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quarta-feira, 26 de julho de 2006

O Beco do Rato faz lembrar uma Lapa que já não há

Quem vê o bar assim vazio não dá nada pelo lugar...

Quero aproveitar o post da minha amiga Julie (lá no blog dela, o Circuito Alternativo... Ou seria Agenda Cultural? Agora fiquei na dúvida!) para falar também do Beco do Rato. Para quem não conhece, trata-se de um botequim (pé-sujíssimo) que faz lembrar uma Lapa que já não existe mais. Afinal, em tempos de casas chiquérrimas, altíssimas produções e bares da moda, quase não sobra espaço para o meu, o seu, o nosso bom e velho boteco.

Agradeço, aqui, aos meus amigos do PSTU, pois foram eles que me apresentaram o lugar quando a sede do partido foi parar ali nas imediações. Da primeira vez, estive lá de passagem. Tinha um outro compromisso em outro lugar. Mas guardei na lembrança, esperando poder combinar de novo, levando os amigos a tiracolo. Foi o que fiz na última sexta-feira, assim que a Eugênia (aliás, por favor, não divulga ainda na Agenda não!!!) comentou que tava querendo conhecer o lugar. Por isso, quando li o que a Julie escreveu, tive certeza de que tinha acertado na mosca (ou seria no rato?).

O bar fica na rua Morais e Vale 5, bem na esquina com a Joaquim Silva. Mas, atenção! O pessoal teve dificuldade em encontrar, porque não é no trecho da Joaquim Silva que é paralelo à rua da Lapa e, sim, no que corta a própria. Ou seja, indo em direção à Glória pela rua da Lapa, passou o Ernesto, é só virar na primeira esquerda. Não tem erro! O samba rola toda sexta-feira (com o grupo Imorais e Valem, assim batizado em alusão ao nome da rua...). Não há cobrança de couvert, mas como lembrou a Ju, é bom chegar cedo!

Estou louca para conferir os demais eventos culturais que acontecem por lá. Ao que parece, toda quinta-feira tem um cineclube seguido por uma roda de choro. Encontrei muita gente conhecida por lá... Gente com quem eu costumava esbarrar pelas rodas da cidade. Muitos estão batendo ponto no Beco do Rato agora. Até porque a cerveja é estúpida... E farta. Pena que faltam copos de vidro para todos! Mas tem para todos os gostos (da Cintra à Original, passando pela Bohemia). Além disso, em termos de Lapa, tem um bom preço (R$ 3 / R$ 3,50). Outra coisa: a comida não é ruim (nem muito cara). Só demora pacas. E, bem, tem o banheiro... Meninas, é bom levar papel...

PS: A foto eu tirei lá do site Lá na Lapa, tá? Se procurarem pelo Beco do Rato, verão que ele já está lá.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Breve comentário a respeito de...

Estamira e Quanto vale ou é por quilo?

Pra quem não conhece: Estamira

Nada como um fim-de-semana ocioso para fazer alguns achados na programação da TV. Pois é, zapeando, encontrei uma entrevista com Marcos Prado (no GloboNews? no Multishow?), o diretor de “Estamira”. Foi decepcionante. Tanto que nem assisti até o fim. Mas, ainda assim, relevante. Explico-me.

Antes de continuar, um breve parênteses para falar do filme. “'Estamira' conta a história de uma mulher de 63 anos que sofre de disturbios mentais e vive e trabalha há mais de 20 anos no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, um local renegado pela sociedade, que recebe diariamente mais de 8 mil toneladas de lixo produzido no Rio de Janeiro. Com um discurso eloqüente, filosófico e poético, a personagem central do documentário levanta de forma íntima questões de interesse global, como o destino do lixo produzido pelos habitantes de uma metrópole e os subterfúgios que a mente humana encontra para superar uma realidade insuportável de ser vivida.”

Assisti ao filme já há algum tempo, na faculdade. Lembro que meus colegas de turma ficaram bastante impressionados com as verdades presentes do discurso de Estamira (o que gerou até uma comunidade no orkut!). Chegaram até a pedir que ela fosse chamada para uma palestra ou algo assim. Ao que o professor respondeu lembrando-lhes que Estamira sofre de distúrbios mentais e que, provavelmente, ela não se comportaria conforme esperavam em uma palestra, por exemplo. Particularmente, eu achava que todos queriam era armar um circo onde ela seria a atração principal, a palhaça da vez. Não que eu também não tenha me impressionado com a coerência de seu discurso “louco”, mas penso que ela já havia sofrido exposição suficiente com o filme. Talvez até demais.

Pois bem, voltando à entrevista de Marcos Prado. Em dado momento, a repórter pergunta o que, afinal, Estamira ganha com isso. E ele responde: “Além do dinheirinho que eu dou pra ela todo o mês?” E continua, dizendo que se tornaram amigos, se falam de vez em quando, que ela se preocupa com ele etc. Não sei, talvez não tenha sido intencional. Mas o Flávio (que estava ao meu lado, também detestando a entrevista) chamou atenção para um fato: “Lembra um pouco o “Quanto vale ou é por quilo”, né?” Pois é, tive que concordar (quem viu o filme deve lembrar da crítica que o filme faz a essa coisa de dar uma esmolinha, "ajudar" os pobres etc.). E mudei de canal, de volta ao ao zapping.

A constatação do óbvio: 'fast food' engorda!

Cena clássica...

No último domingo, tomei coragem e assisti ao tão falado “Super Size Me – A Dieta do Palhaço”, de Morgan Spurlock. Há tempos tinha o dvd em casa, prontinho para assistir, mas… Antes tarde do que nunca, não é mesmo? Todo mundo sabe que comer fast food não é um hábito saudável. E, além disso, todos sabem que o McDonald's é a principal referência no assunto. Entretanto, encarar isso de frente não é nada fácil. Nesse mundo imediatista em que vivemos, parece ser demais pedir às pessoas que pensem minimamente a respeito de qualquer coisa. Principalmente, sobre o que comem diariamente.

Não pretendo deixar de comer no McDonald's. Acho que, desde que não haja excesso, não faz tão mal assim. Entretanto, preciso confessar que as batatas fritas que não apodrecem (veja os extras do dvd!) me assustaram bastante… Além do mais, foi terrível ver os estragos causados por uma alimentação rica em gordura. Spurlock engorda horrores! E as taxas dele aumentam abusivamente. De indivíduo saudável transforma-se em doente. Impressiona.

Em minha opinião, o único defeito do filme é enfocar apenas o McDonald's. Spurlock até justifica a escolha, por sua representatividade (já que que se trata da cadeia mais poderosa do mundo), mas ainda acho que o debate poderia ser mais amplo. Afinal, mesmo em casa, as pessoas têm se alimentado cada vez pior. Frituras, comidas congeladas etc. Nada impede, porém, que o debate se amplie aqui fora, não é mesmo?

Lamento muito que o processo inverso – de emagrecimento e desintoxicação – não tenha rendido um outro filme. Seria excelente! Afinal, todo mundo sabe como fazer para engordar… O resultado do experimento era até bastante óbvio. Por mais que os médicos que acompanharam Spurlock não imaginassem resultados tão contundentes… Mas, fala sério!!! O que me intriga é como fazer para reverter o quadro… Por isso, Spurlock, quero ler seu livro! Será que já foi lançado por aqui??? Eu, que não costumo comprar livros de dieta, talvez adquira o seu.

sábado, 1 de julho de 2006

"¿Qué he hecho yo para merecer esto?!!"

Em tempos de Copa do Mundo, é sempre bom explicar....

Atenção: o título deste post não é uma provocação "hermana"... Juro que não tem nada a ver com a dolorosa eliminação da Argentina, no jogo de ontem contra a Alemanha. Aliás, o título não tem nada a ver com futebol. É que eu aproveitei o último feriado futebolístico para tirar o atraso. Ops! Seus maldosos! Refiro-me ao atraso cinematográfico... Fomos - eu, Flávio, Rosana e Paulo - assistir ao novo (eu disse novo???) Almodóvar. Pois é, acho que não tenho lido os jornais direito... Não li nada a respeito. E, de repente, chega aos meus ouvidos que há um novo Almodóvar em cartaz. Epa! Eu tinha que assistir!!! Fui olhar no jornal e lá estava: "Que fiz eu para merecer isto", em cartaz no Estação Botafogo 3 e no Paço. Putz! Só cineminha fim de carreira... Que estranho!!!

Carmen Maura, como Gloria

Então, resolvi prestar mais atenção à sinopse e afins. Só então, compreendi. O novo Almodóvar é de 1984!!! Ainda bem que eu li isso antes de chegar ao cinema, senão seria bastante frustrante. Aproveitei para dar uma olhadinha na crítica. Afinal, por que exibir um filme de 1984??? Poxa, 22 anos depois... É até engraçado ver a Carmen Maura tão novinha. A impressão que dá é que é mero oportunismo. Aproveitar o nome do cineasta, ocupar a entressafra... Sei lá. Mais ou menos o que fizeram com aquele outro filme dele, o "Maus hábitos" (1983). Lembro que, embora seja um dos filmes mais importantes da carreira de Almodóvar, só passou nos cinemas daqui a reboque de "Má educação". Talvez pela temática que remete ao catolicismo... Mas, de qualquer maneira, oportunista.

Apesar da desconfiança, fui ao cinema. Escolhi o Estação 3, por conta do horário. Não me arrependi. Tudo bem, tampouco me vanglorio por ter ido ao cinema. "Que fiz eu para merecer isto?" é um filme a que se pode assistir em casa. Pelo menos, nos dias de hoje. É que o filme ficou datado... Tem até (d)efeitos especiais!!! Então, a história de humor acaba ganhando uma graça involuntária, o que pode ser bom ou ruim. De fato, não chega a atrapalhar, mas lembra um pouco essas festas de temática Anos 80 em que as pessoas riem de coisas que, à época, não tinham graça alguma.

Bem, quem quiser que confira a história de Gloria, uma faxineira que se vira como pode para cuidar de sua família. Ela vive em um pequeno apartamento de Madri, com seu ríspido marido taxista, o filho traficante, o filho homossexual e a sogra sovina. O filme pode não ser nada de excepcional, mas os tipos criados por Almodóvar são - como sempre - deliciosos... Enfim, só não precisa correr pra ver no cinema. Dá pra deixar pra ver em dvd. Ou, sendo o filme de 1984, em vhs mesmo, com todos os defeitos de imagem. Pode escolher.

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Agora, voltando à realidade da Copa do Mundo... Como disse meu amigo Bruno Ribeiro, aproveitando um lance genial de Marcelo Masagão (de Nós que aqui estamos por vós esperamos):

Que venha a França!!!

PS: A França veio, cantou a Marsellaise e deu um ballet no futebol brasileiro. Era uma vez a Copa do Mundo, já era o hexa... Fica pra próxima. 2010, quem sabe? O negócio agora é torcer pra Portugal e cantar junto "Heróis do mar, nobre povo, / Nação valente, imortal, / Levantai hoje de novo / O esplendor de Portugal! (...)". Acho que a gente precisa ser menos rancoroso... Revanche, revanche... Se o povo queria se "vingar" do vexame de 98 que abandonasse o galicismo! Ao invés de revanche, que se use desforra, desagravo, despique... Seja lá como for, diz a sabedoria popular que o feitiço sempre vira contra o feiceiro. Secamos a Argentina? Pagamos na mesma moeda, ou ainda pior. Afinal, eles disputaram essa copa. Já a gente, só foi lá passear.