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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Rio de Samba e de Chuva

Estou de férias. Depois de uma semana inteirinha em Fortaleza, volto ao meu Rio de Janeiro chuvoso e repleto de rodas de samba. A primeira delas rolou na tarde de sábado, aqui pertinho de casa, no Casarão da Garibaldi (vulgo Centro Municipal de Referência da Música Carioca), e marcava o encerramento das atividades do espaço. Tudo muito bacana, apesar dos mosquitos que me dilaceraram as pernas... E não estou exagerando! Minhas pernas continuam inchadas.

Pois bem, o sábado prometia ser ainda mais sambístico. Tivemos notícia de que nosso amigo Beto Caratori estava se apresentando no botequim VacaBrava, aqui mesmo na Tijuca. Infelizmente, ao chegarmos lá – eu, Flávio e meu pai –, encontramos um atendimento confuso e todas as mesas reservadas para não sei quantas comemorações de aniversário. Depois de muita negociação, conseguimos uma mesa, mas só lá no fundão. Segundo o gerente(?) que nos atendeu, não seria possível colocar nossa mesa mais à frente pois o espaço seria destinado à dança. Não sei, mas me pareceu haver uma certa má vontade mesmo... Uma pena, mas não valeria a pena pagar R$ 12 de couvert para não ver nada. De qualquer maneira, penso que a iniciativa é bacana e o que eu mais desejo é que a Lapa se espalhe até a Tijuca! Sim, porque aquilo ali é bem a cara da Lapa. No que há de bom e de ruim, na estética e no preço. Ainda assim, que venha.

O domingo, por sua vez, foi também movimentado. Depois de um churrasquinho em família que durou praticamente o dia inteiro, partimos para Santa Teresa com o intuito de prestigiar o aniversário de nossa amiga Eugênia. Levei meus primos Germana e Guilherme (este diretamente de Barcelona) com seus respectivos pares – Hernán e Adriana – e o bebê mais animado que já vi, meu priminho Moreno (filho do Gui e da Adriana). Mais uma roda de samba genial, num lugar super aconchegante, a varanda do Terra Brasilis (albergue em frente ao Parque das Ruínas). A lamentar mesmo só o cinza do céu, que não deixava a gente curtir a vista direito. No mais, tudo perfeito.

Pensam que acabou? O melhor guardei para o final: o Angu do Gomes está de volta. Isso mesmo! E com ele, provavelmente, a CASCA (Confraria dos Amigos do Samba, Choro e Angu). O Vô Basílio (antigo dono e avô do Rigo, que agora comanda a casa) estava lá, radiante, curtindo cada segundo da (re)inauguração, que foi fantástica. Para início de conversa, quem cortou a fita inaugural foi a Vó Maria. O lugar estava cheio, com mesinhas que se espalhavam pela rua aproveitando a trégua dada pela chuva. O chopp, a coca-cola e o angu (delicioso!) eram liberados e foram servidos ao som de samba e choro. A roda era composta por Patrick (7 cordas), Abel (cavaco), Luciano (bandolim), Silvia (trompete e escaleta), Pedro e Ronaldo (revezando-se no pandeiro). E ainda teve o choro pintado do De Paula, a performance do Gularte (o dito pelo não dito) e as canjas de: Beto Caratori, Gabriel Cavalcante, Vó Maria (obviamente) e do meu primo,
Guilherme Guimarães. Putz, muito bom mesmo! Esse é um lugar que realmente vale a pena conhecer, principalmente pela localização: o largo de São Franciso da Prainha. Que tenha vida longa!

A caminho do Angu do Gomes (ao fundo)

Pois é... E minhas férias ainda não acabaram. Pensei que a primeira coisa sobre a qual escreveria aqui seria Fortaleza, mas fui brindada com uma avalanche de coisas tão legais ao desembarcar no Rio que nem deu tempo. Então, vejamos o que ainda vem por aí!
Só tomara que eu agüente o tranco... Enquanto isso, cantemos:

O SAMBA NÃO PODE PARAR
(Dilce Coutinho, Fabrício do Império, Paulo George)

A chuva tá caindo
Mas o samba não pode parar,
Não! Não!
Não pode parar, não, não
Não pode parar

Esta chuva miúda
Para o sambista é uma coisa à toa
Chuva miúda no samba, malandro, é garoa

Esta chuva é sereno
Que não molha mais ninguém
Cada pingo que cai
É mais um sambista que vem

Mas o samba não pode parar
Não, não, não pode parar



A CHUVA CAI
(Argemiro - Casquinha)

A chuva cai lá fora
Você vai se molhar
Já lhe pedi, não vá embora
Espere o tempo melhorar
Até a própria natureza,
Está pedindo pra você ficar

Atenda o apelo desse alguém que lhe adora
Espere um pouco
Não vá agora
Você ficando vai fazer feliz um coração
Que está cansado de sofrer desilusão

Espero que a natureza
Faça você mudar de opinião

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Se continuar assim, o Rio vai virar mar...

Ontem, lembrei de Moreira da Silva, que tinha em seu repertório uma música chamada Cidade Lagoa, cuja letra diz o seguinte:

"Essa cidade que ainda é maravilhosa
Tão cantada em verso e prosa
Desde o tempo da vovó
Tem um problema vitalício e renitente
Qualquer chuva causa enchente
Não precisa ser toró
Basta que chova mais ou menos meia hora
É batata, não demora
Enche tudo por aí
Toda cidade é uma enorme cachoeira
Que da praça da Bandeira
Vou de lancha ao Catumbi
(...)"

O temporal, que durou cerca de 40 minutos, trouxe os já conhecidos engarrafamentos, desabamentos e afins. A volta pra casa foi, como sempre acontece nesses casos, complicada. A pé, enchente. De carro ou ônibus, trânsito caótico. Metrô e trem? Filas intermináveis e a chance de virar sardinha em lata.

Cheguei ao metrô da Cinelândia acompanhada pelo Marcelo Vital – colega de trabalho e também tijucano – e vi que a fila já subia as escadas. Decidimos, então, fazer uma hora pra ver se a coisa acalmava. Tomamos um suco de manga e, às 20h, tentamos de novo. Dessa vez, a fila não subia pelas escadas, mas fazia um enorme caracol. Difícil de achar o fim, desanimador.

Resolvemos caminhar até a Lapa para, de lá, ver que rumo tomar. Logo no princípio, quase desistimos por conta das pessoas que atravessavam a rua no sentido contrário, com sacos plásticos nos pés. Entretanto, a água já havia baixado e chegamos a pensar que por ali não havia caos algum. Ledo engano. Mem de Sá: engarrafada a perder de vista.

Os ônibus, enfileirados, pareciam estar meramente estacionados. Pelas calçadas, vazias, fomos pulando as poças até a praça da Cruz Vermelha. Lá, um gigantesco nó impedia o fluxo de seguir adiante, tanto que, dali em diante, não havia trânsito. Nem ônibus, portanto. Lembro que cheguei a comentar que parecia uma cena do filme Ensaio sobre a cegueira... Pessoas andando a esmo, tentando encontrar o caminho de casa... A única diferença é que todos enxergavam, acho.

Seguimos até o Sambódromo. Escuridão, poças maiores, sujeira, Salvador de Sá praticamente deserta. Chegamos ao Estácio. Metrô? Não, agora era melhor passar a Paulo de Frontin... E fomos. Por sorte, não havia mais enchente. Na estação seguinte, na praça Afonso Pena, peguei um 415 até em casa. Vital, que mora nas proximidades do Maracanã, ainda seguiu a pé o resto do caminho. Enfim...

17 de novembro de 2008, o dia em que caminhei do Centro à Tijuca.


Lá como cá? Vários guarda-chuvas quebrados, jogados em latas de
lixo de Bremen (Alemanha), após tempestade que atingiu o
país em 18 de janeiro de 2007, deixando pelo menos 10 mortos.
(AP Photo/Joerg Sarbach)


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Eu leio, sim... e adoro!

Gosto de ler enquanto caminho. Pronto, falei. Podem me chamar de maluca, mas eu não leio apenas no ônibus e no metrô, nem tampouco me limito aos bancos das praças e afins ou deixo para ler no banheiro (ok, no chuveiro é mais difícil, mas adoro as embalagens de shampoo) ou na cama, antes de dormir. Há fases como a que vivo agora, em que emendo um livro no outro que me fazem ler o tempo inteiro, mesmo quando estou andando. E sei que não estou só!

Essa imagem, aliás, "roubei" do blog de um semelhante leitor-caminhante


Quando falo “o tempo inteiro”, refiro-me ao meu horário livre, bem entendido... Se bem que, ora, sou revisora de textos. Portanto, meu ofício é ler, ainda que a leitura nesse caso nem sempre seja agradável. Então, acho que só não leio – ainda! – enquanto durmo. Na verdade, não lembro bem dos meus sonhos... Ou seja...

Enfim, o que eu quero dizer com essa lengalenga toda é que ando fascinada com a possibilidade de baixar livros inteirinhos pela internet. É verdade que prefiro comprá-los, adoro uma capa bonita, gosto do cheiro do papel novo, mas há livros que a gente não encontra à venda em qualquer esquina. Como se, aliás, houvesse uma livraria a cada esquina no Rio de Janeiro... Se até pra achar bons botecos – o que se dizia ser algo tipicamente carioca – já está ficando difícil!

Pois bem, o fato é que, por mais que eu ame a literatura nacional, ando interessada em ler apenas livros escritos em espanhol (culpa do DELE!). E isso deveria ser simples (e barato), não!? Mas não é. Sendo assim, resta-me apelar para os downloads e fechar os olhos para as questões de direito autoral: imprimo duas páginas por folha, frente e verso, e está pronto meu livrinho. Fica até mais fácil para ler sem neuras por aí, pois pode amassar e sujar à vontade.

Minhas mais recentes aquisições foram: La invención de Morel, de Adolfo Bioy Casares (citado no post anterior), e El Aleph, de Jorge Luis Borges. Ambas maravilhosas. Recomendo.


PS: A quem quiser aprender a caminhar enquanto lê, recomendo a leitura (olha ela aí de novo!) do manual How to Read While Walking.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Hoje de manhã, no 413...

Tenho o costume de ler no ônibus e/ou no metrô, a caminho ou na volta do trabalho. Embora prefira o segundo, devido à sua crescente superlotação, venho me especializando em ler ao sabor dos solavancos do primeiro. Viajo prestando atenção aos que lêem à minha volta, em busca talvez de cumplicidade. Infelizmente, porém, esta é geralmente parcial e chega a ser mesmo frustrante, porque as pessoas perdem muito tempo lendo porcaria: best-sellers, auto-ajuda e afins.

Minha nada confortável sala de leitura de todas as manhãs

Por isso, hoje, enquanto lia La invención de Morel, de Adolfo Bioy Casares, que imprimi da internet (e é uma obra-prima!), olhei de rabo de olho para o livro que o senhor ao meu lado puxava de uma bolsa. Fiquei surpresa ao ver em suas mãos A audácia dessa mulher, escrito por Ana Maria Machado, autora da qual gosto muito. Quando criança, lia seus livros infanto-juvenis e, há alguns anos, descobri seus romances adultos. Entre eles, sinto um carinho especial por esse livro que conta a história da Capitu, prato cheio para qualquer amante da literatura de Machado de Assis. Como eu que, aliás, fui fazer Letras na (vã) esperança de aprofundar-me ainda mais em sua obra.

Justamente quando estava sem saber se continuava a ler o meu Casares ou se entabulava conversa com meu companheiro de viagem, um sujeito começa a pedir aos passageiros para que lhe déssemos algum trocado, pois estava doente, precisava de remédios e toda aquela ladainha de sempre... Seria apenas mais um, mas o problema era que o fulano era meio fanho e, para que a voz chegasse a todos, ele tinha que realmente gritar - E como berrava! -, o que tornava a coisa ainda mais desagradável e difícil de entender.

Olhei para o senhor, tranqüilo, que sorriu para mim e me apontou seu aparelho de surdez, fazendo sinal de que o havia desligado. Sorri de volta e pensei: “Que sorte!” Só quando o silêncio voltou a reinar, o senhor religou seu aparelhinho mágico e entabulamos uma conversa divertida sobre Machado... até que ele desceu no ponto em frente ao Calouste, e eu voltei pro Morel. Tomara que ele goste do livro tanto quanto eu, já que confessou não ser sua literatura preferida, e que eu lembre todos os contos machadianos que ele citou, para que possa buscá-los em casa ou na internet. Afinal, é sempre bom ler (ou reler) o que vale a pena ser lido.

Pena que não encontramos pessoas assim todos os dias.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Tijuca, sim

Olha, eu sei que a Tijuca é um bairro violento, que não podemos fechar os olhos para as mazelas que nos cercam, que o trânsito é de lascar, que os camelôs fazem a maior bagunça na General Roca... Sei também que existem buracos da Cedae e da CEG pelas ruas... Enfim, sei de tudo isso. Estou cansada de saber, na verdade. E, embora eu ache que é preciso falar sobre o assunto – para extravasar e, principalmente, para tentar resolvê-lo –, quero deixar registrado aqui que eu não agüento mais ler e ouvir sempre as mesmas opiniões a respeito.

Até parece que não acontecem outras coisas pelo bairro! Boas, inclusive. Quando aparecem nos jornais têm sempre um tom de release... Desculpem, mas essa é a impressão que tenho. Parece que nem se dão ao trabalho de apurar a notícia, publicam qualquer coisa... Poxa! Sei que dá trabalho e que a culpa nem sempre é do jornalista, mas será que é tão difícil assim mudar o foco!? Gostaria que falassem da cultura, dos costumes, de qualquer coisa que ajudasse o tijucano a recuperar um pouco do seu orgulho... Cito aqui alguns exemplos bacanas:

1) Praça Saens Peña. O filme, com roteiro e direção de Vinícius Reis, conta a história de uma típica família tijucana, que vive num apartamento no coração da praça Saens Peña. Paulo (Chico Diaz) é professor de literatura do colégio São José, Teresa (Maria Padilha) trabalha numa lanchonete ali no Shopping 45 e a filha deles, Bel (Isabela Meireles), está para fazer vestibular e passa o tempo livre na praia da Barra. Uma proposta de trabalho oferecida a Paulo gera várias crises e põe em risco um casamento de 20 anos. O elenco é formado, ainda, por nomes como Gustavo Falcão, Guti Fraga, Maurício Gonçalves e Aldir Blanc. Tempo de Menino, composta por Pedro Luís, é o tema musical.

Paulo, Teresa e Bel: uma típica família tijucana

Tive o privilégio de assistir à primeira exibição de Praça Saens Peña no Festival do Rio 2008, às 22h30 do último domingo. É realmente muito bom. Sua fidelidade ao bairro é tanta que, apesar de se tratar de uma ficção, chega a parecer um documentário. Estão lá o que há de bom e o que há de ruim em se morar na Tijuca. Infelizmente, o Festival está chegando ao fim, e o filme foi programado para apenas três sessões. Para quem não conseguiu assistir, um alento: Praça Saens Peña deve entrar em circuito comercial no 1º semestre de 2009, às vésperas de a Tijuca completar 250 anos. Esperemos.

2) Buteco do Edu. Eduardo Goldenberg é polêmico, do tipo que as pessoas amam ou odeiam. Encaixo-me no primeiro grupo, depois de já ter trocado vários e-mails desaforados com ele. Entendo, por isso, os que se encontram no segundo grupo. Mas o fato, realmente, é que o sujeito é brilhante e escreve muito bem. Nunca vi alguém tão apaixonado pela Tijuca, e embora pense que isso, muitas vezes, beire a insanidade, recomendo a todos a leitura de seu blog. Seus roteiros – turísticos(?) – tijucanos são uma leitura deliciosa e acho lamentável que fiquem restritos a tão poucos leitores. Vejam por si mesmos se tenho razão ou não.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Tão zoneado e tão perfeito

Sempre sonhei em trabalhar no Centro do Rio. Sou uma eterna apaixonada pela região e acho que ela é umas das melhores coisas que a cidade tem a oferecer. Para mim, não há nada melhor do que caminhar a esmo por entre ruas e becos de um bairro que esconde tantos tesouros. Um lugar onde há vários museus e centros culturais, bares e restaurantes tradicionais, comércio variadíssimo... Mil possibilidades ainda por descobrir, totalmente inacessíveis a quem trabalha longe dali. Pelo menos esse seria o raciocínio lógico, certo?

Entretanto, quem trabalha no Centro – como eu, que finalmente realizei meu sonho – não pode desfrutar de nada disso. Tudo bem, alguns dirão que eu não trabalho tão no Centro assim... Mas não acho que isso seja tão relevante. Afinal, gosto de andar e como rapidinho, ou seja, otimizo meu horário de almoço. O problema é que, por mais que me esforce, essa uma hora diária nunca é o bastante. Não dá para fazer quase nada (e olha que eu me esforço!).

Então, me restaria chegar mais cedo – e não encontrar ninguém nas ruas – ou atrasar minha volta para casa. E, nesse caso, continuaria sem visitar museu ou loja alguma, porque tudo fecha cedo. “Tudo não”, alguns dirão. Se o objetivo é tomar um chope, comer alguma coisa, pegar um cineminha... Ok, nesses casos, ainda é possível encontrar boas opções e a Lapa(!) é logo ali. Porém, para quem quer curtir o caos urbano do comércio do Centro, qual a solução? Passear pelo Centro na manhã de sábado? Talvez seja uma saída, é verdade. Mas, ainda assim, nada se compara a um dia de semana comum.

Hoje, porém, consegui curtir um pouco desse Centro de que gosto tanto. Caminhei da Presidente Vargas até o trabalho, ou seja quase até o aeroporto Santos Dumont. No caminho, o camelódromo da Uruguaiana, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito dos Homens Pretos, a Casa Cavé, o Largo da Carioca com uma Feira do Livro ainda por montar, a banca de jornais de onde se ouvia uma salsa, um pastor gritando qualquer coisa esdrúxula, a Cinelândia com os restos da abertura do Festival do Rio, a Santa Luzia e seus camelôs... Que vontade de parar! E minha avó no celular querendo ajuda para manusear sua nova máquina de pão. Tudo tão zoneado e tão perfeito.

Praia de Santa Luzia: Talvez eu seja saudosista, mas todos os dias
o vento no meu cabelo me diz que caminho sobre o mar...


sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Põe meia dúzia de Brahma pra gelar...

EU TÔ VOLTANDO!

31 de julho, Dia Mundial do Orgasmo. Flávio e eu fomos ao Sokana – o da Muda, que é pertinho de casa – tomar um drink chamado orgasmo. Estranha concepção da coisa, aliás: doce, rosa e cheia de vodka. Mas, enfim, vale pela brincadeira.

Chegamos ao bar e já fui me debruçando no balcão, em busca do garçom. Ele grunhiu qualquer coisa parecida com um “pois não” e eu mandei, na lata:

— Me vê um orgasmo, por favor.

— Um só?

— Dois copos, disse o Flávio.

— De quê, perguntou o garçom.

— De orgasmo, respondi já sem conseguir segurar o riso, mas acho que o garçom não tinha muito senso de humor. Ou não sabia que chegava ao fim o Dia do Orgasmo.


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