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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mais uma vez, Paraty!

E, finalmente, voltei a Paraty. No réveillon, não deu: choveu, caiu barreira, essas coisas. Rio-Santos interditada, me mandei para Copacabana para uma comemoração familiar. Foi divertido, mas fiquei com uma tremenda frustração, claro. Então, carnaval chegou e me mandei para a Costa Verde. Fiquei com um certo medo da Rio-Santos, já que não ouvia falar da estrada desde o início de janeiro, mas a viagem transcorreu bem, não peguei engarrafamentos (nem na ida nem na volta). Aproveitei uma breve estada da Jaque por terras cariocas para me certificar de que a chuva do fim do ano não havia trazido grandes problemas a Paraty e, assim, fiquei sabendo que as pousadas não estavam com muitas reservas. Ou seja, o carnaval paratiense não seria abarrotado de gente, e precisávamos aproveitar isso!

Chegamos lá no fim da tarde de sábado, dia em que não fizemos grandes coisas. Depois de uma rápida parada na estrada, já em Paraty, para comer tapioca e uma tal paçoca de banana com bacon (é estranho, mas é bom), ficamos jogando conversa fora na casa da Jaque, arrumando nossas tralhas, descansando da viagem... Nesse dia fomos apresentados ao Renato, vizinho dela, gente boníssima e tremendo artista plástico, como vocês mesmos podem ver:

Fiquei fascinada por este quadro, chamado Corda com Varal
(óleo e chita sobre tela, 100x120cm
), pendurado na sala do artista

À noite, bem tarde, tomamos coragem e saímos em direção ao centro histórico. Era uma confusão de sons, com trio elétrico tocando axé na praça e um carro de som com um sujeito gritando uns sambas acompanhado de um cavaco. Tudo bem que chegamos na hora dos bêbados, mas foi aí que descobrimos que deveríamos optar entre programas diurnos ou noturnos, praia ou carnaval. A julgar pelo que víamos, optamos por gastar nossos dias em praias e cachoeiras, deixando a folia de lado. Creio ter sido uma escolha acertada... Imagina torcer o pé atrás dos blocos de Paraty! Coisa fácil de imaginar naquele calçamento de pé-de-moleque, não é? Além do mais, quem me conhece sabe que eu não gosto muito de barulho, multidão... Sim, sou chata. E gripada, como estava, mais ainda. Pois bem, comemos um crepe (nem me perguntem o nome do lugar!) e voltamos para casa, porque a viagem estava apenas começando.

No domingo pela manhã, fomos para Trindade, passeio que havia deixado de fazer da última vez. Após uma breve parada na Praia do Meio (lindíssima, mas de mar agitado e lotada), a Jaque conseguiu convencer a galera (de um amigo dela que encontramos por lá) a ir para a Praia dos Ranchos. Excelente escolha, apesar de a praia não ser tão bonita como a anterior. Passamos o dia na praia, jiboiando. Lá estava menos cheio e tínhamos o deck do finado restaurante da Lucinha (amiga da Jaque) para "acampar". Só não nos animamos a fazer o passeio de barco (nem sei para onde), pois estavam hiperfaturados com o carnaval. Quem sabe da próxima? Na volta, paramos para comer um pastel (ao que parece, a comida típica da cidade) na estrada e Jaque ainda foi mostrar um alambique para os amigos. Nós, já cansados, voltamos antes para casa. À noite, conforme combinado, não saímos. Jaque fez um superstrogonoff para nós e fomos dormir de barrigas cheias.

Não acordamos muito cedo na segunda-feira. Não nos animamos a acompanhar a galera no tradicional passeio de barco, então pegamos a estrada no sentido oposto a Trindade, pensando em parar na Praia de São Gonçalo. Infelizmente, havia muitos carros e, pela hora, não estávamos mais dispostos a tentar pegar o barco para a Ilha do Pelado. Esses são dois lugares que ficaram para uma próxima visita. Dessa vez, não deu. Passamos, ainda, por algumas praias, mas todas aparentavam estar lotadas. Fomos, então, até Tarituba. Foi difícil parar o carro e não gostamos muito da praia (água muito quente e com muito óleo, culpa da proximidade do cais), tampouco fizemos o passeio de barco (para onde? sei lá). Demos uns poucos mergulhos e pegamos novamente a estrada, dessa vez com destino ao restaurante Sancho Pança, comandado por Geni Zveiter (aka mãe do Renato) e seu marido, o chef Aldo Cruz. Comemos uma costela ao bafo divina, com arroz, feijão e purê de mandioca. De sobremesa, fui convencida a experimentar um bombocado de mandioca com calda de gengibre, do qual não me arrependi. Passamos a tarde lá, conversando no jardim, tomando ducha e ouvindo o Aldo contar causos da cidade e de seus irmãos, José Kléber e Vicente, já falecidos, tocar e cantar músicas bacanas para nós. Foi muito legal, mesmo.

Mais tarde, depois de uma breve passada em casa para trocarmos de roupa, seguimos para o centro histórico. Antes, porém, fizemos uma breve parada para um café de coador (a ausência de espressos naquela cidade é preocupante!) no Lush Café, onde também conversamos bastante com os donos (Aramis e Lúcia, se não me engano). Lugarzinho simpático, com boa música, boa conversa, mas sem ventiladores. Não deu para ficar muito, até porque, desde o primeiro dia, Jaque tentava nos mostrar seu lugar predileto, o RamDam Café. Foi ótimo, porque, apesar de rodeado por foliões de todos os tipos, o bar se mostrava uma espécie de oásis. Até brinquei, dizendo que de lá só se ouviam ecos da folia. Podíamos escolher algum jogo de tabuleiro ou jogar buraco, mas optei por me refestelar numa das redes do jardim interno. O céu estava lindo demais nesse dia, mas o calor era arrasador. E vejam que, em Paraty, o calor não é o mesmo que o do Rio! Lá é mais fresco, talvez por causa das construções baixas, da proximidade do mar e da montanha... Mas esse dia, particularmente, foi quente. Comemos uns deliciosos bolinhos de arroz e umas rabanadas com sorvete de gorgonzola, ficamos conversando com o Nuno, um dos donos, português figuraça, amigo da Jaque, e só saímos de lá por volta de 1h30 da madrugada. Eu já estava morta de cansaço.

A terça-feira, obviamente, começou tarde. Dessa vez, fomos até Parati Mirim. Após uns 7 km de estrada esburacada, chegamos à praia. Bonita, sem dúvida, de águas calmas e emoldurada por muito verde. Passamos a tarde inteirinha por lá e, mais uma vez, declinamos do passeio de barco para o Saco do Mamanguá. O problema desses passeios de barco é que, além do dinheiro que se paga para ir e voltar do lugar, ainda é preciso chegar cedo na praia para aproveitar bem o dia. Como não estávamos com tanto dinheiro e, definitivamente, chegar cedo não era nosso forte... Enfim, de lá, partimos para a pousada dos amigos da Jaque (em outra estradinha horrorosa... donde se conclui que o forte de Paraty, realmente, não é o calçamento, e alguns, mais gaiatos, dirão: vide o centro histórico!). Churrasqueamos um tanto, fomos para uma cachoeira lá perto (a região se chama Corisco, mas nos banhamos no Poço da Laje) e chegamos em casa antes da primeira chuva cair.

E chegou a quarta-feira... Acordamos por conta de uma falta de luz que desligou o ventilador de teto que girava sobre nossas cabeças. Decidimos começar a levantar acampamento. Jaque acordou e, assim que a luz voltou, começou a preparar nosso almoço: lombo assado com batatas. Apelidei-o de Lombo Encantado, por Jaque Azevedo, pois planejávamos devorá-lo em terras paritienses desde o frustrado réveillon. E ele vinha escapando do forno desde a noite de sábado... Mas valeu a espera: estava delicioso. De sobremesa, devoramos o que chamei de sobremesa de gordo: biscoito de vaquinha (aqueles, de leite maltado, na embalagem amarela) cobertos com uma colherada de nutella. Após tantos dias de sol, pusemos o pé na estrada, abarrotados de comida e debaixo de uma chuva torrencial que nos acompanhou até Angra. Doidos para chegar ao Rio de Janeiro, mortos de saudades de Bicudinha, Balu e da Gatinha. Posso dizer que voltei de lá com a certeza de que preciso ir lá, pelo menos, mais uma vez. Se da primeira vez foi legal para fazermos a programação básica de todo turista, dessa vez o bacana foram as pessoas e lugares que nem todo mundo que vai a Paraty conhece. Claro que ainda tem mais e, por isso, precisaremos voltar uma e outras vezes.

PS: Assim que baixar as fotos da máquina, seleciono algumas para mostrar aqui. Combinado?

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ainda "corações sujos"

Terminei de ler Corações sujos, livro sobre o qual comentei no post anterior. Recomendo-o vivamente, embora ressalte que terminei a leitura um tanto frustrada. Não com o livro em si, pois ele cumpre bem o papel de despertar-nos para um assunto tão árido, mas com a maneira, a meu ver, abrupta, como a narrativa chegou ao fim. Por se tratar de um fato histórico e não de uma ficção, sinto-me à vontade para comentar: os japoneses foram presos, o que fez com que a Shindo Renmei chegasse ao fim. Alguns foram condenados à deportação, mas nenhum chegou a sê-lo. Foram todos perdoados por JK. Ok, até aí. Mas eu não consigo entender, por exemplo, como esses mesmos japoneses, presos, lidaram, enfim, com a realidade de que seu Japão até então invencível havia sido derrotado.

Ao longo do livro, pelos depoimentos que foram colhidos, o discurso geral era de que eles não acreditavam em nada disso, que tudo não passava de propaganda norte-americana e que, caso se constatasse a veracidade de tais fatos, não hesitariam em cometer o suicídio. Pois bem: que me conste, não houve uma onda de suicídios em massa de colonos japoneses após o fim da Shindo Renmei, e as coisas parecem ter sido simplesmente apagadas da história. Talvez o assunto tenha virado um tabu, será? O fato é que sinto que muita coisa ficou de fora do livro. Tenho a impressão de que o autor, por mais que tenha buscado alguma imparcialidade, acabou reproduzindo o juízo de valor das vítimas da seita. Não percebi muita oportunidade (talvez por falta de acesso à documentação ou às próprias pessoas, não sei) para que os membros da Shindo Renmei de fato de manifestassem... E isso inclui mostrar a retomada da rotina dessas pessoas, após a prisão. Como terá sido isso?

Por conta disso, resolvi procurar alguma leitura que pudesse ser complementar à do livro de Fernando Morais. Fiz uma breve pesquisa na internet e já encontrei um: O súdito (Banzai, Massateru!), do jornalista Jorge Okubaro. Ainda não comprei, mas me chamou a atenção uma entrevista com o autor, que é filho de um membro da Shindo Renmei. Ele diz, a respeito da motivação para escrever, o seguinte: "Essa ideia me veio depois da leitura do livro Corações sujos do Fernando Morais. Na época, fui convidado para fazer uma resenha para o Jornal da Tarde. Fazendo essa resenha, me pareceu um livro incompleto, por vários motivos. Não que o livro seja ruim. É bem escrito e, naquilo que trata, trata muito bem". Por isso, acho que esse livro deve responder alguns dos questionamentos que a obra de Morais provocou em mim. Depois eu conto. Obviamente, se alguém aí tiver alguma outra sugestão de leitura, agradeço.


Minha provável próxima aquisição

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Leituras de janeiro

Janeiro chegou ao fim e, finalmente, fevereiro deu o ar de sua graça! Quanto a mim, sigo firme e forte em meu propósito de ler tudo o que puder. Afinal, o clima nesse auge de verão me deixa um tanto prostrada e ler é algo que, para mim, combina com o ócio. Ainda mais porque, sendo revisora de textos, nas minhas horas vagas, procuro ler apenas por prazer e jamais por obrigação. Mesmo porque, convenhamos, não seriam horas vagas. A partir do momento em que leio porque preciso, a leitura, em geral, converte-se em trabalho...

Informo, portanto, o seguinte: até o momento, já devorei três livros e estou prestes a terminar o quarto. Não me arrependi de nenhum, para minha sorte e deleite, embora alguns tenham sido melhores que outros. Ainda há vários títulos na fila, que não para de crescer, mas quem sabe até o fim de 2010 eu não consigo ficar em dia com minhas leituras? Se é que isso é possível, uma vez que não resisto a sebos e livrarias. É verdade que, desde que saí da casa dos meus pais, meu orçamento para este tipo de coisa deu uma encurtada, mas ainda consigo reservar algum para a aquisição de novos exemplares. E sempre há os amigos que nos presenteiam com livros...

A primeira leitura que concluí este ano teve início no fim de 2009. Trata-se do livro Minhas duas estrelas, de autoria de Pery Ribeiro e Ana Duarte. Escrito na primeira pessoa, a obra é um depoimento do cantor Pery Ribeiro sobre seus pais: Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. A narrativa é catártica. Tive a impressão de estar diante de alguém que tirava um peso enorme do peito e punha tudo para fora, sem muita ordem. E, por isso, o texto soa, muitas vezes, repetitivo. Além disso, tenho cá minhas dúvidas quanto a se o autor deveria ter se exposto tanto. Entretanto, é uma leitura interessante, que talvez peque por não trazer a isenção que um autor alheio ao tema traria, com mais informações sobre os artistas que foram Dalva e Herivelto. Acho que o relato de Pery é excessivamente íntimo (embora ele se esforce para não assumir o papel de juiz) e acaba se prendendo demais nas falhas de ambos como seres humanos imperfeitos que foram. Não vi a minissérie da Globo, mas imagino que tenha seguido o mesmo tom... Para o livro, tudo bem. Mas, sei lá, me parece que este não deveria ser o foco para uma minissérie. A vida pessoal pode, sim, ser importante (e certamente o foi para um filho relegado a segundo plano), mas fico imaginando as gerações que desconhecem os artistas em questão (como a minha e as seguintes, mais ainda) e que somente terão acesso à polêmica, à "fofoca". Em minha opinião, é uma leitura complementar, para quem já teve acesso ao legado artístico dos dois.

O segundo livro que li esse ano foi O seminarista, de Rubem Fonseca. Apesar de ter sido catalogado como romance, diria que é mais uma novela. É curto, ágil, parece um conto esticado. Sou suspeita para comentar porque adoro o estilo do autor, embora prefira - mil vezes - seus contos. Peço, porém, que alguém leia e me explique uma passagem... Não vou entrar em detalhes, para não estragar a história, mas eu juro que fiquei perdidinha no trecho em que ele narra que um sujeito reaparece como se fosse um avatar. Como assim, gente? Tem avatar até nos livros do Rubem Fonseca??? Compreendam: eu sei o que é um avatar, ok? Não é essa a minha dúvida. O que eu não encontrei foi uma explicação para a aparição do tal avatar. Portanto, me ajudem... Tenho medo de ter deixado algum detalhe escapar durante a leitura. De resto, diria que o livro é um bom exemplar de R.F. Leiam e comentem, please!

O terceiro livro a ocupar meus dias em janeiro foi A viagem do elefante, de José Saramago. A obra é classificada como conto, mas tem praticamente o mesmo tamanho do livro do Rubem Fonseca. Poderia ser, facilmente, portanto, chamada de novela. Enfim, deixo a discussão para os teóricos de plantão e digo apenas isso: o livro é fofo. Gente, eu fiquei apaixonada pelo elefante Salomão/Solimão, animal de brio, que seguiu - a pé - de Lisboa até Viena, enfrentando o frio dos Alpes. Adorei também o seu cornaca (condutor/tratador) Subhro/Fritz, em cuja boca Saramago colocou tantas considerações interessantes. Confesso que foi um livro que resisti a comprar e ler, porque prefiro os romances de Saramago e achei que essa história de elefante tinha tudo para ser um tédio só. E, putz, eu estava MUITO enganada, mesmo.

O livro que estou lendo agora - e que vai pela metade - chama-se Corações sujos e já estava em minha estante há anos. Comprei-o quando a Joana, colega de Facha, trabalhou no estande da Cia. das Letras numa bienal e me ofereceu o catálogo para escolher os livros que ela compraria para mim com desconto. Escolhi alguns, sem grandes expectativas, e deixei-os guardados na estante para quando tivesse tempo e/ou interesse em ler. Entre os títulos, essa obra do Fernando Morais, que só fui ler agora: pesquei-o ao passar apressada pela estante, apenas porque precisava de um livro para ler no ônibus, no metrô, na hora do almoço etc. Tinha acabado o do elefante e não queria emendar em outro Saramago. Foi isso: comecei a leitura sem muita reflexão e me deparei com uma história que vem exigindo de mim toda a atenção possível. Não consigo desgrudar, juro. Até porque a escrita do Fernando Morais é assim: prende a gente, mesmo quando a história é boba. Imagina, então, quando ela é fascinante. Acho no mínimo curioso que eu nunca houvesse ouvido falar disso.

Navegando na internet em busca de mais informações sobre o livro, encontrei uma resenha que informa que Corações sujos está em vias de virar filme, encontrando-se já em fase de pré-produção. Não sei se dará certo ou se acabará resvalando para a caricatura, mas o projeto parece ser sério. Sobre o livro em si, destaco o seguinte trecho e deixo o link, para quem quiser ler o texto na íntegra:

"Corações sujos conta a história da Shindo Renmei, ou "Liga do Caminho dos Súditos", uma seita nacionalista japonesa que nasceu em São Paulo logo após o fim da Segunda Mundial e aterrorizou a colônia de japoneses no Brasil. Seus seguidores acreditavam que a notícia da rendição nipônica não passava de um golpe de propaganda dos aliados para acabar com o orgulho dos japoneses e não aceitavam o fato de que o Japão havia sido derrotado. Com isso, em poucos meses, os mais de 200 mil imigrantes que viviam no Estado de São Paulo estavam divididos entre os kachigumi, ou "vitoristas", da Shindo Renmei, apoiados por 80% da comunidade japonesa no Brasil, e os makegumi, ou "derrotistas", apelidados de "corações sujos" pelos militantes da seita.

Organização militarista e seguidora cega das tradições de seu país, a Shindo Renmei declarou guerra aos "corações sujos", acusando-os de traição à pátria pelo crime de acreditar na verdade - ou seja, que o Japão havia se rendido -, e passaram a perseguir e assassinar os "derrotistas". Em pouco mais de um ano, entre 1946 e 1947, os matadores da Shindo Renmei percorreram o Estado de São Paulo realizando atentados que levaram à morte 23 imigrantes e deixaram cerca de 150 feridos."



Pode parecer fútil, mas o fato é que, além de trazer uma
história real e instigante, narrada por Fernando Morais,
o livro tem um projeto gráfico lindo de morrer