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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Recordações de Buenos Aires

Chegou a hora de romper o silêncio! Desculpem a demora. Estive em Buenos Aires no início do ano. Passei 15 dias por lá e venho adiando há pelo menos um mês um post a respeito da viagem. Até agora não consegui me organizar. Não imprimi nenhuma foto, não separei meus souvenirs... Um misto de preguiça e falta de tempo. Pois bem, chega. Vamos à viagem:

Eu e Flávia tomando um licuado na Plaza Cortázar.
Como foi difícil tirar uma foto das duas juntas! ;-)



FLÁVIA
Fui a Buenos Aires com minha amiga
Flávia. Estudamos juntas na UERJ. Por ser professora de espanhol, ela estava interessadíssima em tudo. Guardava todo e qualquer tipo de papel. Tiramos fotos no supermercado e de placas de trânsito, por exemplo. Graças a ela, conheci as mulheres alteradas da Maitena e o Gaturro, do Nik. Ela só não me perdoa porque eu não quis ir a nenhuma boate... Disse que da próxima vez eu não escapo!

GOL
Obviamente, viajamos de
Gol. É bem mais barato que a concorrência, sem dúvida. Fiquei surpresa porque não recebemos barrinhas de cereais desta vez! O lanchinho de bordo era um sanduíche frio de presunto (meio seco, é verdade), um goiabinha e suco à vontade. Não sofremos as conseqüências do recente caos aéreo... Minto. Na ida, ficamos uns 40 minutos esperando dentro do avião. Apertadíssimo. A volta foi melhor.

HOSPEDAGEM
Ficamos na casa de meu tio. Ele trabalha na
Petrobras de lá e mora sozinho em um bom apartamento na Recoleta. Melhor impossível. Fomos extremamente mimadas...

ALFAJORES E EMPANADAS
Sou louca por aqueles fabulosos alfajores
Havanna! Devo ter comido, ao menos, um por dia. E ainda trouxe um para cada amigo que ficou aqui. A Flávia detestou os alfajores!!! Disse que não gosta de doce de leite... Vai entender... Ela não fez muita questão nem mesmo das empanadas!!! Já eu, me empanturrei. Engordei, é verdade. Mas vale cada segundo da dieta pós-viagem.

SORVETES (OU HELADOS)
Todo mundo fala do sorvete
Freddo... Não são ruins, é claro. Mas o campeão, na minha opinião, é o VOLTA. Putz! É maravilhoso!!! Chega a ser criminoso... E tinha uma loja bem na nossa esquina. Terrível, né!?

ÁGUA
Comunicado importante: a água mineral consumida maciçamente em Buenos Aires é salgada. É horrível. A campeã de vendas (Villavicencio) tem cerca de 35 mg/l de sódio. Para quem gosta de água com gás, menos pior. Dá uma disfarçada. Mas pessoas como a Flávia, que detestam, têm que se acostumar. As melhorzinhas são a Evian e a Glaciar, que têm 10mg/l cada uma e são salobras. Se vocês nunca pararam para ver a quantidade de sódio presente na água mineral, sugiro que dêem uma olhadinha. Assim, como quem não quer nada...

TEATRO
É claro que nós fomos ao teatro. Não havia muitas opções, uma vez que as melhores peças estavam em cartaz em Mar del Plata. Sendo assim, assistimos a uma comédia rasgada que se chamava:
“Pobres pero casi honradas”. Dá pra imaginar o estilo, né!? Me fez lembrar um pouco do “Sai de baixo”... O cenário era uma sala de estar, muito bem montada. O humor era rasteiro. Mulheres esculturais vestiam decotes e saias curtíssimas. Um velho (com quem tiramos foto na saída) fazia um papel de gaúcho com direito a sotaque e tudo, o “galã” era barrigudo e o dono-da-casa era um careca gordão. Ah! E tinha uma empregada falastrona velhíssima... Algo assim meio Dercy Gonçalves.

CINEMA
Fizemos questão de assistir a um legítimo filme argentino. Só havíamos nós na sala (e é claro que tiramos fotos!) do
Village Recoleta. Resta saber se a culpa era do filme ou se o problema foi o horário. O filme chamava-se “Nevar en Buenos Aires” e tinha acabado de estrear nos cinemas. Achei o roteiro meio confuso, mas não chega a ser ruim. No dia mais frio do ano, um sujeito começa a sentir uma onda de calor... E isso acaba influenciando no trabalho dele. Mandam ele para casa, ele conhece uma menina. Por coincidência, a mesma de quem fala o locutor da rádio que o sujeito calorento escuta o tempo inteiro.

RECOLETA
Passamos os primeiros dias caminhando pela
Recoleta. Entretanto, ao invés de corrermos atrás dos pontos turísticos, acabamos conhecendo o comércio local. Farmácias, lojas dos mais variados tipos, supermercados. Fomos até parar numa (nada turística) sinuca!!! Comprei uns livros que minha mãe tinha encomendado e coisas do tipo. Jantamos várias vezes com meu tio, sempre por ali, em restaurantes como Prima Fila, Gardner, La Bambilla, La Caballeriza, Lolla... Até que finalmente tomamos coragem e visitamos o famoso cemitério, a igreja de N. Sra. do Pilar e seus claustros, essas coisas. Mas nem chegamos perto do Museu de Belas Artes, por exemplo. E só vimos o Centro Cultural Recoleta de passagem.

PALERMO
Em nossa primeira ida a
Palermo, visitamos alguns parques. Começamos pelo Jardim Japonês, que é muito bonitinho. De lá caminhamos até o Jardim Zoológico, mas não entramos. Já era tarde e não valeria a pena o dinheiro da entrada. Optamos por conhecer o Jardim Botânico, de graça. Que lugar horroroso!!! Mal-cuidado demais. E, nossa, há gatos espalhados por todo o canto. Tanto que, se você senta em algum banco, eles vêm até você... Famintos, eu acho. Voltamos a Palermo mais três vezes: para conhecer os bares da Praça Cortázar (muito legais!), para visitar o Malba e para comprar nos outlets, é claro. É lá que tem a Calle Murillo, famosa pelas lojas de artigos de couro. São realmente mais baratos que no Brasil, mas não tão baratos que justifiquem a compra de algo que você - provavelmente - não vai usar. E que ainda tomará muito espaço na bagagem e, depois, no guarda-roupa.

LA BOCA
Foram duas visitas, mas a primeira foi a melhor. A Flávia ensinou um argentino, um peruano e um americano a sambar (bem, ela tentou). Não era fim-de-semana, mas o Caminito estava bem cheio. Visitamos a grande furada da viagem, o tal Museu Histórico de Cera. Compramos enfeites... Tiramos fotos. Pena que a Flávia perdeu as dela porque um velho irresponsável de um locutorio não soube copiar os arquivos para CD. Por isso, voltamos lá. Flávia tirou novas fotos... Mas acabamos não visitando o
La Bombonera!!! Acreditem.

PUERTO MADERO
Estivemos lá algumas vezes, mas nunca à noite. Visitamos a Fragata Sarmiento e almoçamos umas duas vezes com meu tio. Só. A Flávia bem que tentou me arrastar, mas eu já estava empanturrada demais. Não agüentava mais ficar saindo para comer...

SAN TELMO
Já que todos diziam ser um passeio obrigatório, fomos à Feira de San Telmo. Mas achamos tudo muito caro. No máximo, compramos uns casaquinhos e olhe lá. Eu nem me aventurei a entrar na feira de antigüidades propriamente dita. Muita gente. Pouco espaço. Não é à toa que dizem que ali dá muito batedor de carteira.

CALLES FLORIDA E LAVALLE
Caminhamos pela Calle Florida algumas vezes. É que são tantas lojas... E a Flávia cismou de comprar presente pra todo mundo! Então, nunca dava tempo de fazer tudo no mesmo dia. Na última vez em que entramos nas Galerias Pacífico, tomamos coragem e subimos para o Centro Cultural Borges! Aceitaram minha carteirinha de estudante da
Facha e paguei meia-entrada. Legal, né!?

CORRIENTES
Gostaria de ter vasculhado mais os sebos da Corrientes. O problema é que demoramos a aprender a andar pela cidade. E, infelizmente, boa parte dos teatros estava sem atividades. Aliás, até o Colón (que não é na Corrientes) estava fechado para reformas! Ah! E, na saída do teatro, caímos na besteira de comer em um suposto rodízio de pizza. Juro que nunca comi algo tão ruim, apesar da Flávia dizer que só não era pior que uma pizza que ela comeu em Miguel Pereira. Pena que deletei o nome do lugar... Valeria a pena o alerta.

MONTEVIDEO EN BUQUEBUS
Chegamos à capital do Uruguai em uma espécie de catamarã (o “buque”). Imediatamente nos arrependemos por não termos ido de primeira classe. As cadeiras do andar de baixo era muito desconfortáveis, não reclinavam. E, bem, não tivemos coragem de deitar no carpete do hall como vários outros turistas. Passamos “um dia na capital” (o nome do pacote) passeando de ônibus (o “bus”). Almoçamos no porto (incluído no passeio). Tomamos a bebida típica de lá, o espumante “Medio y Medio”. Tiramos muitas fotos e voltamos ao buque. Foi um dia super cansativo. Para quem não conhecia Montevideo, como a Flávia, acho que vale. Pena que não pudemos parar nas praias. Estava um calor infernal!!!

CERVEJA
Degustamos a gostosa, porém quente, cerveja do
Buller Pub, na Recoleta. Foi difícil encontrar bares que vendessem cerveja gelada. A tal de Quilmes (que é da Ambev) até que não é ruim, mas em geral era servida “fresca”. Exceção a regra só o Locos por el Fútbol (também na Recoleta). Tanto que, em Palermo, acabamos optando por drinques e tequila (né, Flávia?).

VINHO
Apesar dos conselhos etílicos de meu amigo Rei, não me enchi de vinhos. Tomamos alguns muito bons, sempre acompanhada de meu tio. Porém, o calor que fazia nos obrigava a beber cerveja mesmo. E até refrigerantes! Fica pra próxima.

TIGRE
Deixamos para pegar o
trem da costa no último dia. Simplesmente, porque não sabíamos o que havia para se fazer em Tigre! Minha mãe falou tanto... Disse que eu ia gostar do parque, que parecia muito legal. Mas juro que pensei que era mais um parque como os de Palermo, com muito verde, para caminhada. Acontece – e podem rir, que eu não ligo – que o tal parque era um parque de diversões! Cheio de montanhas-russas e vários brinquedos legais. E nós chegamos tarde. Ou seja, debaixo do maior sol. Se soubéssemos, teríamos chegado mais cedo, né!? Bem, já que não tinha jeito, almoçamos no Cassino que tem ao lado. Minha mãe já tinha dito que a comida era mais barata e que não cobravam entrada. Mas não passeamos de catamarãs pelo Delta do Tigre. Fomos direto para o parque, para aproveitar o que desse do parque. Patético.

TANGO
Por incrível que pareça, não fomos a nenhuma apresentação de tango. Queríamos ir a uma milonga, mas não encontramos nada do gênero. Acho que janeiro não é um bom período para este tipo de programa...

MEIOS DE TRANSPORTE
Quando me perguntam do que eu mais sinto falta de Buenos Aires, faço questão de dizer: “morro de saudades dos ônibus de lá”. E do metrô, do trem, do táxi... As pessoas não entendem, mas é que essas coisas lá são muito baratas! Com 75 centavos de peso, você anda pela cidade inteira. Este é o preço de uma passagem de ônibus ou de metrô. Com o peso a R$ 1,41... Façam as contas: algo como uns 53 centavos de real!!! O trem custa 80 centavos, assim como alguns itinerários de ônibus... E o táxi também é baratíssimo. É claro que adorei os passeios e quero voltar logo. Porém, é inegável que – sem esse “apoio logístico” – eu não teria conseguido.

PLACAS
Outra coisa que me deixa saudosa são as placas com os nomes das ruas de Buenos Aires. São enormes (perfeitas para míopes, como eu), indicam a numeração e o sentido do trânsito. Quem conhece a cidade sabe que as ruas são enormes e que saber em que altura da numeração você está entrando é muito útil...

CAFÉS E LIVRARIAS
Para terminar, como não poderia deixar de ser... Sentirei muita falta dos cafés. Não só dos tradicionais, como o
Café Tortoni. Ou dos enlouquecedores como os Havanna (com paredes repletas de divinos alfajores). Sentirei muita falta de esbarrar em um café a cada esquina. Aliás, assim como lamentarei a ausência de livrarias a cada dez passos.