Finalmente, fui ao cinema ver Avatar. Foi minha primeira experiência em 3D, depois de frustradas tentativas de assistir a Up - Altas aventuras e A Era do Gelo 3. Queria muito ter visto estes dois desenhos em 3D, por mais que me digam que não tinham nada demais e que podem ser vistos em DVD numa boa. Acredito, mas a vontade permanece. Se há a versão em 3D, por que eu me contentaria com a feijão-com-arroz? De qualquer forma, confesso que saí do cinema com uma dor de cabeça fenomenal. Sentia-me como se tivesse feito uma longa (e põe longa nisso!) sessão de ortóptica (quem já fez sabe como é).
Azuis, mas bem maiores e interessantes que os Smurfs
De volta a Avatar: definitivamente, ficção científica não é meu gênero preferido. O mesmo se aplica a filmes de guerra. Ou me dão medo ou me dão tédio. Nesse caso, em particular, os efeitos especiais me salvaram do tédio. Afinal, se não dá para ter medo daqueles seres azuis (temia que fossem imbecis como os Smurfs), tampouco dá para dormir no filme. E não é só por causa da previsíveis explosões... É tudo tão grandioso e tão lindo, das grandes cenas de guerra aos pequenos detalhes! São cores e formatos inteiramente novos, tudo bastante idílico. Além disso, achei bacaninha um herói paraplégico, por mais que a exploração do tema tenha me parecido superficial (mas, também, eu queria o quê?).
Li diversas críticas que dizem que o roteiro é pífio, e tendo a concordar. Entretanto, por mais óbvio que seja, mais estadunidense que soe (com os "selvagens" vestidos como índios apaches ou o conceito de que as coisas só podem ser vencidas na base da porrada), o troço inteiro funciona. Apesar de aquele papo meio ecochato soar um pouco como conto da carochinha... Não me entendam mal: não julgo ecologia algo chato, mas é que o discurso, muitas vezes, carece de ações e atitudes coerentes. E a história é excessivamente aguinha com açúcar, com trilha sonora épica a la Titanic... Muito embora eu ache que ninguém entra no cinema para ver Avatar esperando alguma história cerebral, que distraia dos tais maravilhosos efeitos especiais. Ou entra? O importante, a meu ver, é que tudo se encaixa, funciona. Você se emociona na medida e as cenas ficam ainda mais impactantes. Receitinha de bolo.
O ruim mesmo ficou por conta do atraso no início da sessão. Comprei o ingresso antecipadamente para a quarta-feira, dia 20, feriado de São Sebastião, às 20h20. Cheguei ao Shopping Tijuca no horário certinho e dei de cara com uma fila monumental para entrar na sala. Eles só abriram as portas em cima do laço e, para completar, havia um monte de gente reclamando de overbooking. Era muita gente em pé! A sessão, por conta disso, só começou às 21h. Não sei exatamente qual a explicação do Kinoplex Tijuca para isso, mas foi algo bastante inconveniente. Tampouco sei que destino tiveram as pessoas que precisaram voltar para casa. O fato é que o dia seguinte era dia de batente, e ninguém merecia aqueles 40 minutos de atraso.