No sábado, depois de tirar uma soneca à tarde (com ar condicionado ligado que ninguém é de ferro e o ventilador só fazia espalhar o ar quente), fomos ao Estação Barra Point ver Bastardos inglórios, do Quentin Tarantino. Acho que foi a primeira vez que realmente gostei de um filme de ficção sobre a II Guerra Mundial. Justamente por ser ficção. O filme altera completamente os fatos, adultera a História e faz com que a gente saia do cinema de alma lavada. Eu teria gostado mais se a versão fosse menos pró-EUA, é verdade. Porém, acho que o filme cumpre bem o seu papel de ficção e ajuda na catarse coletiva. Se há por aí quem adultere os fatos no intuito de dizer que não houve Holocausto, por que não adulterá-los para mostrar uma reação que não houve? É como quando a gente engole um sapo e fica sem resposta. Aquilo fica ali, na garganta, sem ter como sair. E a gente fica pensando em tudo que poderia ter dito, tudo que poderia ter feito e começa a pensar nos mais variados "se...", nas inúmeras possibilidades que teriam ocorrido. Na vida real, a gente raramente tem a oportunidade de resolver isso. Daí, a importância da ficção. Saí do cinema feliz, apesar de terem desligado o ar condicionado durante boa parte da exibição (tremenda maldade, ainda mais com o calor que tem feito no Rio).
No fim do dia, decidimos ir até o Unibanco Arteplex, em Botafogo, para ver Abraços partidos. Decididamente, eu amo os filmes do Almodóvar. Amo as cores, as músicas, os argumentos, os diálogos passionais, o exagero que permeia tudo. Dessa vez, não foi diferente. Recomendo muitíssimo. Se me perguntarem, porém, se apontaria algum defeito no filme, este seria apenas sua duração. Considerei-o excessivamente longo, é fato. Mas foi um tantinho de nada, juro. E foi um tantinho cheio de música, de riso, de cor, de história. Não pesou, não. Pelo menos, para mim. Eu, na verdade, teria ficado lá acompanhando mais um tempo o desenrolar dos fatos. Como se fosse uma série ou novela de TV, o fim poderia perfeitamente vir seguido de um "A seguir, cenas do próximo episódio/capítulo". Eu, apaixonada que sou, teria ficado lá. Ainda mais que, ao sair, um temporal desabava sobre o Rio de Janeiro. Péssimo prognóstico para o réveillon, aliás...
4 comentários:
Também amei Bastardos Inglórios. Totalmente inusitado. Todos os personagens, para mim, foram bem marcante. Desde o pai de família que esconde os judeus no porão no início do filme até o rapaz que coloca fogo no cinema de fato. Eu detestava Quetin Tarantino provavelmente prque assisti Pulp Fiction com 13 anos no cinema e não entendi patavinas!!! Ficou na minha memória que ele não prestava e isso me fez não assistir mais nada que tinha o dedo dele, como Kill Bill. Mas eu entrei no cinema sem saber que Bastardos Inglórios era dele porque não li sinopse nem nada, fui pelos tweets que recebi falando bem do filme(hauhauahu) e, tive que me redimir.O cara mandou bem. Tb saí de alma lavada. Tô louca pra sair o dvd pra ver de novo.Beijo
Acho que você deveria aproveitar a deixa, rever "Pulp Fiction" e ver os dois "Kill Bill", além de todos os demais filmes do Tarantino. O cara manda muito bem... Eu sempre gosto dos filmes dele. De alguns, mais; de outros, menos. Mas sempre gosto.
Só agora consegui comentar! Seu comentário sobre Bastardos Inglórios foi perfeito, saí do cinema com a mesma sensação. Ah, adorei o novo visual do blog. Beijão!
Bruninho!!! E só agora vi seu comentário aqui, acredita? Nesse meio tempo, seu irmão(!) passou por aqui, uns posts mais acima, no qual eu comento possíveis caminhos de leitura complementares ao Corações sujos, do Fernando Morais... Eu já sabia que a tal aldeia global era do tamanho de um ovinho de codorna, mas essa me surpreendeu. O curioso é que ele nem falou nada e nem apareceu aqui por seu intermédio ou algo assim. E eu só desconfiei por conta do nome, da idade e da procedência. :-P
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