe visitar. O máximo que lhe concede é este almoço de sábado, única ocasião em que Brígida permite que ela se aproxime da filha e dos netos. Aos sábados, Brígida vai visitar a casa de uma amiga em Paquetá. Não sem antes deixar tudo preparado, porém. Dá claras instruções à empregada para impedir que qualquer conversa seja travada por mais que alguns minutos durante o almoço. E, ao voltar, pede-lhe um relatório completo do que foi dito e feito ao longo do dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre que termina de se arrumar, Olga aguarda que a cooperativa lhe envie um táxi. Entretanto, este sábado, é informada de que não há carros disponíves. Parece que a chuva do dia anterior trouxe tantos estragos que boa parte dos motoristas preferiu não arriscar sair de casa. Tiraram o sábado para descansar, ou talvez seja porque o horizonte anuncie um temporal ainda mais terrível para logo mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, sem mais remédio, Olga caminha até a rua em busca de um táxi. Não pode perder o almoço na casa de sua filha! Precisa ver seus netos! Tão lindos e tão distantes… Quase não passam carros, muito menos táxis. E estes, quando passam, levam passageiros. Até que faz sinal para um que parece vazio. O carro não é muito novo, mas também não está caindo aos pedaços. O motorista, um senhor pouco mais jovem que ela, tem uma boa cara. É gordo, risonho, falastrão. Uma simpatia! Vão conversando sobre amenidades por todo o caminho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Incentivada pelo bom humor do motorista, Olga contou sobre a importância do almoço com sua filha. Não entrou em detalhes. Não falou de sua mágoa com Brígida. Não falou de Carlos, nem nada parecido. Mas o motorista, talvez porque ela tenha deixado transparecer sua tristeza, ou talvez por simples vício profissional, lhe entregou seu cartão. Nele constava seu nome e seu telefone. Olga ficou atônita quando lhe ouviu dizer:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Olha, dona, a senhora não leve a mal o que vou dizer. Este é o meu cartão para o caso de a senhora algum dia precisar de meus serviços. Sou matador profissional, tenho mais de 20 anos de experiência e mais de 50 mortes nas costas. Esta aqui é minha companheira – e abriu o porta-luva, de onde sacou uma pistola.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olga pegou o cartão, tentando disfarçar seu nervosismo o máximo possível. Sua cabeça girava. De repente, teve medo: medo de que aquele homem soubesse onde sua filha e seus netos moravam! Começou a tramar um plano para se livrar daquela situação inconveniente e acabou pedindo para que ele a deixasse a duas quadras de seu destino. Curiosamente, o local onde antes ficava a casa de Amadeu, onde hoje há um prédio. Fingiu tocar o interfone e ficou esperando pacientemente que ele se fosse. Só então, começou a caminhar em direção à casa da filha. Estava um pouco atrasada, precisava correr.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O cartão queimava em sua mão… E as últimas palavras ditas pelo motorista ainda ecoavam em sua cabeça: “Garanto um serviço limpo, rápido e discreto. E, para a senhora, faço um precinho camarada. Gostei da senhora. E gosto muito do meu trabalho, também. Então, não me incomodo de dar desconto: o importante é ver a satisfação do freguês. É só me dizer quem a senhora quer apagar que eu dou um fim na pessoa”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olga, decididamente, precisava correr. Este, certamente, seria o último sábado em que ela seria visita na casa de sua filha. Tinha certeza de que logo deixaria o asilo, pois sua presença ali seria necessária. Mal podia esperar para tomar conta dos netos, vê-los crescer dia a dia. Faria, certamente, algumas mudanças naquele quarto de hóspedes... Bastava apenas que ela desse um telefonema ao chegar. Pobre Brígida! Aquela região da Praça XV é mesmo muito perigosa… <br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://cdn.head-fi.org/0/02/02fd2cf6_robert-de-niro-taxi-driver.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="232" src="http://cdn.head-fi.org/0/02/02fd2cf6_robert-de-niro-taxi-driver.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ah, esses taxistas...</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div>
<br /></div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-49288084073787424432012-05-02T12:10:00.000-03:002012-05-20T23:06:14.586-03:00Sexo e cigarro<i>Escrito em 15 de agosto de 2011.</i><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Terminado o sexo, ele acendeu o cigarro. Gesto mecânico dos dedos que, em silêncio, correm para o pacote de cigarros e para o isqueiro. Nada além disso. Momento de não pensar em nada, não sentir nada além de corpo e mente relaxados. Torpor e fruição. Observa a fumaça que, aos poucos, toma conta do espaço enquanto forma desenhos abstratos no ar. A única preocupação que passa por sua cabeça - e nem é de fato uma preocupação - é saber se ela vai se incomodar com o cheiro, com a fumaça. Afinal, ela não fuma, e eles se conhecem há poucas horas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ela, também relaxada, se aninha no ombro dele com a languidez típica das que acabaram de gozar. Também em silêncio, sente as pernas doloridas e começa a reparar que há rachaduras no teto, que não vê tinta há anos. Pensa que há uma série de coisas que precisa lembrar de pedir à faxineira, como limpar aquelas terríveis teias de aranha. Admite que, se não pedir, ela não vai limpar. Ouve o cachorro do vizinho latir, uma obra ao longe, os barulhos do trânsito que vêm de longe. Escuta claramente a vizinha brigando com o filho que parece ter quebrado alguma coisa. Acha que talvez seja hora, também, de trocar as cortinas e mudar a cor das paredes. Lembra de uma cena do filme que viu no outro dia, tão parecida com algo que ela já havia lido em algum lugar. Como era mesmo o nome daquele livro?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, ela percebe a fumaça e se dá conta de que não está sozinha. Passa a observar os desenhos que se formam no ar, inala o cheiro que se desprende do cigarro fumado por ele. Apesar de não fumar, nunca se incomodou muito com a fumaça largada por seus amigos fumantes. Nos tempos de movimento estudantil, ficavam todos trancados numa saleta preparando os materiais gráficos que seriam distribuídos no dia seguinte. Jornais, folhetos e filipetas que demandavam horas e horas de trabalho. O único inconveniente que a fumaça lhe trazia era o ardor nos olhos, mas nada que um colírio não resolvesse rapidamente. Na verdade, a fumaça do cigarro, o cheiro da nicotina, era para ela inebriante. E, por isso, começou a fitá-lo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele se desconcertou ao reparar que ela não parava de lhe encarar. Pensou que, afinal, ela ia reclamar do cigarro. Isso que dá trepar com mulheres que não fumam! Mais cedo ou mais tarde, elas sempre reclamam. Claro que com ela isso não ia ser diferente. Estava quase zangado por ter sido obrigado a pensar antes que o cigarro acabasse. Mas notou que não havia nada no olhar dela que denunciasse qualquer sombra de aborrecimento. Na verdade, ela sorria, parecia feliz. E isso o deixou confuso. Putz! A doida apaixonou! Será? Mas já? Nem achou que o sexo tenha sido assim tão espetacular... Carência feminina é foda. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E como se ela não parasse de sorrir para ele, resolveu perguntar:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Que houve?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— É que o cheiro do cigarro me excita, ela respondeu. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estava exausta, mas a verdade é que havia anos tinha descoberto que aquele era um gatilho sexual e tanto. Se ele topasse, não hesitaria em fazer sexo de novo e de novo e de novo. Aliás, racionalizando a coisa, o cheiro do cigarro havia sido uma das coisas que havia lhe chamado a atenção nele. Havia passado horas, no bar, observando-o acender e fumar cigarros na calçada em frente, vários deles. E começou a se imaginar entre aqueles dedos...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas ele, ainda a meio cigarro, após um breve silêncio ante a surpresa causada pela resposta dela, disse apenas: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
— Eu, hein!? Nunca vi isso! Se masturba aí, então...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.ecigarettedirect.co.uk/articles/images/smoking-after-sex-3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.ecigarettedirect.co.uk/articles/images/smoking-after-sex-3.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-21654274011450621872012-04-19T11:22:00.001-03:002012-04-19T11:23:22.163-03:00Good morning, Mr. Murphy!<div style="text-align: justify;">
Você precisa fazer um exame de sangue, mas não acha o pedido em lugar algum. O tempo vai passando, a data da próxima consulta - na qual você deverá apresentar o exame - se aproxima. Daí, você resolve apelar, liga para o médico, explica à secretária qual a situação e ela diz que é só passar lá no dia seguinte de manhã para pegar um novo pedido. Já estará prontinho, esperando...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, você vai dormir em jejum. Acorda, se arruma e passa no consultório do seu médico... E descobre que ele errou seu sobrenome. Pronto! Murphy deu as caras. Você devia era ter ficado em casa, remarcado a consulta... É certo que, a partir daí, tudo vai desandar. Bobagem? Vejamos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De posse do novo pedido, que precisou que o médico terminasse a consulta que estava em andamento no momento em que você chegou ao consultório, você segue para o laboratório. Ele está lotado, obviamente. Você pega uma senha e percebe que há apenas seis pessoas na sua frente. Ok, não é tão ruim. Você ainda tem quase uma hora até que o jejum torne-se excessivo para a realização do exame de sangue. O que fazer? Aguardar e torcer para que tudo corra rápido, claro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Rápido? Não, Murphy só acelera o que não presta... Na entrada do laboratório, um cartaz avisa que os que têm horário marcado NÃO precisam de senha. Resultado: as DUAS atendentes não dão conta da demanda, ora. Em meia hora de espera, apenas dois números das senhas são chamados. O que fazer senão desistir? Em quinze minutos, você já não poderá mais fazer a coleta. Você ainda nem entregou o pedido! Até chamarem para o exame propriamente dito, imagine o tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É hora de levantar, zonza de fome. Você se dirige a uma atendente para pegar um formulário de (in)satisfação e escreve um rápido desabafo. Ao colocar a reclamação na caixinha, você vê seu número ser chamado: a isso se dá o nome de "requintes de crueldade". Saia daí, logo! É preciso comer alguma coisa e, saindo do laboratório, você vê o Palheta quase sem fila. Pede um espresso e uma broa de milho, espera. Ao seu lado, um grupo de senhoras conversa sobre a vida. Aparentemente, o assunto surgiu ali, elas nunca se viram antes, mas as frases são pesadas: "viver dá câncer" é o ápice. Ok, baita dia auspicioso esse...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você engole o café e come a broa enquanto ouve as frases de efeito das senhorinhas... Vai para o Metrô, pois é preciso correr para o trabalho, afinal. Seu cartão, como era de se esperar, tem saldo insuficiente e há fila tanto na bilheteria quanto na única máquina de recarga. Você espera, já achando tudo meio engraçado. Afinal, há uma certa graça nisso tudo, não? O jeito é relaxar e ir para a plataforma esperar o trem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A espera nem demora tanto. Opa! A coisa tá melhorando...? Não, claro que não. Um sujeito careca e capoeirista (é o que sugere a camiseta que ele veste) parece falar sozinho. Na verdade, ele está ao telefone, mas com aqueles fones de ouvido ridículos que permitem que ele não use as mãos. Ele está no meio de uma DR com uma tal de Bárbara, que ele não para de recriminar um só segundo e parece que vai viajar, mas ele tinha passado no dia anterior para se despedir e ela não foi carinhosa o bastante... Você pensa: ok, daqui a pouco a ligação cai. Não, querida, cairia se fosse o SEU telefone. O do moço continua firme e forte, assim como a DR, que dura pelo menos até a Central. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você sempre tem um livro na bolsa, seu ipod e os fones de ouvido, certo? Errado: quase sempre. Você poderia ser como a pessoa que ouve som sem fone do outro lado do vagão, mas não, ainda lhe resta algum senso de civilidade. Qual a solução? Respire fundo, a Carioca está chegando. Desça do vagão sem olhar para os lados, não pare no meio do caminho... Exceto para esperar o sinal, que acabou de fechar, abrir novamente. E prepare-se para um excelente dia de trabalho, porque... AINDA não é sexta-feira!</div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/WYmhvXQfUAg?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<br />Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-62581133646125205642012-04-17T11:41:00.003-03:002012-04-17T11:57:26.012-03:00Vida de Maria<h2>
(ou Empregada de cama e mesa)</h2>
<br />
<i>Escrito em 6 de maio de 1996.</i><br />
<br />
Maria, cadê meu café? Cadê meu jornal?<br />
E as minhas meias? Meus sapatos? Minha camisa?<br />
Minha calça? Cadê??<br />
Ei, Maria, deixa de lerdeza!! Maria, sujei o chão!<br />
Maria, vem limpar isso aqui! Como é que é? Não vai limpar, não??<br />
Arruma essa zona, sua imprestável!!<br />
Maria!!! Onde estão minhas chaves!?<br />
Hein, Maria!? Cadê???<br />
Maria, deixa essa novela e vem fazer minha comida!<br />
Maria, deixa de ser maria-mole, sua vadia!<br />
Maria, você está pálida... Maria, isso é gripe!?<br />
Maria, eu não posso ficar doente, pega uma vitamina pra mim!<br />
Maria!! Você demora muito, sua estúpida!<br />
Maria, cala a boca dessa criança!! Não tô conseguindo ouvir o jogo!<br />
Maria, a Mariazinha tá muito magrinha...<br />
Maria, nem como mãe você presta! Você é um fracasso!<br />
Você não serve pra nada, mulher!<br />
Vai preparar meu banho, sua vadia!<br />
MariaaaAAA!!!! Prepara a cama!<br />
Maria, vem deitar! Tira essa roupa!<br />
Mas vai tomar um banho antes, que você está um nojo...<br />
Mas, não gasta água, não, e vê se toma banho frio!<br />
Maria, você tá puro osso! Que nojo!<br />
Maria, que perna final Que peito caído!<br />
Assim não dá! Amanhã mesmo eu procuro outra!<br />
Nem como muiher você serve!<br />
Pode arrumar suas coisas!<br />
E leva essas crianças nojentas...<br />
Eu sei, são meus fiihos também...<br />
Façamos o seguinte: te empresto o dinheiro do ônibus!<br />
Maria! Maria? Maria!? Ei, responde!!!<br />
Maria!!! Fala comigo!!! Querida?<br />
Ei! Fala! Sua vagabunda! Logo no meu colchão?<br />
Sai daí! Você tá meio fria... Hummmmmm...<br />
Sabe que assim você fica gostosinha?<br />
Vem cá, vem! Hummmmm...<br />
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZLbRNDrVojmghManoiybhGQFfH0SpDZSR4BffyjmCf_fh2GHXkKApqpE_P4W5ok8a9VoqOBHdn2flk6JmbjRHcg5I6TpHccKtYx7egxZYiz79BixKDu-hcW0K0bP9z8aZGmR1fg/s1600/disney.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZLbRNDrVojmghManoiybhGQFfH0SpDZSR4BffyjmCf_fh2GHXkKApqpE_P4W5ok8a9VoqOBHdn2flk6JmbjRHcg5I6TpHccKtYx7egxZYiz79BixKDu-hcW0K0bP9z8aZGmR1fg/s320/disney.gif" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<br /></div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-24084925209570500222012-04-07T00:10:00.005-03:002022-12-20T13:28:56.356-03:00Conto de natal<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Escrito em 28 de dezembro de 1998</span></i><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="color: black; font-family: inherit; line-height: 150%;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">Aquela mulher sim sentia dor, intrínseca. Uma dessas dores que secam as tripas, ressecam </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">ventre e não explicam </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">porquê. Doía na profundeza de suas entranhas e um grito mudo rasgava sua garganta e engasgava em soluço seco, sôfrego, delirante.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="color: black; font-family: inherit; line-height: 150%;">Mas não havia explicação e ela era apenas mais uma mulher em um quarto úmido a sentir dor. Uma entre milhares espalhadas pela cidade, ou talvez pelo bairro. Quem sabe no mesmo prédio não havia mais uma, semelhante?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">Era natal e era uma mulher e era sozinha e </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">quarto vazio era úmido e escuro, apesar da grande janela com vista para </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">mar em plena Zona SuI do Rio de Janeiro. Tantos gostariam tanto de uma janela assim para ver </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">mar! Tantos se satisfariam com tão pouco. Pouco?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">Aquela mulher já não via </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">mar, os vidros da janela eram foscos. A luz do sol incomodava tanto pela manhã! Maresia com cheiro de mofo. E os vizinhos de elevador, cachorro em punho, bicicleta a postos... eram tão felizes... Horas ao cair da tarde tomando água de coco nos quiosques da orla e ela nunca foi sequer convidada. Gente metida. De certa forma era bom manter distância, sem fofocas, preservar sua privacidade. Assim ninguém nem chegava perto. Por falta de coragem? <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">E era natal. Quando menina chegou a ganhar alguns presentes, mas começou a trabalhar, e trabalhar era importante. Sua família era pequena, até que acabaram morrendo, era </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">natural. E ela não comprava presentes, não tinha mesmo para quem dá-Ios. Nada ganhava, tampouco. Também, de quem ganharia? Mais um natal, e nem </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o c</span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">arteiro passava pedindo a caixinha de natal.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">Alias, não fossem </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">porteiro e a faxineira aparecerem vez ou outra, capaz de pensarem que </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">apartamento estava vazio. Todo fim de semana era a mesma coisa, viva </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">desespero dos que dependem da </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">tv. </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">E agora, um mês inteiro: férias enlouquecedoras. Antes passar </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">dia inteiro fazendo contas em uma sala gelada. Ganhava bern, era competentíssima. Mas não tinha trabalho no fim de ano. Então... férias.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="color: black; font-family: inherit; line-height: 150%;">Havia já uma semana, a dor era insuportável. E nenhum médico explicava direito e ela não explicava também direito a nenhum deles. Onde doía? Ela não saberia responder. Os médicos, então vinham com uma história de análise, essas besteiras, e ela nunca tentou. Um médico um dia descobriria a verdade. Afinal, obviamente, ela devia ter era câncer... Sim... Câncer? Lógico, só podia ser câncer! Aquela tia velha tinha mesmo morrido de câncer. Mas, então, não havia mais jeito... Ela ia morrer logo, tinha câncer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">Tomou, portanto, uma atitude. Era natal e a janela enorme estava lá, e ela abriu os vidros foscos e dava para ver </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">mar. Não teve dúvidas, escreveu um bilhete no espelho com um batom velho vermelho-cor-de-escritório que ela nunca ousou usar no trabalho: "Voo de vista para </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">mar, tentando me libertar deste câncer que acaba comigo”. Achou brega, mas daria muito trabalho Iimpar e reescrever. Foi novamente até a janela e pulou, sem pestanejar. Talvez tenha experimentado um leve sorriso nos lábios, apenas. Pulou do décimo andar e era natal e ela sentia dor e era sozinha e “morreu na contramão atrapalhando </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">tráfego”, tocava ao longe numa vitrola atemporal.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">No seu apartamento, agora iluminado, nada: apenas </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">vazio, maior que antes. No banheiro, um bilhete no espelho falando de um câncer... Que câncer? Autópsia: “ausência de tumores, malignos ou benignos”. Notícias nos jornais: nenhuma. Sequer um obituário ou anúncio fúnebre. Apenas mais uma mulher sozinha pulou de um apartamento vazio na Zona Sul do Rio e era natal e os vizinhos pararam para olhar...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="color: black; font-family: inherit; line-height: 150%;">…<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="color: black; font-family: inherit; line-height: 150%;">Mas e se essa mulher não se matasse assim?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">E se ela abrisse a janela, olhasse </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">sol, visse </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">mar e resolvesse apenas dar urn mergulho? Aí, vai que ela fecha a porta, de maiô, e atravessa a rua e é atropelada. Não, é natal e, se não há suicídio, atropelamento é desperdício... Pouparia </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">trabalho dela e traria uma puta crise de consciência para o pobre motorista. Então, ela atravessa e pisa a areia e entra no mar e... a dor sumiu! Tomou Doril? Péssimo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">Então, talvez, esquece isso e volta para a janela aberta e ela pula e cai no toldo e não morre, só fica toda quebrada e vai para </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">hospital e é internada em uma clínica... Louca, completamente. Falando num câncer imaginário, sentindo a dor cada vez mais forte... Mas aí era a dor da pancada, do tombo... Suicida incompetente. Aí ela se enforca com seus lençóis... Não, meio desenho animado. Ou, de repente, vira uma artista plástica bem-sucedida, reconhecida em todo </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">o </span><span lang="EN-US" style="color: black; line-height: 150%;">mundo... Ou talvez, ao tentar morrer enforcada, quebra a perna... ou... morre de câncer... ou... melhor deixar como está.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><br />
</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/P7mHf-UCZp0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; tab-stops: 28.0pt 56.0pt 84.0pt 112.0pt 140.0pt 168.0pt 196.0pt 224.0pt 252.0pt 280.0pt 308.0pt 336.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="EN-US" style="color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; line-height: 150%;"><br />
</span></div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-86402051475670835692012-03-31T11:56:00.002-03:002012-04-06T23:43:25.174-03:00Arteterapia, um novo caminho a trilhar<div style="text-align: justify;">Comecei esta semana o meu curso de formação em arteterapia. Não sei o que esperar, não faço ideia do que farei com isso, mas sei que tive vontade de fazer e me pareceu uma boa experiência: leve, rica e divertida. Logo na primeira aula, nos pediram para criar uma "joia" utilizando o material disponível (contas de várias cores e tamanhos, fios...). Não tive muita dúvida em me decidir por um colar, do tipo mais simples possível. Então, peguei uma conta e decidi que ela seria o fecho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cortei apressadamente um pedaço de fio, medindo-o timidamente no meu pescoço. Escolhi uma pedra maior, bonita, para ficar no centro e algumas outras para ficar na lateral. Não vivi grandes dilemas, não tive <i>insights</i>, apenas queria terminar aquilo logo, me desincumbir da tarefa que me deram. Foi quando me dei conta de que o fio que eu havia cortado era pequeno demais. Na pressa, na ânsia de terminar logo, eu havia medido sem considerar que eu precisaria dar um nó na outra extremidade, para fechar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que fazer? Adaptar-se, obviamente. Cortei outro fio, de outra cor (porque o fio da cor original havia acabado), recoloquei conta por conta, dei o nó, experimentei o colar e dei meu trabalho por terminado. Não fez muita diferença terminar logo, já que eu tive que esperar todos terminarem... E fiquei sinceramente surpresa com um ou outro colar que vi surgir, em tão pouco tempo. O meu colar, embora o resultado final tenha me deixado ligeiramente orgulhosa, era tão pueril perto de alguns... Deu um misto de raiva e inveja, até, mas passou rapidinho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em seguida, recebi papel e caneta para escrever sobre a experiência, mas o fato é que prefiro digitar. Por isso, resolvi abrir espaço aqui no blog para o relato. Não sei se farei isso outras vezes, mas achei que valia a pena compartilhar esta primeira experiência, que me fez ver como minha cabeça funciona. Eu gosto de estabelecer objetivos, não curto andar à deriva. Mas entendi, com o tempo, que não adianta a gente ser rígido demais, porque o desfecho nem sempre é o que a gente planeja. É preciso adaptar-se. Tal qual eu fiz com o singelo fecho do meu colar. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcEKZGLH33vlLY5XflyWtJ-A78fE-W5aapTpRb8dScrc9TNfnkbAMIxApqPvOFSWxyOuwDCl1uyVz6wmqlsZSYKZKfXswM1n_WP-dnN84eHC47syatX1MxFCLeEHrl2mJbC4KJ6w/s1600/colar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcEKZGLH33vlLY5XflyWtJ-A78fE-W5aapTpRb8dScrc9TNfnkbAMIxApqPvOFSWxyOuwDCl1uyVz6wmqlsZSYKZKfXswM1n_WP-dnN84eHC47syatX1MxFCLeEHrl2mJbC4KJ6w/s320/colar.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eis o tão falado colar... Só falta tirar foto do fecho! rs</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-86891526777703946602012-03-10T10:12:00.004-03:002012-04-06T23:44:43.671-03:00Eu tenho um vício...<div style="text-align: justify;">Sim, um vício: eu gosto de sapatos. Ok, não chego a ser nenhuma Imelda Marcos. Estou até bem longe disso... Meu vício, atualmente, está sob controle. Não tenho mais comprado tantos sapatos e tenho me esforçado para usar os que tenho. Quando percebo que não os suporto mais, que machucam meus pés ou que estão vergonhosamente caindo aos pedaços, sem mais remédio que não jogá-los no lixo ou doá-los, faço isso sem pena. E pronto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para me ajudar na tarefa, criei o <a href="http://aosmeuspes.tumblr.com/">Aos meus pés</a>. Trata-se de um tumblr em que brinco de exibir meus sapatos e meus pés, para registrar o modelo que estou usando ou mesmo a cor do esmalte da vez. A ideia surgiu uma noite na Lapa, em conversa com a Juliana e a Mila, amiga dela. A esta última, que conheci naquele dia, devo o nome e a própria solução para o problema. Jamais esquecerei! </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O legal é que isso acabou virando uma brincadeira: volta e meia paro no meio da rua, celular em punho para fotografar meus pés. Imagino o que as pessoas não devem achar... Uso o <a href="http://instagr.am/">Instagram</a> para fotografar ou, ao menos para tratar as fotos e publicar no tumblr. Ah, a modernidade! O que seria de mim sem um iPhone e uma conexão 3G, ainda que tosca como a da Tim? Quem me viu quem me vê... rs</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desde o início, para evitar a repetição desnecessária de sapatos, busco compartilhar, também, outras imagens, vídeos, músicas e textos relacionadas a pés e/ou sapatos. Recentemente, passei a aceitar visitantes e tenho incentivado meus amigos a enviar fotos de seus próprios pés ou sapatos. Para isso, basta que os interessados me enviem suas fotos para análise. Se eu achar que vale a publicação, vai pro ar. Simples assim... Alguém se anima? ;-)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ah!!! Hoje, meses depois da primeira publicação, é um dia histórico... É a primeira vez que repito um modelo, minha botinha da Imporium que tanto amo. A foto foi tirada em outubro, na viagem que fiz com minha prima Gê e a Elisa, autora da foto (que só agora a enviou). Afinal, estávamos na terra de Van Gogh e, na boa, minhas botas parecem inspiradas no quadro dele, não? </div><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbUs37ftMhozNS5bOgvo8JTgJ2GtH00QvF9-zycQkNRw9Z-f4KPVughv1JYqhUqDCOhH7_U8ImCcC_yceo4unxOLKWPFA5p2rxt3qDY52LLWc3TyRs7a4QjQuG1tUqKUC_gamQUA/s1600/botinhas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbUs37ftMhozNS5bOgvo8JTgJ2GtH00QvF9-zycQkNRw9Z-f4KPVughv1JYqhUqDCOhH7_U8ImCcC_yceo4unxOLKWPFA5p2rxt3qDY52LLWc3TyRs7a4QjQuG1tUqKUC_gamQUA/s320/botinhas.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Minhas botinhas, clicadas por Elisa Madi em Amsterdam (out./2011),<br />
podem ser vistas em <a href="http://aosmeuspes.tumblr.com/post/19052751755/a-musa-de-van-gogh-em-amsterdam-publicado-com-o">aqui</a>.</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: center;"><br />
<div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://pimptoes.files.wordpress.com/2008/08/van-gogh.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="278" src="http://pimptoes.files.wordpress.com/2008/08/van-gogh.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Os famosos sapatos de Van Gogh. </td></tr>
</tbody></table>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-85089892426054830182012-03-08T23:19:00.002-03:002012-03-09T14:14:40.048-03:00As manias de Dona Gatinha<div style="text-align: justify;">Minha gata é velha. Era da minha avó, que adorava gatos e que a deixou de herança para o Flávio, que foi adotado por ela quando minha avó morreu. Ela é de 98 ou 99, não tenho certeza, e apareceu aqui ainda filhote, arredia que só. Flávio morreu, e a Gatinha não teve outro remédio que não me adotar. Me faz companhia quando estou em casa, resmunga por tudo (e eu resmungo de volta, claro). É uma faminta com TOC, pois o pote de comida precisa estar sempre cheio. E a comida deve ser constantemente sacudida. Além disso, ela exige plateia para comer. Um porre, mas tenho visto que isso é normal. Gatos são assim e, assim como nós, suas manias não melhoram com o tempo. Pioram, e muito. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ontem, percebi que minha gata, além de velha, é burra. Porque, ao sentir-se acuada por dois cachorrões que passavam pela rua, ela - que estava no jardim, protegida pelas grades do portão - correu na direção deles. Quase virou patê de gato na minha frente. Ninguém me contou: eu vi. E, sinceramente, não poderia culpar os cachorros caso conseguissem o intento de mordê-la. Ainda que fosse brincadeira, como sugeriu a dona deles... Ok, sei que ela estava estressada com a presença do pintor velho e surdo que está trabalhando aqui em casa, mas não consigo compreender o instinto suicida dessa gata doida. Penso que talvez seja alzheimer. Gatos também têm isso?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Creio que, com o passar dos anos, ela vem esquecendo os princípios básicos de sobrevivência... Isso, aliás, explicaria as brigas que ela vem tendo na rua com os gatos da vizinhança. Os mesmos gatos que, se invadirem minha casa para roubar a comida dela, ela é incapaz de se mexer para impedir. Vá entender uma coisa dessas... Na rua, ela é uma fera e atualmente exibe no lombo dois ferimentos de batalha. Ah! E antes que me perguntem... Sim, ela é castrada. E, não, não costumava brigar pela rua... Ah, se minha avó visse isso... Ficaria preocupadíssima!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje, novamente, ela me deu provas consistentes de sua crescente inaptidão. É o seguinte: o já mencionado pintor velho e surdo tirou um banco velho do lugar. Este banco ficava na frente da casa, debaixo da janela por onde Dona Gatinha costuma sair para passear na rua. Ela sai sem problemas, mesmo sem o banco; o problema é a volta. Lady Cat, esta frajolinha anciã que está aqui do meu lado encarando a estante (como de costume) não tem mais segurança para dar grandes saltos (apesar de se meter em brigas na rua, note-se mais uma vez). Então, como ontem ela resgungomiou pra cacete antes de pular para a janela, resolvi facilitar o acesso hoje. Antes, encorajei-a a simplesmente pular como ontem. Não rolou. Por isso, saí, peguei uma cadeira e botei embaixo da janela, exatamente onde costumava ficar o banco. Ela olhou, cheirou, resmungomiou infinitamente.... E nada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Saí novamente, ela fugiu de mim. Voltei, busquei ração e saí feito uma idiota pela rua tentando convencê-la de que sou uma pessoa legal e não estava tentando matá-la. Levou tempo. Isso porque sou eu que a alimento todos os dias, escovo o pelo dela, enfim sou mucama desta gata maluca. Mas, bem, como eu já disse lá em cima, parece que isso é assim mesmo, né? Gatos... ;-) </div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOiNapcTnteMV_1lvcWoBkAR8FxpaA5RFCK4TMu85ohYDwjcY2T5EDoNrNEQQtIbTa5QwkxwimhRZwQl_FL7ERzUYLkKc2q137B0qmiFor1tV1eM0Yx7YDBiqRw-pIYOPB5xiszA/s1600/428977_10150610984484812_576489811_8839211_1848750474_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOiNapcTnteMV_1lvcWoBkAR8FxpaA5RFCK4TMu85ohYDwjcY2T5EDoNrNEQQtIbTa5QwkxwimhRZwQl_FL7ERzUYLkKc2q137B0qmiFor1tV1eM0Yx7YDBiqRw-pIYOPB5xiszA/s320/428977_10150610984484812_576489811_8839211_1848750474_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tá olhando o quê? Vai encarar?</td></tr>
</tbody></table><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQisad2YJyp6PcwzCFrOmPGy19Y3PAgj24BTFzRc34vwU25a9WaDlH65bvOqogxJK516VgOU_0icAoINA3NGedeGGAWMinZqF5tVpjByBI6kpQ0maqVWmNogXlaBsmIpgru_pQJg/s400/DSC04989.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQisad2YJyp6PcwzCFrOmPGy19Y3PAgj24BTFzRc34vwU25a9WaDlH65bvOqogxJK516VgOU_0icAoINA3NGedeGGAWMinZqF5tVpjByBI6kpQ0maqVWmNogXlaBsmIpgru_pQJg/s320/DSC04989.JPG" width="242" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vem Gatinha, pode entrar...</td></tr>
</tbody></table><br />
<br />
<div style="text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/5S-ZrxBkqKU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-28759414685642493142012-03-01T11:33:00.007-03:002012-03-04T17:55:27.039-03:00O bolo espatifado<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O ano era 2007. Eu ia casar e andava às voltas com os preparativos da festa. Havia acabado de contratar a Kika para botar ordem no terreiro, porque logo me dei conta de que precisava de ajuda. Definitivamente, organizar uma festa para 200 pessoas e definir quem será convidado ou não é muito, muito, muito complicado. Só quem passou por algo parecido sabe como é... É aquele primo distante do seu pai que ele insiste em convidar porque, décadas atrás, chamou para o casamento de um filho. Ou aquela amiga da sua mãe que você não suporta, mas que ela faz questão de chamar. E você não pode dizer não, porque o dinheiro não está saindo do seu bolso... Um inferno.</div><br />
Naquela terça-feira, eu tinha marcado uma reunião com a Kika para começarmos a definir alguns detalhes do casório, marcado para outubro. Acontece que, naquele dia, 24 de abril, Flávio completava 38 anos e aproveitaríamos também para comemorar. Eu ainda não trabalhava na CNC, mas lembro de ter ido à Casa de Espanha para ter aula à noite. A marajó ainda existia. E, se não estou embaralhando tudo, foi nesse dia que precisei trocar pela primeira vez o pneu do meu carro. <br />
<br />
Não faço ideia de quando comprei o bolinho para o Flávio e tampouco sei se foi na Lecadô ou na Tati. Certamente, num dos dois lugares. Lembro, apenas, de sair da aula e descer para o estacionamento, onde peguei o carro e segui para a saída. Chegando lá, me dei conta de que um pneu estava vazio. Ninguém me ajudou sequer a encostar o carro. Muito menos a trocar o pneu. Meu professor passou de moto por mim, rindo, e não deu a mínima. Aliás, foi naquele momento que percebi que não valia a pena manter qualquer relação extraclasse com ele. Liguei, então, desesperada para o Flávio, que disse que estava indo para lá, mas ia demorar.<br />
<br />
Eu já havia marcado com a Kika na Tijuca e fiquei com medo de não conseguir chegar a tempo. Então, botei mãos à massa. Flávio chegou quando eu estava terminando o serviço, bem a tempo de me ajudar com os apertões finais. Confesso que me senti meio orgulhosa. Fomos, então, encontrar a Kika no Baobá, que já nem existe mais. Creio que estávamos eu, Flávio, ela, Michelle, Jaqueline e, provavelmente, Juliana. Conversamos, cantamos parabéns, comemos bolo.<br />
<br />
Entramos na marajó. Não lembro se todos, mas o que me faz acreditar que a Juliana estava junto é que viramos na Conde de Itaguaí e descemos a Conde de Bonfim em direção à Praça. Seria a única razão para viramos para lá, já que a Michelle mora perto de mim, a Jaque mora perto do Sesc e a Kika, no Grajaú. Na última vez em que toquei neste assunto com a Jaque, ela disse não lembrar desse dia. A Michelle também não lembra direito. Não sei a Juliana...<br />
<br />
Bem, tudo isso é porque ontem eu estava andando a pé pela Conde de Bonfim, voltando para casa, e passei pela esquina da rua Henry Ford. Com isso, lembrei do dia em que fiz a curva com o resto do bolo do Flávio esquecido em cima do carro. Pessoas, na esquina, fizeram sinal para me alertar de que havia algo fora de lugar, mas não dei importância. Fiz a curva com vontade e só ouvimos o ploft. Levamos um tempo até identificar a origem do som. Rimos. Decidi escrever porque minha memória já não é mais a mesma e achei melhor deixar registrado. Talvez não tenha sido nada disso, talvez tenha misturado tudo... O tempo é traiçoeiro e prega peças na gente. Não importa. Deixo aqui o que lembrei. Porque o bolo era uma delicia e fiquei chateada por ele ter se espatifado no chão. Antes o tivesse deixado para os garçons.</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Wz3owhFiIvw/S7t2abrRN_I/AAAAAAAAAw4/ub4JNIKn-mw/s1600/gato+xadrez+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="297" src="http://4.bp.blogspot.com/_Wz3owhFiIvw/S7t2abrRN_I/AAAAAAAAAw4/ub4JNIKn-mw/s320/gato+xadrez+2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nem todo gato que cai da janela tem um fim tão triste <br />
quanto o do bolo de aniversário espatifado...</td></tr>
</tbody></table><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/p7v-LOwk7xU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-35438600872309338122011-07-24T11:08:00.019-03:002011-08-01T00:26:44.574-03:00"Você tem fome de quê?<div style="text-align: justify;">Sexta passada, na hora do almoço, fui abordada por um sem-teto em plena Cinelândia. O tempo estava virando e eu procurava um lugar para almoçar. Ele veio logo me dizendo que não ia me assaltar, que não ia me pedir dinheiro, apenas comida. Eu disse que não tinha dinheiro, mas ele respondeu: "Olha, dona, eu estou com muita fome, se a senhora puder comprar qualquer coisa no cartão, eu agradeço". Concordei, e ele me apontou uma padaria na Álvaro Alvim. </div><br />
<div style="text-align: justify;">No caminho, ele foi me dizendo que não entendia por que essa prefeitura dizia na TV que estava recolhendo todos os moradores de rua, já que isso é uma tremenda mentira. Segundo ele, essa história de abrigo é uma farsa, pois, ao chegar lá eles fazem o seguinte: examinam os olhos deles e coletam um pouco de sangue, só para ver se eles são usuários de crack. Estes são os que ficam nos tais abrigos. Os demais são liberados, sem receber sequer comida. E, por isso, ele estava faminto, pois tinha passado a manhã inteira em função da prefeitura. </div><br />
<div style="text-align: justify;">O sujeito era muito articulado. Chegando na padaria, pediu que lhe comprasse um açaí, produto da terra dele, Belém. Eu perguntei se um açaí não seria muito pouco, se ele não queria também um salgado. E ele: "Ih, dona, o que a senhora quiser comprar pra mim eu aceito. Não pergunta muito, não, senão a senhora vai acabar gastando todo o seu cartão comigo". E riu. </div><br />
<div style="text-align: justify;">Entrei na fila do caixa e, enquanto esperava para pagar, ele comentou: "Ih, a senhora tem uma tatuagem no pescoço!" Eu achei aquela reação engraçada e perguntei: "Tenho, sim, por quê?" E ele: "É que eu tenho uma dessas também, na perna". "Uma dessas?", estranhei. "Uma maçã?" </div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfspU1D0VpFGNgv4MV5RpNZp4i_BhZcVryMVr_kOg0v1KXWl2oVfJ_xFYvSzUSbedxCwzQtaQWSLaMo9qcl9KDYOdTSIefGmqh8LRwxvnAKwtVvXZDetatRv5B-TVUxsu8lGbAAA/s1600/Foto+criada+em+2011-06-26+%25C3%25A0s+15.04.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="320" width="279" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfspU1D0VpFGNgv4MV5RpNZp4i_BhZcVryMVr_kOg0v1KXWl2oVfJ_xFYvSzUSbedxCwzQtaQWSLaMo9qcl9KDYOdTSIefGmqh8LRwxvnAKwtVvXZDetatRv5B-TVUxsu8lGbAAA/s320/Foto+criada+em+2011-06-26+%25C3%25A0s+15.04.jpg" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">"Sim, uma maçã mordida.Arrancaram um pedaço dela." </div><br />
<div style="text-align: justify;">Depois, disso, entreguei o papel para ele pegar o lanche dele e saí fora antes que ele quisesse me mostrar a tatuagem dele. Afinal, vai que, né? ;-) </div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe width="425" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/hOyt4cwjVns" frameborder="0" allowfullscreen></iframe> </div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-49324258423106753422011-07-22T01:16:00.005-03:002012-02-29T10:44:31.679-03:00Qualquer semelhança é mera coincidência?<div style="text-align: justify;">Estava eu no McCafé, tomando um expresso com o pessoal do trabalho, quando engoli em seco e fiquei muda: por alguns instantes, tive certeza de que meu tio Marinaldo caminhava em minha direção. Diante daquela visão do além, pensei: "Porra, isso lá é hora de ver defunto?" Fiquei pensando: "Bem, vai ver que ele tem algum recado pra mandar... Mas por que eu, cara? Por quê?" Eu era nova no trabalho, não conhecia o pessoal direito e fiquei imaginando o que eles iam achar daquilo...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como não consegui disfarçar meu embaraço, saí apontando o sujeito para todos os meus colegas, torcendo para que eles também o vissem. Eu dizia: "Olha lá, é igual ao meu tio Marinaldo!", como se eles soubessem quem havia sido o Marinaldo. Então, me dei conta de que era apenas um sósia bizarramente parecido com meu tio. Afinal, todos o viram (embora, obviamente, não tenham notado qualquer semelhança). Eu o encarava, ele me encarava de volta. "Esse cara não me é estranho!", pensava. Mas achava que provavelmente era porque ele se parecia com o Marinaldo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fiquei tão impressionada com a semelhança que um colega até se dispôs a "posar" para uma foto em que o dito-cujo aparecesse ao fundo. Eu precisava mostrar aquilo para minha tia e minha prima, respectivamente viúva e filha do Marinaldo! Pelo menos, para ter certeza de que a tal semelhança existia mesmo, não era coisa da minha cabeça. E não era, porque elas também ficaram boquiabertas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Acontece que passei a esbarrar com o Sósia vez ou outra no McCafé e a coisa perdeu um pouco a graça por um tempo... Até o dia em que o vi nas proximidades da minha casa, meses depois, caminhando com sacolas de supermercado em plena Conde de Bonfim. Isso, confesso, me deu um certo medo. Como assim, o Sósia do Marinaldo era meu vizinho? Será que eu o conhecia dali, afinal? Fiquei realmente confusa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Passei um bom tempo sem vê-lo... Tanto que já até havia esquecido essa história. Nem sinal dele no McCafé nem nas ruas da Tijuca. Nada. Foi num domingo à noite, quando fui com minha amiga Juliana visitar o Cotidiano, bar que abriu onde antes outrora funcionava o Gratidão, um pé-imundíssimo que costumava frequentar com Clauber e afins.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pertinho de casa, na esquina da rua em que mora meu amigo Felipe. E, como sempre que ia ao Gratidão tentava convencê-lo a vir me encontrar (coisa que ele NUNCA fez, diga-se de passagem), resolvi manter a tradição e chamá-lo para vir à versão limpíssima que se instalou no lugar. Obviamente, ele não veio, alegou estar já na cama, numa ressaca monumental.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Talvez porque eu tenha respondido debochadamente, desdenhando de sua enxaqueca alcóolica, Felipe pediu aos pais, que iam descer para passear com o cachorro, para falar comigo no bar. Pois bem, fui abordada pela mãe dele, sorri, disse que entendia, que estava só botando pilha no filho dela, que era um amigo desnaturado, ela concordou que era um absurdo ele NUNCA ter ido lá me encontrar... Nisso, vi o cachorro fofo deles e, pasmem, dei de cara com o Sósia. E, putz, ele era o pai do Felipe! Mas fiquei quieta. Por um instante, duvidei de meus olhos. E se não fosse ele o Sósia do McCafé?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mandei um torpedo pro Felipe dizendo que precisava contar uma história bizarra envolvendo os pais dele, que era para ele me procurar... Aliás, nossa amizade é cheia de coinciências bizarras que não vêm ao caso agora... Depois de receber o torpedo, lógico que ele me prontamente me procurou no MSN. E contei tudo, mandei a foto que fiz no McCafé... Era realmente o pai dele. E, depois que ele viu umas fotos do Marinaldo, até ele ficou bolado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tá achando que isso tudo é exagero? Invenção minha? Pois, tire você suas próprias conclusões... Observe atentamente as fotos a seguir:</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtEnMcDNA9yYaoh-GhKP7gfyqOCEypbOyh0boAgvj8vVgiiOHOuAMKXz0Wmicd1cn6WHcEQjU6q9BDahW_YSycp_ryrcM2dvNgyMQUqSR93qNmcU6CYaGzqCkUUQMlzFXDw8X-6A/s1600/So%25CC%2581sia+do+Marinaldo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtEnMcDNA9yYaoh-GhKP7gfyqOCEypbOyh0boAgvj8vVgiiOHOuAMKXz0Wmicd1cn6WHcEQjU6q9BDahW_YSycp_ryrcM2dvNgyMQUqSR93qNmcU6CYaGzqCkUUQMlzFXDw8X-6A/s320/So%25CC%2581sia+do+Marinaldo.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Sósia (ou Álvaro) é o que aparece atrás da cara de bobo do Léo, <br />
que gentilmente posou para a foto e, sem o qual, esta história não teria boa parte da graça.</td></tr>
</tbody></table><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUoijNRIFZ5_vfmEFXF2FcbmxT6GunbIpEdfE3cqBjOleOiMUxphKLT-bRa_xtoOFzzIi4JLNWfQonq3aruNi2svQ8Kf3d9cIvqmdUwFSqZscWWbyzzPzQy9o2WYs080gOP9gyRg/s1600/Marinaldo+%25282002%2529+DSCN5659.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUoijNRIFZ5_vfmEFXF2FcbmxT6GunbIpEdfE3cqBjOleOiMUxphKLT-bRa_xtoOFzzIi4JLNWfQonq3aruNi2svQ8Kf3d9cIvqmdUwFSqZscWWbyzzPzQy9o2WYs080gOP9gyRg/s320/Marinaldo+%25282002%2529+DSCN5659.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O famoso Marinaldo Guimarães, meu falecido tio.</td></tr>
</tbody></table><br />
<div style="text-align: justify;">E aí? São ou não parecidos? :-)</div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-82958586764365288922011-03-27T23:13:00.002-03:002011-03-27T23:18:20.829-03:00Um mundo mulherzinha, todo pink<div style="text-align: justify;">Dia desses fui sorteada no twitter. O que eu ganhei? Um convite, com direito a acompanhante, para participar de um evento da Granado no café Besi, no Centro do Rio. O evento, em comemoração ao mês da mulher, falava sobre a linha Pink, que a-do-ro. Então, embora não tenha sido assim um meeeeeeegaprêmio, devo confessar que eu bem gostei de ser chamada para o evento.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
Para me acompanhar, escolhi chamar a Fernanda Carreira, que, no pouco tempo em que trabalhamos juntas, conseguiu me tornar ainda mais obcecada pelos produtos da Granado e, especialmente, pelos da linha Pink. Senti que era a companhia perfeita para a ocasião e uma das que mais tiraria proveito do tal evento. Então, dia 18 de março, lá fomos nós para a Besi - um misto de café e loja de decoração ultrafofo na rua do Carmo - cheias de expectativas rumo a uma promissora sexta-feira.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDbVJhsrB5PTE4sDECN9hD7w-tVWIF9M5EW8T1LWTWbFJJw-j8SPVGs-tfkfNbDLzS3dOgtt51FTNoLHXG647wqFUPH4BMTrPS4Ah1iHk4v5Dvfr07lyySO7C6OmNaOWLOD4hUOg/s1600/DSCN4353.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDbVJhsrB5PTE4sDECN9hD7w-tVWIF9M5EW8T1LWTWbFJJw-j8SPVGs-tfkfNbDLzS3dOgtt51FTNoLHXG647wqFUPH4BMTrPS4Ah1iHk4v5Dvfr07lyySO7C6OmNaOWLOD4hUOg/s1600/DSCN4353.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDbVJhsrB5PTE4sDECN9hD7w-tVWIF9M5EW8T1LWTWbFJJw-j8SPVGs-tfkfNbDLzS3dOgtt51FTNoLHXG647wqFUPH4BMTrPS4Ah1iHk4v5Dvfr07lyySO7C6OmNaOWLOD4hUOg/s320/DSCN4353.JPG" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">De olho nas sacolinhas!</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGS2c1lJFK8pL4TgdDscPOB0qtBiUY0Hnw6TGFFvglVO07r9CuRuxOILoggjqRaQCM3x4e-E3uIwbsGYN4sbaDzGBRcok3bJaoEtrcolhgTyID0Pv-UHSpy-yY80l2pgC0uUR4Xw/s1600/DSCN4352.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">O evento consistia em palestras sobre a Granado e os produtos da linha Pink, com destaque para as novidades (o creme para cutículas e o óleo fortalecedor de unhas, que eu já havia comprado). Falaram também de produtos que virão, como um super-gel que promete proteger calos e bolhas dos pés. Esse eu realmente fiquei ansiosa para conhecer... prometeram para meados de 2011!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em seguida, rolou um lanchinho com sanduichinhos fofos e gostosos da Besi, minicupcakes e refri, além de frapês de doce de leite e chocolate. Teve também um momento relax, para esfoliação e hidratação das nossas patinhas cansadas, mas fiquei decepcionada por não terem aproveitado para demonstrar o creme para pernas e pés cansados, nem o talco antiséptico cremoso e nem mesmo a cerinha para as unhas e cutículas. Eu já conhecia (e gosto de) todos, mas detestei sair de lá com os pés besuntados de creme, escorregando no sapato. :-/</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidiPel5GAg-GkvftJ6r_M0Vy1OlBWnE9wLBf3kpUQI293eQz3Cti16qGu4TqyeehTXBMCGlagm_EBT1PtrM-xPOW3Gx0iXykv_OY3FEMmGnTWJ7ETNSPZl0AimQG5bD91arJoTHg/s1600/DSCN4366.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidiPel5GAg-GkvftJ6r_M0Vy1OlBWnE9wLBf3kpUQI293eQz3Cti16qGu4TqyeehTXBMCGlagm_EBT1PtrM-xPOW3Gx0iXykv_OY3FEMmGnTWJ7ETNSPZl0AimQG5bD91arJoTHg/s320/DSCN4366.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Esfoliar e hidratar é bom, mas usar sapato depois é uó... :-/</td></tr>
</tbody></table><br />
<div style="text-align: justify;">No final, rolou um sorteiozinho de três kits, que não ganhei. As pobres mortais não sorteadas tiveram que se contentar com o óleo fortalecedor (que eu acabei dando para minha mãe, pois não vi sentido em guardar) e um cupom com 10% de desconto. Achei meio pobrinho isso. Não tinha tanta gente lá que não pudessem dar, pelo menos, mais coisas para todas. Ok, continuarei a usar os produtos, ainda que precise pagar por eles, mas acaba que o evento valeu mais mesmo pelo lanche. :-)</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidiPel5GAg-GkvftJ6r_M0Vy1OlBWnE9wLBf3kpUQI293eQz3Cti16qGu4TqyeehTXBMCGlagm_EBT1PtrM-xPOW3Gx0iXykv_OY3FEMmGnTWJ7ETNSPZl0AimQG5bD91arJoTHg/s1600/DSCN4366.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGS2c1lJFK8pL4TgdDscPOB0qtBiUY0Hnw6TGFFvglVO07r9CuRuxOILoggjqRaQCM3x4e-E3uIwbsGYN4sbaDzGBRcok3bJaoEtrcolhgTyID0Pv-UHSpy-yY80l2pgC0uUR4Xw/s1600/DSCN4352.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGS2c1lJFK8pL4TgdDscPOB0qtBiUY0Hnw6TGFFvglVO07r9CuRuxOILoggjqRaQCM3x4e-E3uIwbsGYN4sbaDzGBRcok3bJaoEtrcolhgTyID0Pv-UHSpy-yY80l2pgC0uUR4Xw/s320/DSCN4352.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Queria tanto um creminho para pernas e pés cansados...</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGS2c1lJFK8pL4TgdDscPOB0qtBiUY0Hnw6TGFFvglVO07r9CuRuxOILoggjqRaQCM3x4e-E3uIwbsGYN4sbaDzGBRcok3bJaoEtrcolhgTyID0Pv-UHSpy-yY80l2pgC0uUR4Xw/s1600/DSCN4352.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hummm... Se bem que a Besi também deu uns brindezinhos bem muquiraninhas... Um pacote de café solúvel Suplicy (ok, já experimentei e recomendo, mas o nome inspira muuuuita desconfiança) e um pacotinho de guardanapos de papel desenhadinhos. Mas, enfim, de graça, tá valendo.<br />
<br />
<br />
</div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-16637649911055506732011-03-06T00:25:00.003-03:002012-02-29T10:34:39.871-03:00Memórias de outros carnavais<div style="text-align: justify;">Carnaval não é exatamente um momento fácil para mim. Nunca foi. Sempre me senti menos eufórica do que meus amigos. Lembro, quando criança, de pensar cuidadosamente na fantasia que eu usaria e, na hora h, eu me vestia para ficar em casa, muitas vezes sozinha. Soa deprê, né? Mas eu não ficava triste por isso. Às vezes, havia os bailes do Fluminense para ir, mas creio que era só isso mesmo. Fantasiar-me era algo quase burocrático. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Este período do ano tampouco me traz recordações de grandes viagens. Meus avós, tios, primos... Sempre foram ratos de praia e iam muito para a Região dos Lagos. Entretanto, em geral, quando acontecia de eu e meus pais viajarmos, íamos para o sítio, onde não havia carnaval propriamente dito. Mesmo assim eu me fantasiava, pelo que lembro. E nem sempre havia um propósito nisso. O pior era ficar trancada em casa, à noite, sem outras crianças, sendo obrigada a assistir aos desfiles das escolas na TV. Beirava a tortura, porque a casa que tínhamos na serra era pequena e eu não conseguia dormir com aquele barulho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Namorei e casei com um homem que amava o carnaval, apesar de ser um sujeito absolutamente introspectivo. Sabia todas as letras de samba-enredo, lembrava dos desfiles de cada escola, citava as campeãs de cada ano e me obrigava a passear pela Presidente Vargas para ver as alegorias que entrariam na avenida. Em casa, fazia questão de ver todos os desfiles e teve como grande frustração nunca ter me convencido a acompanhá-lo ao Bola Preta. Era um mangueirense convicto e orgulhoso. Passei anos tentando digerir melhor o carnaval por causa dele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Este é o meu primeiro carnaval sem o Flávio. Pensei cuidadosamente nas fantasias que pretendo usar. Ontem, fiz minha primeira incursão pelo carnaval carioca (ok, segunda, já que sou assídua frequentadora do Nem Muda Nem Sai de Cima, bloco tijucano a que sinto ter a obrigação moral de comparecer todo ano). Fui de gata, pantera, sei lá o que era aquilo. Choveu. Foi divertido pelas companhias que tive, mas não me senti fazendo parte daquilo. Fomos para a Lapa, mas lá também o carnaval me pareceu um pouco surreal. Resultado? Dormi o sábado inteiro, inclusive meio gripada. Atividades momescas? Nenhuma. Assisti a um DVD e fui ao cinema, sozinha.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
Quem sabe amanhã, não é mesmo? Meus amigos em peso irão ao Boitatá. Acho que preciso seguir cada dia de uma vez. Se não chover tem mais chance... Talvez ver os shows gratuitos nos Arcos da Lapa seja uma opção mais realista. Vejamos.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
E deixo, aqui, o melhor exemplo musical não-carnavalesco que encontrei para este sábado à noite:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">RETALHOS DE CETIM</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Benito di Paula</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
Ensaiei meu samba o ano inteiro,<br />
Comprei surdo e tamborim.<br />
Gastei tudo em fantasia,<br />
Era só o que eu queria.<br />
E ela jurou desfilar pra mim,<br />
Minha escola estava tão bonita.<br />
Era tudo o que eu queria ver,<br />
Em retalhos de cetim.<br />
Eu dormi o ano inteiro,<br />
E ela jurou desfilar pra mim.<br />
Mas chegou o carnaval,<br />
E ela não desfilou,<br />
Eu chorei na avenida, eu chorei.<br />
Não pensei que mentia a cabrocha,que eu tanto amei.</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Z1DVYcUK3PY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-35551878151279066352011-01-27T23:58:00.006-02:002012-06-13T16:08:46.878-03:00URGE RECOMEÇAR<div style="text-align: justify;">
Não sei como retomar o blog. Na verdade, não sei como retomar um monte de coisas, mas escrever aqui é algo que não faz sentido adiar mais. Minha vida virou de ponta-cabeça nesse fim/início de ano e, agora, preciso aprender a recomeçar. Não tem sido fácil, mas tampouco tem sido tão difícil quanto cheguei a imaginar que seria. :-)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha vida social anda mais movimentada que nunca e, realmente, sou muito grata aos amigos que têm se esforçado diariamente para me fazer seguir em frente. Para que vocês tenham uma ideia, já cantei num videokê de um bar gay (o Sal y Pimenta, na Lapa), fui ao Cachaça Cinema Clube, assisti a vários filmes bacanas no cinema ("Machete", "A rede social", "Biutiful") e no DVD, passei dias imersa na piscina, joguei Imagem & Ação, tomei cerveja por aí, saí para olhar a lua e jogar conversa fora. Isso tem sido muito, mas MUITO bacana MESMO. Além disso, tenho lido que nem louca, porque livros são excelentes companheiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Mais complicado tem sido organizar o lado prático da vida, a rotina. Ainda não consegui me acertar com as compras de casa, nem dei conta de arrumar uma penca de coisas, mas já dei cabo de algumas burocracias. Tenho sorte, porque gosto de viver sozinha (acho que ser filha única ajuda bastante nessas horas). Só preciso aprender os macetes, que, sem dúvida, existem. Compras de supermercado? Hortifruti? Estou quase lá. Cadelas? Gata? Ração? Veterinário? Ainda estou engatinhando, mas vislumbro progressos. Agora, repensar meus planos de vida é o pior. Acho, porém, que isso deve vir com tempo, né? Enfim...</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Aos que não estiveram comigo nos últimos meses e não fazem ideia do que está se passando, comunico tristemente a morte de meu marido no último dia 13 de janeiro. Flávio (ou MacGyver, para os mais chegados) se foi após um martírio de quase três meses de internação. Embora este não tenha sido o desfecho que desejávamos, creio que tem me ajudado a aceitar melhor a perda de alguém tão jovem e que eu esperava que estivesse ao meu lado por muito mais tempo. Sendo assim, e se é que ainda há o que se trilhar depois desta vida, posso apenas desejar que meu companheiro tenha paz e muita luz em seu caminho. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Repito, portanto, a homenagem que a ele fiz no Facebook e no Orkut:</div>
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img class="img" src="http://a4.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/hs036.snc6/166597_491460724811_576489811_5778600_7302664_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; width: 393px;" /></td></tr>
<tr align="center"><td class="tr-caption"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
"Assim como o oceano</div>
<div style="text-align: center;">
Só é belo com luar</div>
<div style="text-align: center;">
Assim como a canção</div>
<div style="text-align: center;">
Só tem razão se se cantar</div>
<div style="text-align: center;">
Assim como uma nuvem</div>
<div style="text-align: center;">
Só acontece se chover</div>
<div style="text-align: center;">
Assim como o poeta</div>
<div style="text-align: center;">
Só é grande se sofrer</div>
<div style="text-align: center;">
Assim como viver</div>
<div style="text-align: center;">
Sem ter amor não é viver</div>
<div style="text-align: center;">
Não há você sem mim</div>
<div style="text-align: center;">
E eu não existo sem você"</div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes</div>
<br />
<br />
<br />
Compartilho aqui, nostálgica, uma das músicas que o Flávio escolheu para compor uma fita k7 (lembram disso?) que ele gravou pra mim quando a gente começou a namorar, 12 anos atrás. Acho belíssima.</div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/QAjf1WlziPA?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<div class="mvm uiStreamAttachments clearfix" data-ft="{"type":"attach"}">
<div class="UIImageBlock clearfix">
<a class="uiVideoThumb UIImageBlock_Image UIImageBlock_MED_Image" data-ft="{"type":"media"}" href="http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=126180517450092&id=665084137&ref=notif&notif_t=feed_comment_reply" id="u909929_5" rel="async" tabindex="-1" target="_blank"><br />
</a><br />
<br />
E, ainda, deixo aqui esta música, que eu nem conhecia, mas que o Flávio usou para se descrever no Orkut durante anos. Como decidi pedir para excluírem o perfil, achei melhor incluí-la neste post-homenagem:<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=Tq8eDW6lq7w"></a></div>
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Tq8eDW6lq7w?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Para concluir:<br />
<br />
<br />
<div class="UIImageBlock_Content UIImageBlock_MED_Content fsm fwn fcg">
<div class="uiAttachmentTitle">
<div style="text-align: justify;">
"There's something just as inevitable as death. And that's life." (Charles Chaplin)</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/5rkNBH5fbMk?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br /></div>
</div>
</div>
</div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-14657647931398298252010-12-06T10:56:00.005-02:002010-12-13T10:28:37.378-02:00De Niterói à Tijuca: entre amigos, é sempre melhor!<div style="text-align: justify;">Há séculos não passava uma tarde de domingo em Niterói. Não que isso me faça tanta falta, mas andar pelas ruas de Icaraí me faz lembrar de minha avó e isso é sempre bom. Faz lembrar também dos amigos que fiz pela cidade e do período em que cheguei a cogitar em morar lá. Hoje, não troco minha Tijuca por nada, mas ir a Niterói ainda é um bom passeio, principalmente na companhia de amigas tão queridas como a Vanessa e a Juliana, que atualmente vive em Icaraí.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fomos até Niterói para um churrasco da nova família do pai da Vanessa, no Barreto. Ela não queria ir sozinha e me pediu para acompanhá-la. Fomos parar em uma casa simples, com uma família bem simpática e bastante acolhedora, que nos entupiu de carne e refrigerante. Era tanta comida que logo demos um jeito de sair dali, antes que a gente saísse de lá rolando ladeira abaixo. Além do mais, fazia muito calor e não aguentávamos mais a proximidade da churrasqueira... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Liguei para a Juliana convidando-a para um passeio. Ela topou e, com isso, fomos buscá-la em casa, em Icaraí. De lá, fomos para um quiosque em Boa Viagem, para pegar um pouco de vento, ficar olhando a paisagem e, talvez, tomar uma água de coco. Como ninguém veio nos servir, começou a ventar e a vista para o Rio começou a ficar meio embaçada, resolvemos dar continuidade ao passeio. Lembrei do jogo do Fluminense, tricolor relapsa que sou, e fomos em busca de uma TV em Icaraí.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por isso, estacionamos na Moreira César e seguimos a pé em busca de um bar com TV. Paramos num lugar chamado Virtual Bistrô, que tinha um telão e um banquinho vazio, de frente para o jogo. Um achado! Ficamos ali tomando água e suquinhos até meu time ser sagrado tricampeão brasileiro, 26 anos depois do último título. :-)</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqyx0TxZnEGSuSTo-bWZV-z_MhhJCMljmLXu9KOWhxksalsRqD0KEuCCoHb44ZoKsT4peNHqsFcAiRf94Ne3Ko095BiV0tzTcCgb968VC9qhJ_hw_R7APgNYBJC20OA5-ZLKakxQ/s1600/Niter%25C3%25B3i+Tricolor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqyx0TxZnEGSuSTo-bWZV-z_MhhJCMljmLXu9KOWhxksalsRqD0KEuCCoHb44ZoKsT4peNHqsFcAiRf94Ne3Ko095BiV0tzTcCgb968VC9qhJ_hw_R7APgNYBJC20OA5-ZLKakxQ/s320/Niter%25C3%25B3i+Tricolor.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ser campeã entre amigas é ainda melhor... Neeenseee!!!</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">Juliana tinha um compromisso e nos deixou, mortas de vontade de continuar a comer pastéis... Eu e Vanessa resolvemos, então, ir comê-los no Adão da Tijuca (ex-Estephanio's). Chamamos o Marcelo Vital, morador das redondezas, que veio com sua prima. Chegaram, os dois, debaixo de um tremendo temporal. E a chuva, torrencial, caiu por um bom tempo... Resultado: assistimos de camarote a mais um alagamento da esquina da Ribeiro Guimarães com Artistas. E só saímos de lá depois de muito chopp e pastel, mas valeu. E muito. Ainda mais por estar entre tantas pessoas vestindo as cores do Fluminense.</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA0nA0fuqjHac7rgw83IOFIVHeKWt-eNUnBb0i3aUFTmzkwRqMXhhqBa4T2CbGxZyeY0kQ9x2eBZnGGAsi_D0cn_AfEQpmW13EBvKN9iIpwLMW08PTLF78up1p2lXFW_SmW1Xhmg/s1600/Enchente+5.12.10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA0nA0fuqjHac7rgw83IOFIVHeKWt-eNUnBb0i3aUFTmzkwRqMXhhqBa4T2CbGxZyeY0kQ9x2eBZnGGAsi_D0cn_AfEQpmW13EBvKN9iIpwLMW08PTLF78up1p2lXFW_SmW1Xhmg/s320/Enchente+5.12.10.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foi um rio que passou em minha vida...</td></tr>
</tbody></table><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-21702385403769759262010-11-28T23:36:00.006-02:002012-02-29T11:05:46.782-03:00Um bom domingo<div style="text-align: justify;">Hoje me desfiz de minha bicicleta. Era uma Caloi Ceci com cestinha, toda colorida. Gostava dela, era fofa, mas estava aqui apenas pegando ferrugem e poeira. Além disso, corria o risco de ter os pedais e o selim comidos pelas cadelas, tal qual elas fizeram com a bicicleta do Flávio. Estou feliz. Acho que ela será, finalmente, usada por alguém. Eu mesma quase conto nos dedos as vezes em que andei nela... Foi providencial encontrar a Raquel, amiga e conterrânea da Biba, nas imediações da Saens Peña. Agora, ela é a feliz proprietária de uma bicicleta, artigo que vinha pensando em comprar, pois facilitaria sua vida. Que faça bom uso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas o domingo não foi marcante apenas por isso. Refiz, também, a prova para a Fiocruz. Desta vez, na Cândido Mendes do Centro. Tudo bem que não foi tão perto de casa como da outra vez, mas serviu para rever a Juliana e o Fernando, que andam bastante niteroienses. Vi também, ainda que de longe, o Salgueirinho, mas não deu para esperá-lo na saída. Provavelmente, se tivesse ficado na porta, encontraria ainda mais gente conhecida. Talvez fosse divertido, mas consegui convencer o digníssimo casal já citado a caminhar pelo Aterro e fomos embora.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
Saímos a pé em direção à Praça XV, andamos até o aeroporto e, de lá, até o MAM... E seguimos adiante, sempre acompanhados daquela paisagem estonteante. O dia estava realmente lindíssimo, ótimo para caminhar. Juliana foi reclamando de fome o tempo inteiro, bem como das sapatilhas que dilaceravam seus pés, mas não desistiu. Decidimos caminhar até o Botafogo Praia Shopping para comer alguma coisa e, à altura do hotel Novo Mundo, no Flamengo, lembrei de ligar para a Rosana. Queria chamá-la para ver o novo filme do Woody Allen no Arteplex.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela estava andando de bicicleta em Ipanema, mas topou o programa. Juliana se animou para o cinema e continuamos a caminhada até o shopping. É bem verdade que, ao chegarmos lá e forrarmos nossos estômagos, ela quase deu para trás, mas o apelo de um programinha de meninas (o Fernando ia ficar pelo shopping mesmo) foi mais forte. E foi assim que assistimos à sessão das 19h50 de "Você vai encontrar o homem dos seus sonhos".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Gostei do filme, embora ache que o fim ficou meio solto... Gosto de histórias mais amarradinhas, com início, meio e fim. Não é o caso desse filme, mas como é um Allen legítimo, não importa tanto. Foi bom de ver, ainda mais na companhia de duas grandes amigas. Ter Juliana e Rosana ao meu lado, ao mesmo tempo, já valeu o programa. Pena, apenas, que, dado o adiantado da hora, não tenhamos parado para fazer um lanche depois. Mas valeu, ah se valeu...</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh46XAhp90tBCG9nIM8UnddHoLj_dXp-jB_7fGVHzByMEF26p5f7Y0s9gVA7CbaEMDtuMyz176JnK2127xduVHUUaJh-uf0VlkuR_gvygk5vD49uXVptRGC8BhMJ2zlLr6dZeINDw/s1600/Aterro+28.11.10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh46XAhp90tBCG9nIM8UnddHoLj_dXp-jB_7fGVHzByMEF26p5f7Y0s9gVA7CbaEMDtuMyz176JnK2127xduVHUUaJh-uf0VlkuR_gvygk5vD49uXVptRGC8BhMJ2zlLr6dZeINDw/s320/Aterro+28.11.10.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Juliana e eu no Aterro: lindo dia</td></tr>
</tbody></table>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-63498530088438835602010-11-09T10:41:00.000-02:002010-11-09T10:41:58.388-02:00Jazz no topo da favela<div style="text-align: justify;">Finalmente consegui ir ao jazz no <a href="http://jazzrio.info/">The Maze Inn</a>, o <i>hostel</i> também conhecido como A Casa do Bob, localizado em plena favela Tavares Bastos. O melhor da noite? Não gastei um centavo para entrar, pois tive a sorte de descobrir que um amigo músico está tocando lá. Encontrei o Leandro (Freixo) num show do grupo Cabuloso (do qual ele faz parte) no Centro de Referência, na Garibaldi. Ele me chamou para vê-lo tocar no The Maze e perguntei se ele não me arranjava dois convites (afinal, a entrada custa salgados R$ 30!).</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
Convites confirmados, partimos eu e Jaque rumo ao Catete. Para quem não sabe, a Tavares Bastos é uma rua de paralelepídos que sobe, sinuosa, como se fosse uma rua de Santa Teresa, cuja subida começa na Bento Lisboa (Catete). A gente vai passando por casarões fantásticos até não ter mais como seguir adiante e descobrir que está no meio da favela. Estacionei, e, logo, dois meninos se ofereceram para nos levar até a Casa do Bob: muito simpáticos e empolgados com o evento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não tivemos problemas para entrar, mas o lugar estava lotado e abafadíssimo. Afinal, sexta-feira fez um calor terrível e o lugar não conta com muitos ventiladores ou janelas. A varanda estava concorridíssima, então, mal conseguimos ver a paisagem deslumbrante que se vê lá de cima. Acho que é uma das vistas mais bonitas que se tem da baía de Guanabara em toda a cidade! Adoraria ter conseguido chegar lá na ponta. :-)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A música é realmente muito boa, mas os músicos praticamente não param de tocar. Isso me pareceu meio cruel, já que o lugar é tão quente. Entretanto, é claro que é ótimo poder contar com música ao vivo de qualidade praticamente todo o tempo. Quase não conseguimos falar com o Leandro, uma pena. Ah! Adorei o terraço do <i>hostel</i>, embora, de lá, não se ouça nem uma nota da música que continua a tocar, firme e forte. Acho, apenas, que faltam lugares para sentar... Ainda que de alvenaria (fica como sugestão).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Agora, problema sério mesmo é a bebida... A água sem gás acabou antes mesmo de a gente chegar. Eles conseguiram repor, mas continuou sem dar vazão e acabou de vez. A água com gás acabou em seguida. Tomei uma das últimas coca zero (como vocês podem notar, não estavávamos na pilha de encher a cara naquele suadouro) e, pelo que entendi, a cerveja estava quente. Sinceramente, a R$ 30 por cabeça, isso é bastante complicado... Mas não chegou a estragar a noite.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
O público é bastante diversificado. Há muitos turistas estrangeiros, é claro, mas também cariocas de várias tribos. A mistura é inusitada, e, se estivesse um tiquinho menos cheio e fresco, seria o ambiente perfeito para interagir e fazer novas amizades. Os sofás são confortáveis e as mesas, praticamente coletivas. No fim das contas, um barato. Vale, sem dúvida, uma visita. Pena que esqueci de levar a máquina...</div><div style="text-align: justify;"><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://basebrazil.com/images/MAZE_map_inverted.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="220" src="http://basebrazil.com/images/MAZE_map_inverted.gif" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Na falta de foto, fiquem com o mapa de lá</td></tr>
</tbody></table><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-64716549683095638982010-10-22T14:56:00.001-02:002012-02-29T11:12:22.463-03:00Troca de livros<div style="text-align: justify;">Acho que já disse aqui mais uma de uma vez: adoro ganhar livros da Saraiva. Porque é fácil de trocar e, como eles dão o prazo de um mês para isso, dá até tempo de ler o livro ganho e decidir se vale a pena mantê-lo na estante ou não. Há quem pense que faço uma grosseria ao fazer a troca, mas o fato é que minhas estantes já são abarrotadas demais para que eu me dê ao luxo de ficar juntando livros lidos que não pretendo reler ou dos quais não precisarei para mais nada (um trabalho acadêmico ou uma pesquisa, por exemplo).</div><br />
<div style="text-align: justify;">Pois bem, dito isto, confesso: troquei o livro que meu amigo Vital me deu de presente de aniversário. :-)</div><br />
<div style="text-align: justify;">E vejam que era um Vargas Llosa que eu ainda não havia lido... Só que eram vários contos, do livro de estreia dele, e uma novela. Ou seja, não me fascinaram como os romances do sujeito o fizeram. Não morro de amores pela pessoa pública que é Mario Vargas Llosa, mas realmente gosto do romancista que ele é. Achei, inclusive, bem razoável o Nobel em Literatura recém-recebido por ele. O cara é bom escritor, mas, em início de carreira, verdade seja dita, ainda tinha um longo caminho a trilhar...</div><br />
<div style="text-align: justify;">Rodei, rodei a Saraiva do Shopping Tijuca e acabei batendo o olho numa edição bonita (Ah, as capas... Elas sempre me chamam a atenção!) de um livro de Nelson Rodrigues, escrito sob o pseudônimo de Suzana Flag... Ameeeeeeeeei o título: "Meu destino é pecar". O livro que troquei custava pouco mais da metade, mas consegui inteirar com um bônus que eu tinha no cartão Saraiva Plus (Sorte, né!?) e acabei dando apenas sete reais do meu bolso.</div><br />
<div style="text-align: justify;">Saquem só a capa e a contracapa:</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRabqbcov7IDfDWCS6ngGvU2PHJ1a_r-m9b68f067ZddGdVf-fVaHTm_uJ6jTS0rscI74r6V6yZJARTYqNjD1MYKVbhlsVOT4oSiTM-G59HZ3UHqyZTDrdAsUOPDMx40nBeD5Lng/s320/DSCN4337.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="240" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Não é lindo? Foi amor à primeira vista!</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRabqbcov7IDfDWCS6ngGvU2PHJ1a_r-m9b68f067ZddGdVf-fVaHTm_uJ6jTS0rscI74r6V6yZJARTYqNjD1MYKVbhlsVOT4oSiTM-G59HZ3UHqyZTDrdAsUOPDMx40nBeD5Lng/s1600/DSCN4337.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS65oemShpUTdALXy5GcbUPHtYJHQdA2DTEjL38ll4B0FV7ZZ4Jpcqd5ZC2PtsT7X6oqer2bcfp7k2nMqESfYPPG0VPTqQ-xntqimERzgBcCWhCH43fS2vqq7kPAIdPm7_fvIw1g/s320/DSCN4338.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="240" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Achei um barato a contracapa com a "assinatura" <br />
do pseudônimo Suzana Flag</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">No ônibus de volta para casa, quase emendei de vez na leitura. Como flui, né!? Ler Nelson Rodrigues, mesmo quando a história é barra-pesada, é de uma leveza assustadora. Entretanto, achei melhor deixar para saboreá-lo mais tarde, quando já tiver terminado "A história de Mayta", um romance do Vargas Llosa que encontrei perdido na minha estante. Não, não recomendo, mas não é de todo ruim. Achei a tradução sofrível, é verdade, mas o pior é que este é um romance muito aquém dos que já li dele. Interessante, mas dispensável. A ser lido, preferencialmente, no original ou com outra tradução que não a de Remy Gorga Filho, de quem nunca nem havia ouvido falar. Alguns me perguntam: "Então, por que ler até o fim?" Mas é que eu sou curiosa, né!? Não consigo parar assim no meio... :-)))</div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-57279906917773988852010-10-17T12:44:00.001-02:002010-10-17T12:45:26.041-02:00Fimes para se ver de molho?<div style="text-align: justify;">Conforme havia prometido, vamos a um inventário dos filmes que vi durante meu processo de convalescença. Não sei se lembrei de todos, mas certamente os mais significativos estão na lista. A ordem não faz o menor sentido, mas vamos aos títulos, seguidos por breves comentários: </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>1) O segredo dos seus olhos</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Eu adoro o cinema argentino. Ainda mais quando vem com certificado de autenticidade, ou seja, tem o Ricardo Darín no elenco. Daí, o filme ganhou o Oscar de filme estrangeiro, eu tentei até ver no cinema, mas acabei não indo. Acho até que ainda está em cartaz, mas preferi baixar mesmo. Amei. Bem produzido, história surpreendente, cheia de reviravoltas... Recomendo, de verdade. E temo, pois ouvi dizer que Hollywood pensa em fazer um remake. Fala sério, né? Pra quê? Me digam: pra quê???</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>2) Tudo pode dar certo</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Hilário. Mas sou suspeita, porque adoro os filmes do Woody Allen. De qualquer forma, ri bastante e até esqueci que minha perna estava doendo pacas. Divertidíssimo. Fácil de baixar e legendas razoáveis. Recomendo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>3) Gran Torino</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Dramalhão, bem norte-americano. Filme razoável, mas... Ah, sei lá, quem precisa disso? Clint Eastwood está bem no papel do militar racista que é "dobrado" pelos vizinhos orientais e tal. Esse eu já tinha alugado há séculos e não tinha visto (copiei bestamente). Acabei vendo na TV, então, se alguém quiser minha cópia, é só pedir. Pra quem gosta do estilo, é um prato cheio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>4) Coraline e o mundo secreto</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Morro de medo de bonecas com olhos de botão e acabei achando o filme assustador. Entretanto, no fim, gostei do filme. Passa toda hora na TV. Pena que não vi em 3D...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>5) Julie e Julia</b></div><div style="text-align: justify;">Passou na TV e acabei vendo. Achei chato, apesar do bom desempenho de Meryl Streep no papel de Julia Child. Ainda bem que não perdi meu tempo alugando.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>5) Motor Psycho</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Um dos filmes do tal papa do soft porn sobre o qual comentei outro dia: Russ Meyer. Divertido, com <i>muscle cars</i>, mulheres peitudas, violência e diálogos insólitos. Bem B mesmo. Realmente, nota-se claramente que é uma das influências do Quentin Tarantino. Divertido.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>6) Faster, Pussycat! Kill! Kill! </b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Outro filme do Russ Meyer. Talvez, o mais conhecido. Gostei bastante. Agora, apenas a título de ilustração, segue o cartaz do filme:</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4UQUy73QWQdV95x0S8nIVd0IwAHJ4Gmos7827ymiQNd3KIWR163YZVkNoH79_ynhTrvciDjgNnW8ECCrNNemth0skEzm0FTeSS71JO9rZbTqCCzGjMmJPYvQWLrBC-V9HkM6o/s320/FasterPussycat-capa.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="236" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Acreditem, essa mulher, Varla (Tura Santana), <br />
é o cão chupando manga</td></tr>
</tbody></table><br />
<div style="text-align: justify;"><b></b></div><div style="text-align: justify;"><b>7) Grindhouse: À prova de morte e Planeta Terror</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Eu ia ver À prova de morte (do Tarantino) no cinema, mas depois a Julie me contou que ele fazia parte de um projeto do Quentin Tarantino com o Robert Rodriguez, chamado Grindhouse, e que havia, portanto, outro filme (Planeta Terror). Então, resolvi baixar e ver em casa mesmo, os dois. A despeito dos zumbis toscos do filme de Rodriguez, gostei bastante de ambos os filmes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-88015013172607557732010-09-29T10:00:00.023-03:002010-10-18T10:02:14.795-02:00Inventário de presentes<div style="text-align: justify;">Este ano, ganhei diversos bons presentes que gostaria de compartilhar com todos. Afinal, tá certo que o que vale é a presença e tal, mas presente é bom, sim. Ainda mais, presente bacana. Ou não? Ok, estou morrendo de tédio, em casa, com essas pernas enfaixadas (preparem-se que, daqui a pouco, começo a falar sobre os filmes a que tenho assistido! ;-P) e não sei mais o que inventar. Estudo, leio, vejo filmes, escrevo, jogo vídeo-game (mas o <a href="http://www.wii-brasil.com/">Wii</a> está restrito ao <a href="http://www.wii-brasil.com/?sec=verjogo&id=1053&plat=wii"><i>Mario Bros</i></a>, já que estou incapacitada para a maior parte dos movimentos do Fit e mesmo do Sports, e não tenho outros jogos), navego na internet... E tenho comido horrores, claro, porque minha mente ansiosa só sabe pensar em comida. <a href="http://cafe-zurrapa.blogspot.com/2010/03/yes-eu-amo-pipoca-mas-faco-dieta-sempre.html">Renata, minha nutricionista</a>, que não me leia... :-)))</div><br />
<div style="text-align: justify;"><b>1) Vanessa e Enaldo</b> - Confesso que fui até a loja trocar o aroma, porque o de baunilha (a Vane A-M-A!) era doce demais para mim. Anyway, amei. Hidratante nunca é demais... e colônia, idem.</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimICdX1_QtSt_tM7X8ybMqfJ_pS4zg74IQ6DldiIzlT3ATZ33VtjnIq7XVYsXivqyI25gPwgNAfiC8DeTwMhFYdDKfhf8b234nMGUSnQ-G-OpFlJ3ExutXV90ij03FJCQHLRd2zA/s320/DSCN4296.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="240" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Body splash (qual o problema em chamar de colônia?) <br />
e hidratante Sweet Angel (aroma Sweet Spell)</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimICdX1_QtSt_tM7X8ybMqfJ_pS4zg74IQ6DldiIzlT3ATZ33VtjnIq7XVYsXivqyI25gPwgNAfiC8DeTwMhFYdDKfhf8b234nMGUSnQ-G-OpFlJ3ExutXV90ij03FJCQHLRd2zA/s1600/DSCN4296.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><br />
<div style="text-align: justify;"><b>2) Salgueirinho e Beatriz</b> - O Leandro sempre aproveita meus aniversários para me educar culturalmente, digamos assim. Foi assim que me apaixonei por <a href="http://orangotag.com/show/112-dexter"><i>Dexter</i></a> (certo ano, ganhei um DVD com a 1ª temporada completa e, desde então, venho acompanhando esse peculiar <i>serial killer</i>). Em 2010, ganhei CD e DVD:<br />
<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguouJNJd2-ZHUd9RwWSOXJ3JlOdnRJS-RwPUFqhaorRLqzqPe5_vSH4O8DtMP01zajz57a1j58Q3Gvo3Gg3QTFG6TJ6I1vB1cudICCA07rT4Pa9LGHcQ0sSN0jutkziYp07JH8gg/s320/DSCN4285.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Saquem só a cultura cinematográfica do moço...<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><br />
</td><td style="text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkFgSzZPlFV-dqicHIIaROfCKGkiVGHPCiVQAKUY-D8uV_DX3ZS7BVgdIXCZx8ClYSLfZvCg8c00g935uwV1uycFE0H524V7vUmz7ZV66AFPiQ5NWhx-jrfMl6AFXXigeJv3qCWA/s320/DSCN4276.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="240" /></td></tr>
<tr align="center"><td class="tr-caption"><br />
</td><td class="tr-caption">A musical também é foda, né? Já tá no ipod</td><td class="tr-caption"></td></tr>
</tbody></table></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;"><b>3) Marcelo Vital</b> - Rá! Eu amo ganhar livro. Ainda mais livro que ainda não li, de autores latino-americanos de minha predileção. Gosto do texto do <a href="http://www.mvargasllosa.com/">Vargas Llosa</a> (recomendo veementemente a leitura de <a href="http://books.google.com.br/books?id=786TOcAoDT4C&printsec=frontcover&dq=tia+julia+e+o+escrevinhador&source=bl&ots=uErH3_6D_S&sig=uQZ6Ry9HVAn8WVtALy3E5brokec&hl=pt-BR&ei=k5miTPzzE4GC8gb37_joBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CB8Q6AEwAg#v=onepage&q&f=false"><i>Tia Julia e o escrevinhador</i></a>, <a href="http://books.google.com.br/books?id=ljhCZ9Cys-sC&printsec=frontcover&dq=pantale%C3%A3o+e+as+visitadoras&hl=pt-BR&ei=xZmiTOOjIcH98AaBk-jhBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCwQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false"><i>Pantaleão e as visitadoras</i></a>, <a href="http://books.google.com.br/books?id=gCHyJmOWUGcC&printsec=frontcover&dq=a+cidade+e+os+cachorros&hl=pt-BR&ei=3pmiTPuCGcH-8Ab94_TkBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CDEQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false"><i>A cidade e os cachorros</i></a>, nessa ordem). Ainda não tinha esse livro que o Vital me deu. E já estou lendo... Se conseguir terminar a leitura a tempo e não me apaixonar pelo livro, ainda vou à <a href="http://www.livrariasaraiva.com.br/">Saraiva</a> trocá-lo por outro. :-)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM4-6t0gi7-MXiXFtGWfSoD3j2GHrnDWRwz8fPhntMUH8ciavIMlPxnOBhzOPMrPqdvHt8BAkpGbQX81YyIehx2OVBct0bhF7nqiBWUcF55-ynDsXSLhvw-3Eb8wqKc2M25uljGA/s320/DSCN4278.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="240" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O livro reúne dois textos: <i>Os chefes</i> (1959), livro de estreia do autor, <br />
e <i>Os filhotes</i>, novela de 1967</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM4-6t0gi7-MXiXFtGWfSoD3j2GHrnDWRwz8fPhntMUH8ciavIMlPxnOBhzOPMrPqdvHt8BAkpGbQX81YyIehx2OVBct0bhF7nqiBWUcF55-ynDsXSLhvw-3Eb8wqKc2M25uljGA/s1600/DSCN4278.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><div style="text-align: justify;"><b><br />
</b></div><div style="text-align: justify;"><b>4) Musse, Márcia e Sofia</b> - Um DVD com um show clássico de Bob Marley promete, não?</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><br />
<img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDWzrrFdevUK6vzkfgqcascZkiFkBeO5klotjgqw1JJlcplhzcqs-alj-HasWgSZMMgFC_8QynpECYmSmY6c9QXsTWUByB8ay1zOlGPVqdi2rUma-SO7i5bhKddtd_6WNd3TuXmw/s320/DSCN4286.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="240" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Quem quer vir aqui em casa assistir?<br />
Sobrou cerveja pacas...</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDWzrrFdevUK6vzkfgqcascZkiFkBeO5klotjgqw1JJlcplhzcqs-alj-HasWgSZMMgFC_8QynpECYmSmY6c9QXsTWUByB8ay1zOlGPVqdi2rUma-SO7i5bhKddtd_6WNd3TuXmw/s1600/DSCN4286.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div> <b> </b> <br />
<div style="text-align: justify;"><b>5) Germana e Hernán</b> - Minha primona sempre sabe como me agradar. Amo brincos, e estes são lindos.<br />
<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK_6OGKGn93Lgq8mK-Gw4aVY7nH8WzO3dEf9RTnUES5bQZK4c89QVIdnnvKZpUSOKSMilWjPeVMij_UnBQFOTpZFWwooVvjIQLutm3dE8lWFU7KKivwzuljC2BIyK-u08ZKWT4jQ/s1600/DSCN4287.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"> </a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzg5UzSC8XqoDMJaN3g0l6tOnewWm3Ldp7gq-HQb09Ffgl2rpTGkF9i8cwXsJUklZ2KwpZhi4IcoPeMZQUZPvgt3FM_Udz6yzOyiD286bNWczMzohAahF4MW6Z3gxBZE4XH3mSSQ/s320/DSCN4288.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Juro que, se conseguir uma foto melhor, troco. <br />
Esta não faz jus aos brincos</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzg5UzSC8XqoDMJaN3g0l6tOnewWm3Ldp7gq-HQb09Ffgl2rpTGkF9i8cwXsJUklZ2KwpZhi4IcoPeMZQUZPvgt3FM_Udz6yzOyiD286bNWczMzohAahF4MW6Z3gxBZE4XH3mSSQ/s1600/DSCN4288.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><div style="text-align: justify;"><b>6) Heloísa</b> - Minha tia gaúcha lembrou de mim e me deu esse conjuntinho fofo de brincos e cordão. Mas o melhor presente, mesmo, não tive tempo de fotografar: um brigadeirão de-li-ci-o-so. Imaginem aí! ;-)<br />
<br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3Xdh7JcUiRZdMhsgUFjzE_cNG4T24aZNGJYl4cvXujd-VXX6DQNhjdKzZ5YzbEDZW7HsCn-rqCDXu6JkLnG5SpvisZkgwUA9KA8nn-wgzxga9gLVxtSpP2DZEB80NEFYnyca19w/s320/DSCN4289.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma fofurinha, não?</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3Xdh7JcUiRZdMhsgUFjzE_cNG4T24aZNGJYl4cvXujd-VXX6DQNhjdKzZ5YzbEDZW7HsCn-rqCDXu6JkLnG5SpvisZkgwUA9KA8nn-wgzxga9gLVxtSpP2DZEB80NEFYnyca19w/s1600/DSCN4289.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><div style="text-align: justify;"><b>7) Eugênia</b> - Os presentes da Eugênia são sempre inspirados. Achei essa bolsinha uma graça, só não decidi ainda para que vou usá-la. Moedas, talvez? Aceito sugestões...<br />
<br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi55xFw16HX7DKpDZGSVdsn8rI8KqAm1PZE-LyZCBaDnv21SRAAX4GPknjaWmI8lpMfFjwkNqfppqhVAh8t5KbTJJ6W-H-R5HEd0ERLja87AUTrWv1ywiqizWowNd8PdO4T_SU5Kw/s320/DSCN4290.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Adorei esse cristo magrelo sob sol sertanejo <br />
(sei lá, sol vermelho me soa escaldante e, portanto, lá do sertão ;-D)</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>8) Luiz Antonio e Francine</b> <b>(e Daniel, Helena e Fernanda)</b> - Na verdade, eles me deram um desodorante do <a href="http://internet.boticario.com.br/portal/site/internetbr/">Boticário</a>, mas eu estava com tanta vontade de comprar esse creme e tão sem grana para isso que aproveitei o presente para abater o valor do creminho-gel-que-parece-de-comer da nova <a href="http://internet.boticario.com.br/portal/site/produtos/menuitem.4e767f31219720cd15c55f8d3a108a0c/?home=nao&idCanal=9de073c72972e110VgnVCM1000006f04650aRCRD&secao=produtos&subsecao=mulheres">linha Fun</a>. Espero que não fiquem chateados, mas eu amei a troca e agradeço aos dois por terem me ajudado a comprar o creme que tanto queria.<br />
<br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyrrmWv8L9nvhXsJuZ3VcRWJ1MT-t-L-dY0dEsWt3sDK-xY6_QQTS7VLp-tppVPMVRvWqWMNcWgGfulmyMw_In2tp-cNNATX3461jK2uwgSbHPFtVXBMrkmGZlhAoRaDLy5aQOHQ/s320/DSCN4291.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vocês já viram essa linha Fun? É tudo tão gostoso... :-P</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyrrmWv8L9nvhXsJuZ3VcRWJ1MT-t-L-dY0dEsWt3sDK-xY6_QQTS7VLp-tppVPMVRvWqWMNcWgGfulmyMw_In2tp-cNNATX3461jK2uwgSbHPFtVXBMrkmGZlhAoRaDLy5aQOHQ/s1600/DSCN4291.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><div style="text-align: justify;"><b>9) Flávia e Marcelo</b> - Ela sabe o quanto amo ganhar hidratantes. Amei, amei, amei (3x, para combinar com o presente). Acho que minha pele ganhou hidratação para o próximo ano, né?</div> <br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisNIPPAoMxgYfYiSN32zbXL-iVYs3hUSNmtn1LpaRtmVApaTHwbxVQu0MIF93bjf5XMGS-F1dr5JZARy5-kTKDKQzjBj8DaMEPs0oLNRxN8lJmHXRiSI_8YkVJ1dcY9qwbfsC1Yg/s320/DSCN4292.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aí está um exemplo de presente triplamente agradável<br />
<br />
</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisNIPPAoMxgYfYiSN32zbXL-iVYs3hUSNmtn1LpaRtmVApaTHwbxVQu0MIF93bjf5XMGS-F1dr5JZARy5-kTKDKQzjBj8DaMEPs0oLNRxN8lJmHXRiSI_8YkVJ1dcY9qwbfsC1Yg/s1600/DSCN4292.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><div style="text-align: justify;"><b>10) Acácia e Acyoli (e Isabela, Pedro e Juliana) </b>- Falem sério: já viram mochila mais fofa? Morram de inveja, pois fui eu quem escolhi. É da <a href="http://pt-br.facebook.com/profile.php?id=100000343624154">Santa Malagueta</a>, um quiosque deveras gracioso que fica na estação Uruguaiana do Metrô. Minha tia Acácia é nota 10. Foi só eu falar que queria uma mochila nova, mas que fosse fofa, e ela me levou lá.</div> <br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDyAyaJwlFlD9bfGOtDSGxnToQ90SCeMbS0QU15nZC-RQV0jCTje7fVF91PNJl-OeMWyV_XbWB0mZm-HUH8y0s4bxQ40YrcSmKRRNoHRpTyngFJpAaKBDR8fP7kuyoEUWZtIg_3g/s320/DSCN4293.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="240" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fiquei na maior dúvida entre esta estampa de matrioskas <br />
e as de bolinhas... Dúvida cruel, não? ;-)</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDyAyaJwlFlD9bfGOtDSGxnToQ90SCeMbS0QU15nZC-RQV0jCTje7fVF91PNJl-OeMWyV_XbWB0mZm-HUH8y0s4bxQ40YrcSmKRRNoHRpTyngFJpAaKBDR8fP7kuyoEUWZtIg_3g/s1600/DSCN4293.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><div style="text-align: justify;"><b>11) Jaque</b> - Adorei este porta-documentos para guardar os documentos do carro. Meu pai só achou muito aviadado pra ele ter que sair com isso quando tiver que levar meu carro para algum lugar, mas paciência.<br />
<br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipJD4X9J97bVXrdU67gqA6ViDi3KUw5yPljBJW1antTsiNxv6UnMPBdxilAwBOoYgYoRx-Kbu74Yl9UVur_loqZpYgi1tY7shbkCsRAmzcswiDDHQ3f2gjxiK0czYMM8jkcVdNZQ/s320/DSCN4294.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As coisas da <a href="http://www.lojafita.com.br/">Fitá</a> são mesmo uma graça, né?</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipJD4X9J97bVXrdU67gqA6ViDi3KUw5yPljBJW1antTsiNxv6UnMPBdxilAwBOoYgYoRx-Kbu74Yl9UVur_loqZpYgi1tY7shbkCsRAmzcswiDDHQ3f2gjxiK0czYMM8jkcVdNZQ/s1600/DSCN4294.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><div style="text-align: justify;"><b>12) Miriam</b> - Quem não gosta de caixinhas, não é mesmo? E esta é tão bonitinha...<br />
<br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKqUfcIyTcp8EWPm56us1nc-0bCfsiAg9i7StM3ni56Yqvrada111l-IbFItqbCtuS66-Kd6fUizkvQzg9L56Wkau9DrP33AYvcs7BYPXiBEY20T_NOn-W9Hny3UQvxQs8aHlYNg/s320/DSCN4295.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O melhor mesmo é o cheirinho de madeira, delicioso...<br />
<br />
</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKqUfcIyTcp8EWPm56us1nc-0bCfsiAg9i7StM3ni56Yqvrada111l-IbFItqbCtuS66-Kd6fUizkvQzg9L56Wkau9DrP33AYvcs7BYPXiBEY20T_NOn-W9Hny3UQvxQs8aHlYNg/s1600/DSCN4295.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><div style="text-align: justify;"><b>13) Sulamita</b> - Minha avó me deu uma blusinha preta que até já foi usada. Estava lá no cesto de roupas para passar e, por isso, saiu tão amarrotada. É bonitinha, mas ela ainda está me devendo um vestidinho. De qualquer forma, nada disso compara ao panelão de canjica que minha avó trouxe para a festa. Sou completamente alucinada por canjica. Obviamente, o melhor já não dá mais para fotografar... :-P<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC2WmguoD6e9EjGtVAG_9XOWeEb5fFSiHWyy8fkLvootRqUqWPjI27ksOaxUk5NhVrj2LiOfOhYEKn9_sTOPIVqvIn50SvulGtz43aNtP02uW7DTBKyHhtk9o-UgwD8gl9TicagA/s320/DSCN4340.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="240" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Amarrotadinha, né? :-)</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC2WmguoD6e9EjGtVAG_9XOWeEb5fFSiHWyy8fkLvootRqUqWPjI27ksOaxUk5NhVrj2LiOfOhYEKn9_sTOPIVqvIn50SvulGtz43aNtP02uW7DTBKyHhtk9o-UgwD8gl9TicagA/s1600/DSCN4340.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: center;">*****<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Bem, que eu lembre, foi isso. Se alguém tiver me dado algo que eu tenha esquecido, por favor, não se ofenda e me avise. Todos sabem que tenho memória de peixe: sou uma <a href="http://www.youtube.com/watch?v=qQltMcu4928&feature=related">Dory</a>. :-) Só não estranhem o fato de não figurarem na lista os presentes da minha mãe, do meu pai e do Flávio, ok? É que são tantas coisas, materiais e imaterais... O <i>post</i> ficaria extenso demais e eu correria o risco de cometer injustiças. <br />
<br />
</div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9494081.post-64015922819374671822010-09-28T16:38:00.006-03:002010-09-28T16:43:50.558-03:00Acidente doméstico<div style="text-align: justify;">Na última quinta-feira, dia 23 de setembro, sofri um pequeno acidente doméstico. Cheguei em casa exausta e fui fazer um chá de sucupira para o Flávio, que dizem ser bom para dores na coluna. Era tarde e, embora eu quisesse apenas tomar um banho e relaxar, resolvi deixar o chá coado numa jarra de vidro. Acontece que não sabia onde estava a tal jarra e gastei vários minutos abrindo e fechando portas de armário. Já irritada, encontrei o que buscava no fundo do armário que há sob a pia, onde costuma dar mofo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Lavei a jarra e, então, cometi uma grande estupidez: esqueci de um troço chamado choque térmico. A jarra estava sob a bancada de mármore, lavada. O chá, ainda borbulhante, estava na panela. O que eu fiz? Segurei o coador com uma das mãos e virei o chá dentro da jarra com a outra. A jarra espatifou-se. :-/</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
Gritei. Chorei. Consegui desviar o tronco, mas o chá caiu todo em minhas pernas. Dói para ca-ra-le-o. Flávio veio em meu socorro, mas não entendia nada. Eu não falava nada, só chorava. Apontei para a jarra quebrada e o chá esparramado pelo chão, consegui falar que tinha me queimado. Abri o congelador, peguei uma compressa de gelo, tirei a calça de ginástica (que só fazia cozinhar ainda mais a minha pele) e sentei para aplicar o gelo, sempre chorando.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Flávio ligou para meu pai, ele veio e pôs clara de ovo sobre a queimadura. Fomos ao Quinta D'Or, de onde só saí por volta de 1h30 da madrugada. E, desde então, estou de molho. Tenho queimaduras (de 1º e 2º graus) em ambas as coxas, faço curativos duas vezes ao dia, meus pais me trazem comida e eu não saio de casa por causa das cachorras... Desmarquei tudo que havia planejado para esta semana. E já perdi a conta de quantas vezes contei a mesma história. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enfim...<br />
<br />
Fica a dica: o choque térmico não é lenda e a gente pode se queimar fazendo chá. :-D</div><br />
<div style="text-align: center;"><a href="http://www.espacomulher.org/wp-content/uploads/2010/01/semente__sucupira.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" src="http://www.espacomulher.org/wp-content/uploads/2010/01/semente__sucupira.jpg" width="320" /> </a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Para os curiosos de plantão, estas são as sementes de sucupira:</span></div><div style="font-family: inherit; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">"A sucupira possui ação anticancerígina, além de ser um ótimo tônico. </span></div><div style="font-family: inherit; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">A planta é utilizada no combate ao excesso de ácido úrico do corpo, amigdalite, artrite, asma, </span></div><div style="font-family: inherit; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">blenorragia, cistos ovarianos e no útero, debilidade orgânica, dermatoses, diabetes, dor de garganta, </span></div><div style="font-family: inherit; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">dores espasmódicas, feridas, hemorragias, inflamações, reumatismo, sífilis e vermes." </span></div><div style="font-family: inherit; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">(Fonte: http://www.medicinaisplantas.com/plantas-medicinais-sucupira.html)</span><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"> </span> </div>Beatriz Fonteshttp://www.blogger.com/profile/09429651156235228954noreply@blogger.com2