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sexta-feira, 17 de março de 2006

De volta ao carnaval: espontaneidade de um Boitolo...

Por aqui passou o Cordão do Boitolo


Domingo de carnaval. Confesso que essa não é minha praia. Por mais que goste de samba, sinto uma certa repulsa por multidões, barulho etc. Tenho um certo desprezo pelo lado comercial da festa, na Sapucaí. Sinto-me um peixe fora d’água.

Esse ano, porém, não pude viajar. Fiquei no Rio e acabei me deixando contagiar um pouco pelo clima festivo. Fiz uma lista dos blocos que gostaria de ver, nem que fosse de longe, e acabei indo parar no que seria a maior furada. Explico: li no Jornal do Brasil que o Cordão do Boitatá desfilaria no domingo pela manhã, ali na Praça XV. Então, eu, Flávio e minha mãe nos despencamos para lá. O problema é que, embora chegassem cada vez mais pessoas fantasiadas, nada de música. Aliás, nada de nada.

No meio da multidão que se formava, encontrei alguns conhecidos e descobri que o desfile do bloco tinha sido adiado para o dia seguinte. Dizia-se que era pra não encher muito etc. E parece que esta prática – antipática – vem sendo adotada por vários blocos de carnaval, aliás. Fiquei um pouco decepcionada, mas com a pulga atrás da orelha. É que ninguém arredava o pé dali, de jeito nenhum. Só minha mãe, é claro, que saiu assim que chegou... Mas chegavam cada vez mais pessoas... Eu não podia ir embora sem saber o que iria acontecer. Isso de jeito nenhum!

Foi então que, de repente, um grupo começou a batucar no que via pela frente. Surgiu um cara tocando corneta. As pessoas começaram a cantar as tradicionais marchinhas... Alguns gritavam: BOITOLO! BOITOLO! Percebi que estava no embrião de um novo bloco. Vida curta ou longa, impossível dizer. Mas, certamente, um bloco de protesto. Contra esse estrelismo de alguns grupos que esquecem que manifestações populares só têm valor quando autênticas... Do meio da multidão fantasiada, surgiu um pedaço de papelão. Preso ao tridente de um diabinho, dizia em batom: Cordão do Boitolo, e atrás: ou do Boicotá.

Acompanhei o desfile até onde agüentei. Passamos por todas aquelas ruas estreitas até sairmos pelo Arco do Teles. Dali, o bloco continuou pela Sete de Setembro. Peguei o Flávio pelo braço e fomos ao cinema no Paço Imperial. Lembrei que às 13h10 (horário ingrato, não?) haveria uma sessão de Vinicius... Eis um filme que eu não pensava em assistir, mas tive que dar o braço a torcer. Mas, agora, fica pra próxima!

2 comentários:

Anônimo disse...

cara, é um saco comentar em sistema blogger... passa p o haloscan, amore!... Olha, um amigo meu tb foi no Boitolo e adorou.. Bem-feito, se vc tivesse me ligado teria ido no dia certo, eu fui e todo mundo gostou. bjo, eugênia

Anônimo disse...

Também sou do Rio,moro em Irajá!!Estudo Letras Português/Inglês na UERJ e tbm tenho um blog,com assuntos variados,desde coisas sérias à tosquices!Psse lá!
Concordo que o Carnaval perdeu muito de seu sentido,de festa do povão.O Carnaval do Rio virou vitrine de Piranhas!!A classe média é que está tentando preservar o carnaval de Rua,tanto é que os blocos atuais são,em sua maioria,da Zona Sul!Beijos!