Pesquisar este blog

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Um pingüim meio confuso

Os pés de Happy Feet rompem a casca

Fim de ano. Férias escolares. Levei minhas priminhas de 6 e 4 anos para assistir a “Happy Feet – O pingüim”. Na verdade, minha primeira intenção era apenas levá-las para passear no Iguatemi, com minha avó (e delas também). Mas, depois de algum tempo olhando-as nos brinquedos do parquinho, pedindo fichas e mais fichas para tentar ganhar cupons que valiam balas... Bem, achei melhor procurar outra coisa para fazer.

Bebé e Juju entraram no cinema animadas. Não sem antes pedirem pipoca e refrigerante... Aliás... Uma fortuna o que se gasta com criança em shopping, credo! Estavam empolgadas com a história do pingüinzinho dançarino... Ficaram tristes quando o viram ser desprezado por não saber cantar. Até aí, tudo ótimo.

Entretanto, acho que nossa ida ao cinema foi um verdadeiro fiasco. O filme, supostamente para crianças, mostrou-se extremamente complicado. Da metade em diante, Juju, a mais nova, só sabia repetir para a avó que estava “com saudades da mamãe”... E a Bebé, tadinha, não tava entendendo nada. Perguntava o tempo quem eram os tais alienígenas... E ficou apavorada com os leões-marinhos.

O problema é o seguinte: Happy Feet é um pingüim diferente dos outros. Embora seja um excelente dançarino, canta mal pacas. E é inconcebível um pingüim que não saiba cantar. Pelo menos, é o que a gente aprende com o filme. Por ser diferente, atribuem a ele a culpa pela falta de peixes que a “sociedade” pingüinesca vem enfrentando. Os sábios (?) anciões dizem que os deuses estão ofendidos e coisas do tipo. Pois bem, Happy Feet sai em busca de respostas. Ele está certo de que é tudo obra de alienígenas.

Ora, os alienígenas são os seres humanos. É óbvio que o desequilíbrio ecológico provocado pela pesca predatória é a causa da escassez de peixe. Infelizmente, essa obviedade não se aplica a crianças. Happy Feet desbrava um mundo completamente desconhecido, os seres e coisas que encontra pelo caminho são, por isso, assustadores. Tudo aparece sob o ponto de vista dos pingüins. Os demais animais estão famintos, porque não há peixes... E, bem, minhas priminhas ficaram apavoradas.


PS: Este, provavelmente, é o último post do ano. Já vai meio atrasado, é verdade. Mas fim-de-ano é uma loucura! E, para piorar, tem a reforma da casa... Ou seja, muito complicado parar para escrever sobre tudo o que gostaria. Por isso, desejo a todos um feliz 2007! Que seja um ano alegre e cheio de boas recordações para todos. Eu, por exemplo, começarei o ano viajando. Que eu traga boas histórias para contar por aqui. Até a volta!

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Boas animações em cartaz

Não tenho ido ao cinema. O último filme que vi rendeu meu último post. Entretanto, naquele período em que me senti meio apática, sem vontade de escrever sobre nada... Lembram? Bem, naquele período eu fui ao cinema duas vezes. Assisti a dois longas animados. O primeiro foi “Deu a louca na Chapeuzinho”. O segundo, “Wood & Stock”.

Sobre Chapeuzinho

Lobo, lenhador, vovó e chapeuzinho à espera do interrogatório


Detesto comentar com tanto atraso, mas acho que vale a pena. Afinal, ambos ainda estão em cartaz. E, bem, acho que foram boas experiências cinematográficas. Pelo menos, para mim... Saí do Arteplex, logo após a sessão do “Deu a louca na Chapeuzinho”, bastante empolgada. Lembro que cheguei a comentar com o Flávio que este é um excelente filme para trabalhar com a questão da linguagem. Excelente para ilustrar como uma versão é sempre uma versão e, portanto, tendenciosa.

Pois é, achou que baixou a professorinha... Lembrei de um livro adorável do Pedro Bandeira, chamado “O fantástico mistério de Feiurinha”, no qual todas as heroínas dos contos de fada se encontram após o era uma vez. Elas estão à procura de uma princesa desaparecida, a Feiurinha do título. Conheci o livro no meu primeiro ano como professora de português da 5ª série. Fiquei apaixonada. Pus minha família inteira para ler... Curtinho e divertido. Todos gostaram muito. O Flávio, inclusive.

Mas acho que a única semelhança que há entre filme e livro é mesmo a temática. E, bem, talvez o fato de ambos serem recriações bem-sucedidas de histórias tradicionais. O filme é muito legal, mesmo. Crianças, certamente, não farão esse tipo de leitura, mas esse lance da linguagem é bem interessante. Explico: além dos personagens repaginados (mais modernos, digamos), a história é tratada como um crime. Pois bem, o lobo invade a casa da vovó, o lenhador aparece... Enfim, tudo tal e qual. Porém, há um flagrante e cada personagem conta sua versão da história. Ou seja, fica nítido que não existe mesmo uma verdade.


Sobre Wood & Stock

Wood e Stock resgatam a antiga banda com um porco nos vocais

Quanto ao “Wood & Stock”, tive o privilégio de assisti-lo no Odeon (que considero um dos melhores cinemas cariocas). Por acaso, era a pré-estréia e calhou de estarem lá diretor e produtora do filme (Otto Guerra e Marta Machado, respectivamente). Falaram meia dúzia de abobrinhas e caíram na besteira de falar que o curta ("Deu no jornal" - cliquem para ver!) que antecederia o longa vinha causando problemas de censura e bla-bla-blá. Pois bem, começou o filme e, embora tenha achando o curta muito legal, confesso que esperava mais. Acho que teria sido melhor eles não terem comentado nada, né!? Fiquei cheia de expectativas, poxa!!!

O longa propriamente dito eu achei um barato. Ri horrores. Mas, realmente, o roteiro é nulo (li vários comentários a respeito disso depois). Não chega a prejudicar o filme, porque as tirinhas, isoladas, são divertidíssimas. A seqüência é o que menos importa, no fim das contas. Então, que se dane se a costura de tirinhas deixou a desejar! Morri de rir com os dois coroas fumadores de orégano... E, putz, a Rê Bordosa dublada pela Rita Lee está hilária. Perfeita! Perfeita!

Em minha opinião, o único porém, em todo o filme, foi a salada de sotaques. Bem, não sei nem se é algo ruim, mas me causou estranhamento na hora. É o seguinte: a fala do Stock é de um paulistanês legítimo. Entretanto, como diretor e produtora são do Rio Grande do Sul (acho eu, pelo sotaque), a trilha sonora do filme é basicamente de bandas gaúchas. Acho até um som bastante apropriado para Wood e Stock, mas penso que entra em choque com o tal “ôrra, meu” etc. Enfim, questão de gosto. Talvez.

sábado, 18 de novembro de 2006

Em cartaz uma criança entre a Ditadura e a Copa de 70

Mauro a bordo do fusca azul de seus pais, a caminho de Sampa


Na semana passada, precisamente quarta-feira (18/11), retomei o costume de ir ao cinema enquanto espero o horário da minha aula. Cheguei ao Unibanco Arteplex ainda em dúvida quanto ao que iria assistir. Tinha olhado os filmes em cartaz por alto no trabalho, mas busquei não me fixar em nenhum. Não sabia a que horas chegaria.

Dessa vez, o Flávio não ia e só me pediu que não assistisse ao “Macunaíma” (sim, está em cartaz, mas agora só no Ponto Cine, em Guadalupe), que ele está louco para ver. De resto, disse que eu visse o que me desse na telha! Era só escolher. Mas, quando finalmente consegui chegar, só me cabia uma opção e ela era “O ano em que meus pais saíram de férias”, de Cao Hamburguer.

Não sabia bem o que esperar... Confesso que não gosto muito de assistir a filmes nacionais sem me preparar antes. Foram muitas as surpresas desagradáveis que tive até hoje. Bem, não me entendam mal, não acho o cinema tupiniquim ruim em si. Só gosto de me prevenir das bombas, porque – não tenho dúvida – elas existem. Ok, ok... Não são só tupiniquins. E esse mea culpa já está indo além do que devia. Sua função era apenas explicitar o quão indefesa eu me sentia, sem saber direito o que vinha pela frente. Mas encarei.

E foi uma agradável surpresa. O filme, narrado pelo menino Mauro, cujos pais saíram de “férias” (tão comuns durante a ditadura militar), é de uma poesia rara. Ele é deixado às pressas na casa do avô, que mora no bairro Bom Retiro, em São Paulo. Um bairro onde vive todo tipo de gente. Desde judeus poloneses como o avô a italianos, passando por gregos etc. Uma verdadeira miscelânea.

O ano em questão é 1970, ano do tri, da Copa de craques como Pelé, Gérson, Rivelino, Tostão, Jairzinho... E afins, porque nem tem cabimento escalar a seleção inteira só para falar do filme, né!? O fato é que os caras jogavam muita bola e Mauro era vidrado em futebol. Aliás, o elenco inteiro. O filme mostra bem como o Brasil parou para ver a Copa.

Mas não vou falar mais sobre o filme porque acho que vale a pena assistir. É raro ver um filme que fale sobre a dureza dos tempos de ditadura de forma tão singela, tão humana. Talvez alguém critique, diga que o filme não é crítico, não é político. Eu discordo. Acho que nada é mais contundente do que o olhar de uma criança. De mais a mais, pense que, se você não gostar do roteiro (e acho difícil não gostar), sobram os lances da Copa. Estes sempre valem a pena!

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Justa homenagem a Maria Margarida

PARA VER AS MENINAS

Silêncio por favor
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim

Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído

Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito


Grande Paulinho da Viola! Já se passaram dois meses desde que escrevi neste blog. Sei que muitos devem achar que eu cansei, que perdi o tesão de escrever... Mas não é verdade. Eu adoro isso aqui. Meu silêncio também não é devido à falta de tempo. Eis uma coisa que não me falta... Mas, poxa, não vão pensando que eu sou uma ociosa, hein!? O lance é que eu descobri que o tempo é algo bastante maleável. Sempre dá para arranjar uns minutinhos aqui, outros ali.

Mas deixe eu parar com esses preâmbulos... Minha ausência nesses dois meses deve-se, afinal, a um fato bem triste. No dia 6 de setembro eu escrevi meu último post esforçando-me por falar de coisas boas. Entretanto, a realidade era que aquela tinha sido uma das poucas noites que pude passar em casa, depois de dois dias acompanhando minha avó no hospital. Meus pais tinham acabado de sair, naquele momento, para saber o que estava acontecendo com ela, tudo indicava que ela havia piorado. Não quis escrever sobre o assunto no dia e realmente, se o faço agora, é porque sinto a necessidade de me explicar.

No feriado de 7 de setembro, uma quinta-feira, perdi minha avó. Uma delas, é fato. Porque a outra ainda está por aí, lindinha e toda fofa. Mas, ultimamente, era a Maria Margarida que era a mais próxima. Morava pertinho, topava qualquer parada, minha companheira de viagens, de chope e até de pilates! Se vocês pensam que avós têm a cara da Dona Benta, seja a antiga (Zilka Salaberry) ou a atual (Suely Franco)... Acreditem, apesar dos cabelos brancos, minha avó não tinha nada a ver com esse estereótipo de vovó. Era classuda, bonita, moderna, charmosa e, pasmem, aos 76 anos, parecia uns dez anos menos. Ou seja, foi uma morte inesperada. E, bem, daí o meu silêncio.

Então, que fique aqui registrada minha justa homenagem a uma fã incondicional de Frank Sinatra. E que este seja o marco da retomada deste espaço. Tenho tantas coisas para comentar, fui a tantos lugares interessantes nesses últimos meses... Lembrem-me de falar sobre minha marajó renascida das cinzas, sobre Aracaju, Riachão do Dantas e seu bode (é sério!), sobre a pizzaria do Chico, os vários filmes a que assisti e, ora, tantas outras coisas.


Maria Margarida Meira
(30/08/30 - 07/09/06)


SERENADE IN BLUE

When I hear that serenade in blue

I'm somewhere in another world
Alone with you.
Sharing all the joys we use to know
Many moons, ago.

Once again your face comes back to me.
Just like the theme of some forgotten melodie.
In the album of my memory
Serenade, in Blue

It seems like only yesterday
A small cafe, a crowded floor
And as we danced the night away
I hear you say forever more
And then the song became a sigh
Forever more became goodbye;
But you remained in my heart.

So tell me darling is there still a spark?
Or only lonely ashes of the flame, we knew.
Should I go on whisteling in the dark?
Serenade in Blue



quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Sobre quarta passada

A chuva cai
(Argemiro/Casquinha)

A chuva cai lá fora
você vai se molhar
já lhe pedi não vá embora
espere o tempo melhorar
até a própria natureza
está pedindo pra você ficar.
atenda o apelo
desse alguém que lhe adora
espere um pouco
não vá agora
você ficando vai fazer feliz um coração
que está cansado de sofrer desilusão
Espero que a natureza
faça você mudar de opinião


Pois é, fiquei em casa. Quarta-feira. Não fui ao cinema, assim como não fui ao trabalho ou à faculdade. Véspera de feriadão. Muito frio. E essa chuvinha chata que não pára... Resolvi escutar o CD do saudoso Argemiro e dar uma atenção especial a este café. Já era tempo, não?

Começarei por minha última ida ao cinema, na quarta passada (dia 30 de agosto). Era aniversário da Ana Paula e ela tinha chamado para ir à Drinkeria Maldita, ali em Botafogo. Achei que não teria pique para ir depois da aula e resolvi ir cedo para lá pois a Ana chegaria às 19h30. Mas não queria perder meu cineminha, então passei no Arteplex para ver quais as opções. Eram exatas 18h quando cheguei. Bem a tempo para o projeto “Curta Petrobras às 6”. Para quem não sabe, as sessões (diárias, com 1h de duração) são gratuitas e costumam reunir três curtas-metragens sob um tema específico. A que eu assisti era sobre obsessão e trazia os seguintes filmes: “Ímpar par”; “Rapsódia para um homem comum”; e “Entre paredes”. Todos são ótimos, mas fiquei realmente apaixonada pela poesia do primeiro. É uma fábula bonitinha mesmo. Vale conferir! Esta programação fica em cartaz até o dia 12 de setembro, portanto apressem-se! Segue a ficha técnica dos filmes:


Esmir Filho
SP_Ficção_18’_Cor_2005
Em meio a pés que vão e vêm, cores de cordas de violino, o sapateiro de um pequeno vilarejo procura o par perfeito, em uma fábula de amor e sapatos.

(Legenda da Foto: O artesão de sapatos (Alvise Camozzi) em meio a suas criações personalizadas).


RAPSÓDIA PARA UM HOMEM COMUM
Camilo Cavalcante
CE_Ficção_27’_Cor_2005
Epaminondas é um funcionário público de classe média baixa no início da década de 70. Um homem comum, pai de família, que não agüenta mais a rotina banal a que está submetido. Nesse contexto, surge um amor sublime, incomensurável e obsessivo que inunda o nosso personagem, mudando toda sua perspectiva de vida.


ENTRE PAREDES
Eric Laurence
CE_Ficção_15’_Cor_2004
Possessividade, desejo, paranóia e culpa são sentimentos obscuros numa relação amorosa, onde o medo da perda e a desconfiança podem destruir a vida ou levar à loucura.


Depois do cinema, consegui dar um pulinho lá na Drinkeria. Depois de uma piña colada e um nutela ice drink (segundo o cardápio, Rum Oro, Cointreau, Nutella, em shot com borda de chocolate), ainda fui para minha aula. Bem que eu tentei companhia para esticar depois, porque tinha um aniversário no Plebeu. Mas ninguém topou. Pena.

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Arco Multiuso

A menina e o... arco


Ih! Eu já ia esquecendo de comentar sobre o filme a que assisti há duas semanas atrás no Unibanco Arteplex... Foi mal. Eu bem que tento tornar esse troço mais dinâmico, mas é difícil. São mil idéias, o tempo inteiro, mas pô-las em prática é tão difícil! Desculpem mesmo... Bem, mas agora eu já comecei – finalmente – o post e é bom não perder mais tempo. Afinal, daqui a dois dias (espero!) poder assistir a mais um filminho...

Pois é, o filme de que eu tanto falo chama-se “O arco”. Já tinha ouvido falar? Eu não, até ir ao cinema. Se bem que antes eu dei uma pesquisadinha na internet pra ver o que estava em cartaz lá no Arteplex. E fui para lá já sabendo quais seriam minhas opções. O problema é que eu andava meio desinformada e não teria companhia.

Cheguei sozinha ao cinema e liguei mais uma vez para o Flávio (só pra checar, afinal, vai que ele muda de idéia) e ele acabou me ajudando a escolher. As opções eram: “O arco”, “A prova” e “Bolívia: história de uma crise”. A lógica dele foi a seguinte... Veja o que eu não veria com você. E, daí, escolhi essa co-produção entre Japão e Coréia do Sul. Por que será, né!?

Saca só a sinopse desse 12º filme dirigido e produzido pelo coreano Ki-duk Kim (não sei por que me lembra Marmaduke): “Nos anos 60, num barco de pesca em alto-mar, um homem vem criando uma jovem desde quando era bebê. O combinado é que se casariam quando ela completasse 17 anos e falta um ano para que ela complete essa idade. Eles vivem de uma forma simples, rezando e alugando o barco para pescadores, mas as coisas mudam quando um jovem tripulante entra em suas vidas.” Que tal?

Pois o filme é exatamente isso. Os pescadores mexem com a menina, implicam com o velho, esse se enfurece e se defende com um arco (sim, ele atira flechas). Além disso, volta e meia aparece alguém pedindo para o velho adivinhar seu futuro... Pois é, ele é adivinho... E a menina o ajuda. E o arco também. À noite, o velho vai para a parte de fora do barco e se põe a tocar... o arco? Sim, o arco. Sei que contando assim, o filme parece meio monótono, chatinho... Mas, juro, não é tanto assim. Pelo menos a primeira parte.

É que eu dividiria o filme em dois. A primeira metade é interessante. Segue uma narrativa linear, conta uma história lógica. O problema é que, de repente, começam a aparecer umas coisas meio fantásticas e, sei lá, nem sei se entendi o fim do filme direito. Perdoem a ignorância, mas é isso mesmo. Não sei se é porque eu ando meio sem saco pra esses hermetismos (nada a ver com o Hermeto, hein!?) intelectuais ou se é porque não faz sentido mesmo. Como o filme não é chato, dá pra ir ao cinema numa boa... Daí, se alguém puder me explicar o fim do filme, fico muito agradecida.

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Segundas de dança, quartas de cinema

Para saber mais sobre a oficina visite o site do Circo Voador

Saio do trabalho às 18h. Em São Cristóvão. De carro ou de ônibus (ou metrô, em tempos de integração), é um excelente horário para chegar a Botafogo a tempo de assistir a aula das 19h. Timing perfeito. O problema é quando minha primeira aula não começa neste horário.

Às segundas-feiras, resolvi a questão me inscrevendo numa oficina que há tempos pensava em fazer. Trata-se da oficina de Danças e Folguedos Populares oferecida das 18h às 20h no Circo Voador. Adianto meu horário de trabalho em meia-hora e pronto. Lá vou eu! Dá tempo de sobra para chegar na aula das 20h40.

Às terças-feiras, o problema é outro. Minha aula começa bem mais cedo, às 17h15. Então, o jeito é sair mais cedo do trabalho mesmo e compensar quando possível. Ainda bem que tenho um horário flexível e a carga horária não é muito puxada... Então, dá pra ajeitar.


Mas eu queria mesmo era falar das quartas-feiras. Resolvi instituir que esse seria o meu dia de ir ao cinema! Desde que fosse no Unibanco Arteplex (pertíssimo da Facha) e que a sessão se encaixasse no horário (ou seja, terminasse antes das 20h40). E o dia escolhido não poderia ser melhor, já que é dia de promoção e o ingresso custa R$ 10! Ou seja, como estudante, paguei módicos R$ 5.


Até agora só assisti a um filme (que comentarei a seguir) na semana passada. E, infelizmente, furei a programação logo na semana seguinte, porque não tive aula. Mas podem esperar que o que não vai faltar é filme para comentar...

domingo, 13 de agosto de 2006

Apenas dois parênteses...

Primeiro parêntese: Ainda sobre as terças insanas...

O Universo da Cerveja, ali no "Baixo Tijuca" (na esquina de Almirante João Cândido Brasil com Santa Luiza) está com uma promoção bem legal. Em tempos de Ambev e cerveja cada vez mais cara, eles cobram R$ 2,50 a garrafa de Skol ou Bohemia. Mas só às segundas e terças! O lance é que tem uma musiquinha ao vivo bem chata, daquele estilo voz e violão. Todos os dias! Para quem gosta, ou não se incomoda, até que o couvert não é caro (R$ 3). Mas para quem não gosta... Faça como eu e chegue após às 22h que a tortura já terá acabado. A cerveja é gelada, vem no baldinho.


Segundo parêntese: Sobre o cineclube no Beco do Rato...

Fui conferir o cineclube lá no Beco do Rato. Não cheguei muito tarde, mas não consegui pegar uma mesa do lado de fora. Ou seja, não consegui ver nada e acabei desistindo. A exibição demorou muito a começar, porque a roda de choro que dá início aos trabalhos se estendeu demais. E, sei lá, eu ando meio cansada dessas rodas de choro que tocam sempre as mesmas músicas, do mesmo jeito... Chega uma hora que não dá mais, né!? Nem com cerveja estupidamente gelada.

O maior problema, porém, é o banheiro feminino. Antes eram dois. Precários, mas dois. Agora é um banheiro só, com três reservados. Seria ótimo, se não fosse o fato de que os reservados não têm porta e a mulherada precisa ir de três em três pra poder trancar a porta. Pra piorar, lá pela meia-noite, já não havia mais água, nem na pia. Ou seja... Meninas, além do papel que eu avisei para levar na bolsa, não deixem de levar um vidrinho de álcool gel pra limpar a mão! E, bem, encarem como uma aventura. Qualquer dia eu volto pra tentar ver o cineclube de novo.

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Terças Insanas! Você vê tudo dobrado...

Perdição total, total... Ai, ai...


Acabou a moleza. As férias da Facha acabaram e, com isso, lá se vão minhas noites livres. Mas ainda não apareci por lá. Sabe como é... Primeira semana... Carro na oficina... Bate aquela preguiça, né não!? Por mais que eu já esteja com saudade das aulas, vou sentir falta de algumas coisas. Principalmente, das terças à noite.

Explico. Descobri que este é o dia das promoções. Perdição total! Dose dupla de chope no Roquinha. Dose dupla de pastel e uísque (!) no Adão. E tudo pertinho de casa, sem ter que fazer muito esforço... Perfeito. E ainda dizem que faltam opções de lazer na Grande Tijuca! Só pode ser brincadeira.

Vou tentar ser o mais didática possível, para ver se a galera aprende o caminho. Prestem atenção, viu?


Roquinha (Rua General Roca 949, Tijuca - Telefone: 2264-6417)

O tijucano que diz que não conhece o Roquinha não deve estar ligando o nome à pessoa (ops, ao bar). O Roquinha é um bar de esquina, que fica na General Roca, bem entre o Frango Veloz e o Pizza Grill. Hoje faz o estilo “varandão”, depois de passar por uma reforma que tirou um pouco a cara de “pé-sujo”. Antes a galera costumava invadir a calçada, mas agora já não é preciso. Tem lugar pra todos. O cardápio traz várias opções de petiscos, mas o carro-chefe da casa são os sanduíches. Qualquer dia é legal. No carnaval, tem a banda... Mas a parada mesmo é aparecer por lá às terças. Como eu dia, é dia de dose dupla de chope. Você pede um (a R$ 2,70) e ganha
outro. Quer coisa melhor???


Adão (Av. Engenheiro Richard 105 A, Grajaú - Telefone: 2577-0730)

Cara, esse é imperdível! Trata-se de um outro bar de esquina, mas no Grajaú. São os melhores pastéis que eu já comi!!! Um verdadeiro atentado à balança!!! E têm uma variedade de sabores digna de rodízio de pizza. Tem até de estrogonofe e de sonho de valsa (nham)! O preço da unidade varia entre R$, 2,40 e R$ 3, mas vale cada centavo. Às terças, todo pastel que você pede vem em dobro. O mesmo acontece com a dose de uísque (R$ 7, Red Label). O lance é que o bar lota ainda mais que o habitual e o serviço acaba ficando meio lento... Mas, enfim... Eu recomendo. Vale a pena chegar cedo e botar o nome na fila (tem um quadro branco lá dentro pra isso!). Você não gosta de pastel? Não tem problema. O cardápio é variadíssimo (e delicioso). A vantagem é que você pode escolher um dia mais calmo, sem crise de consciência.


Pois é, eu lamento muito que as aulas de terça-feira à noite voltem justamente neste momento tão profícuo... São tantas promoções! E nenhuma lá perto da Facha... A única vantagem é que economizo alguns trocados e evito uns quilos extras, desnecessários. Mas, falando sério, para essas duas doses duplas serem ainda melhores só se fossem uma do lado da outra. Sei que é coisa de paulista, mas... Dose dupla de chope e de pastel? Seria o paraíso, né!?

PS: Resolvi colocar "terças insanas" no título inspirada por meu novo amiguinho de orkut, o Serginho Correia, que vocês podem conferir em blogs como o De poeta e louco, o Contos Cariocas e o Berço do Samba, todos muito interessantes.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Perú: fiesta, cajón y sabor

Uma recordação da minha primeira festa peruana

Acho que poderia ter escrito antes, chamando a todos para a festa. Mas, sei lá. Nunca havia estado em uma festa peruana, então não sabia bem o que esperar. Claro, avisei a vários amigos. E cheguei mesmo a convencer alguns... Teve quem gostasse, teve quem odiasse.

A festa aconteceu na última sexta-feira, dia 28 de julho, data em que se comemora a independência do Peru. O local escolhido foi o restaurante Panela Quente, que fica ali na Praia de Botafogo, entre a Voluntários e a São Clemente. Ou seja, de fácil acesso, pertíssimo do metrô. O ingresso custava módicos R$ 10 e, de acordo com a divulgação, R$ 5 seriam para consumo.

Pois bem, fui de carona com a Flávia, que levou o pai e a namorada dele. De cara, a primeira decepção: tínhamos que pagar os R$ 10 logo na porta, em dinheiro. Eu particularmente esperava poder pagar tudo no débito, porque no e-mail que recebi dizia que era aceito... Mas, tudo bem, né!? O problema é que, lá dentro, havia tanta gente que mal podíamos nos situar. Fomos até a comida e, bem, segunda decepção da noite: tínhamos que pagar adiantado, em dinheiro e, leigas, tentar descobrir o que era cada coisa.

Flávia, então, comprou cebiches para todos. Mas ela achou a cara péssima e quis trocar. Quem disse que conseguíamos entender quais eram as opções e o que era cada coisa!? Eu acabei arriscando uma causa. O pai dela ficou com o cebiche mesmo. Flávia e Ana (a namorada do pai dela) foram pegar o dinheiro de volta (outra novela). Eu, particularmente, tô pensando em visitar o Intihuasi, que é um restaurante especializado na culinária peruana. Só para ver se melhora a primeira impressão...

Segundo a divulgação da festa, seriam dois ambientes. O primeiro já havia sido um fiasco. Não sei se chegamos tarde demais, mas não havia nada ali (fora o balcão com a comida) que lembrasse o Peru. Decoração!? Roupas típicas!? Eu não vi. Subimos para a salsa. Ivan (o pai da Flávia) e Ana desistiram logo nos primeiros minutos. Foram embora. Mas não estava tão ruim. Ficamos eu, Flávia, Vanessa (que levou uma colega, Ana), Leandro, Eugênia (que também levou uma amiga, Joana). O problema é que, só no nosso grupo, já havia um excesso de mulheres. E, para piorar, o único homem (pô, Lê!) não dançava nada.

Como só serviam Bavária, resolvi experimentar o tão falado pisco. Gostei (a Flávia detestou!), mas achei R$ 5 meio salgado. Então, acabei ficando na coca light mesmo. Minha tia Miriam apareceu por lá bem na hora em que um grupo de música criolla, o Negro Mendes, estava se apresentando. Ela, que já esteve no Peru, achou tudo muito “globalizado” e foi embora depois de comer um prato de cebiche (que, afinal, fui obrigada a experimentar...). Depois ficou surpresa quando eu disse que fui embora lá pelas 3h da madrugada, cansada de tanto ouvir salsa...

Saldo da noite: acho que valeu a experiência. Foi divertido ver o Victor atacando de DJ (Floro). É sempre curioso ver nosso professor em outras funções, né!? Creio que a festa de domingo (sim, havia outra festa no domingo) deve ter sido melhor organizada. Gostaria de ter ido, mas o tempo estava ruim e eu estava sem carro... E sem companhia, já que não consegui convencer ninguém a ir comigo!. Além do mais, essa festa de domingo seria mais cara, então...

Fica para o ano que vem. Mais informações sobre eventos organizados por esta galera, visitem o portal Peruanos en Brasil. O pessoal é animado.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

O Beco do Rato faz lembrar uma Lapa que já não há

Quem vê o bar assim vazio não dá nada pelo lugar...

Quero aproveitar o post da minha amiga Julie (lá no blog dela, o Circuito Alternativo... Ou seria Agenda Cultural? Agora fiquei na dúvida!) para falar também do Beco do Rato. Para quem não conhece, trata-se de um botequim (pé-sujíssimo) que faz lembrar uma Lapa que já não existe mais. Afinal, em tempos de casas chiquérrimas, altíssimas produções e bares da moda, quase não sobra espaço para o meu, o seu, o nosso bom e velho boteco.

Agradeço, aqui, aos meus amigos do PSTU, pois foram eles que me apresentaram o lugar quando a sede do partido foi parar ali nas imediações. Da primeira vez, estive lá de passagem. Tinha um outro compromisso em outro lugar. Mas guardei na lembrança, esperando poder combinar de novo, levando os amigos a tiracolo. Foi o que fiz na última sexta-feira, assim que a Eugênia (aliás, por favor, não divulga ainda na Agenda não!!!) comentou que tava querendo conhecer o lugar. Por isso, quando li o que a Julie escreveu, tive certeza de que tinha acertado na mosca (ou seria no rato?).

O bar fica na rua Morais e Vale 5, bem na esquina com a Joaquim Silva. Mas, atenção! O pessoal teve dificuldade em encontrar, porque não é no trecho da Joaquim Silva que é paralelo à rua da Lapa e, sim, no que corta a própria. Ou seja, indo em direção à Glória pela rua da Lapa, passou o Ernesto, é só virar na primeira esquerda. Não tem erro! O samba rola toda sexta-feira (com o grupo Imorais e Valem, assim batizado em alusão ao nome da rua...). Não há cobrança de couvert, mas como lembrou a Ju, é bom chegar cedo!

Estou louca para conferir os demais eventos culturais que acontecem por lá. Ao que parece, toda quinta-feira tem um cineclube seguido por uma roda de choro. Encontrei muita gente conhecida por lá... Gente com quem eu costumava esbarrar pelas rodas da cidade. Muitos estão batendo ponto no Beco do Rato agora. Até porque a cerveja é estúpida... E farta. Pena que faltam copos de vidro para todos! Mas tem para todos os gostos (da Cintra à Original, passando pela Bohemia). Além disso, em termos de Lapa, tem um bom preço (R$ 3 / R$ 3,50). Outra coisa: a comida não é ruim (nem muito cara). Só demora pacas. E, bem, tem o banheiro... Meninas, é bom levar papel...

PS: A foto eu tirei lá do site Lá na Lapa, tá? Se procurarem pelo Beco do Rato, verão que ele já está lá.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Breve comentário a respeito de...

Estamira e Quanto vale ou é por quilo?

Pra quem não conhece: Estamira

Nada como um fim-de-semana ocioso para fazer alguns achados na programação da TV. Pois é, zapeando, encontrei uma entrevista com Marcos Prado (no GloboNews? no Multishow?), o diretor de “Estamira”. Foi decepcionante. Tanto que nem assisti até o fim. Mas, ainda assim, relevante. Explico-me.

Antes de continuar, um breve parênteses para falar do filme. “'Estamira' conta a história de uma mulher de 63 anos que sofre de disturbios mentais e vive e trabalha há mais de 20 anos no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, um local renegado pela sociedade, que recebe diariamente mais de 8 mil toneladas de lixo produzido no Rio de Janeiro. Com um discurso eloqüente, filosófico e poético, a personagem central do documentário levanta de forma íntima questões de interesse global, como o destino do lixo produzido pelos habitantes de uma metrópole e os subterfúgios que a mente humana encontra para superar uma realidade insuportável de ser vivida.”

Assisti ao filme já há algum tempo, na faculdade. Lembro que meus colegas de turma ficaram bastante impressionados com as verdades presentes do discurso de Estamira (o que gerou até uma comunidade no orkut!). Chegaram até a pedir que ela fosse chamada para uma palestra ou algo assim. Ao que o professor respondeu lembrando-lhes que Estamira sofre de distúrbios mentais e que, provavelmente, ela não se comportaria conforme esperavam em uma palestra, por exemplo. Particularmente, eu achava que todos queriam era armar um circo onde ela seria a atração principal, a palhaça da vez. Não que eu também não tenha me impressionado com a coerência de seu discurso “louco”, mas penso que ela já havia sofrido exposição suficiente com o filme. Talvez até demais.

Pois bem, voltando à entrevista de Marcos Prado. Em dado momento, a repórter pergunta o que, afinal, Estamira ganha com isso. E ele responde: “Além do dinheirinho que eu dou pra ela todo o mês?” E continua, dizendo que se tornaram amigos, se falam de vez em quando, que ela se preocupa com ele etc. Não sei, talvez não tenha sido intencional. Mas o Flávio (que estava ao meu lado, também detestando a entrevista) chamou atenção para um fato: “Lembra um pouco o “Quanto vale ou é por quilo”, né?” Pois é, tive que concordar (quem viu o filme deve lembrar da crítica que o filme faz a essa coisa de dar uma esmolinha, "ajudar" os pobres etc.). E mudei de canal, de volta ao ao zapping.

A constatação do óbvio: 'fast food' engorda!

Cena clássica...

No último domingo, tomei coragem e assisti ao tão falado “Super Size Me – A Dieta do Palhaço”, de Morgan Spurlock. Há tempos tinha o dvd em casa, prontinho para assistir, mas… Antes tarde do que nunca, não é mesmo? Todo mundo sabe que comer fast food não é um hábito saudável. E, além disso, todos sabem que o McDonald's é a principal referência no assunto. Entretanto, encarar isso de frente não é nada fácil. Nesse mundo imediatista em que vivemos, parece ser demais pedir às pessoas que pensem minimamente a respeito de qualquer coisa. Principalmente, sobre o que comem diariamente.

Não pretendo deixar de comer no McDonald's. Acho que, desde que não haja excesso, não faz tão mal assim. Entretanto, preciso confessar que as batatas fritas que não apodrecem (veja os extras do dvd!) me assustaram bastante… Além do mais, foi terrível ver os estragos causados por uma alimentação rica em gordura. Spurlock engorda horrores! E as taxas dele aumentam abusivamente. De indivíduo saudável transforma-se em doente. Impressiona.

Em minha opinião, o único defeito do filme é enfocar apenas o McDonald's. Spurlock até justifica a escolha, por sua representatividade (já que que se trata da cadeia mais poderosa do mundo), mas ainda acho que o debate poderia ser mais amplo. Afinal, mesmo em casa, as pessoas têm se alimentado cada vez pior. Frituras, comidas congeladas etc. Nada impede, porém, que o debate se amplie aqui fora, não é mesmo?

Lamento muito que o processo inverso – de emagrecimento e desintoxicação – não tenha rendido um outro filme. Seria excelente! Afinal, todo mundo sabe como fazer para engordar… O resultado do experimento era até bastante óbvio. Por mais que os médicos que acompanharam Spurlock não imaginassem resultados tão contundentes… Mas, fala sério!!! O que me intriga é como fazer para reverter o quadro… Por isso, Spurlock, quero ler seu livro! Será que já foi lançado por aqui??? Eu, que não costumo comprar livros de dieta, talvez adquira o seu.

sábado, 1 de julho de 2006

"¿Qué he hecho yo para merecer esto?!!"

Em tempos de Copa do Mundo, é sempre bom explicar....

Atenção: o título deste post não é uma provocação "hermana"... Juro que não tem nada a ver com a dolorosa eliminação da Argentina, no jogo de ontem contra a Alemanha. Aliás, o título não tem nada a ver com futebol. É que eu aproveitei o último feriado futebolístico para tirar o atraso. Ops! Seus maldosos! Refiro-me ao atraso cinematográfico... Fomos - eu, Flávio, Rosana e Paulo - assistir ao novo (eu disse novo???) Almodóvar. Pois é, acho que não tenho lido os jornais direito... Não li nada a respeito. E, de repente, chega aos meus ouvidos que há um novo Almodóvar em cartaz. Epa! Eu tinha que assistir!!! Fui olhar no jornal e lá estava: "Que fiz eu para merecer isto", em cartaz no Estação Botafogo 3 e no Paço. Putz! Só cineminha fim de carreira... Que estranho!!!

Carmen Maura, como Gloria

Então, resolvi prestar mais atenção à sinopse e afins. Só então, compreendi. O novo Almodóvar é de 1984!!! Ainda bem que eu li isso antes de chegar ao cinema, senão seria bastante frustrante. Aproveitei para dar uma olhadinha na crítica. Afinal, por que exibir um filme de 1984??? Poxa, 22 anos depois... É até engraçado ver a Carmen Maura tão novinha. A impressão que dá é que é mero oportunismo. Aproveitar o nome do cineasta, ocupar a entressafra... Sei lá. Mais ou menos o que fizeram com aquele outro filme dele, o "Maus hábitos" (1983). Lembro que, embora seja um dos filmes mais importantes da carreira de Almodóvar, só passou nos cinemas daqui a reboque de "Má educação". Talvez pela temática que remete ao catolicismo... Mas, de qualquer maneira, oportunista.

Apesar da desconfiança, fui ao cinema. Escolhi o Estação 3, por conta do horário. Não me arrependi. Tudo bem, tampouco me vanglorio por ter ido ao cinema. "Que fiz eu para merecer isto?" é um filme a que se pode assistir em casa. Pelo menos, nos dias de hoje. É que o filme ficou datado... Tem até (d)efeitos especiais!!! Então, a história de humor acaba ganhando uma graça involuntária, o que pode ser bom ou ruim. De fato, não chega a atrapalhar, mas lembra um pouco essas festas de temática Anos 80 em que as pessoas riem de coisas que, à época, não tinham graça alguma.

Bem, quem quiser que confira a história de Gloria, uma faxineira que se vira como pode para cuidar de sua família. Ela vive em um pequeno apartamento de Madri, com seu ríspido marido taxista, o filho traficante, o filho homossexual e a sogra sovina. O filme pode não ser nada de excepcional, mas os tipos criados por Almodóvar são - como sempre - deliciosos... Enfim, só não precisa correr pra ver no cinema. Dá pra deixar pra ver em dvd. Ou, sendo o filme de 1984, em vhs mesmo, com todos os defeitos de imagem. Pode escolher.

----------

Agora, voltando à realidade da Copa do Mundo... Como disse meu amigo Bruno Ribeiro, aproveitando um lance genial de Marcelo Masagão (de Nós que aqui estamos por vós esperamos):

Que venha a França!!!

PS: A França veio, cantou a Marsellaise e deu um ballet no futebol brasileiro. Era uma vez a Copa do Mundo, já era o hexa... Fica pra próxima. 2010, quem sabe? O negócio agora é torcer pra Portugal e cantar junto "Heróis do mar, nobre povo, / Nação valente, imortal, / Levantai hoje de novo / O esplendor de Portugal! (...)". Acho que a gente precisa ser menos rancoroso... Revanche, revanche... Se o povo queria se "vingar" do vexame de 98 que abandonasse o galicismo! Ao invés de revanche, que se use desforra, desagravo, despique... Seja lá como for, diz a sabedoria popular que o feitiço sempre vira contra o feiceiro. Secamos a Argentina? Pagamos na mesma moeda, ou ainda pior. Afinal, eles disputaram essa copa. Já a gente, só foi lá passear.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Vinicius, personagem plural e... singular


Como disse da última vez, fui assistir a “Vinicius” em pleno domingo de carnaval. Não devia ter esperado tanto. Acho que tinha medo de não gostar, porque tenho um certo pé atrás com a bossa nova. E, admito, nunca me considerei uma fã de Vinicius de Moraes.

Paguei por isso. Acabei assistindo a uma cópia ruim em um cinema minúsculo. Não me entendam mal, adoro o Estação Paço. É um cineminha simples, simpático, clima intimista. Mas é notório que ali se assiste à raspa do tacho. As pobres cópias que são exibidas no Paço, muitas vezes, já estão desbotadas e o som também não é dos melhores... E, putz!, ver um documentário tão cheio de música – boa música – sem poder degustar cada nota... Não poder observar cada detalhe daquelas imagens de acervo tão caprichadas... Uma pena, uma pena! Juro que verei de novo em dvd! Merece.

Pois é, não entendo nada de Vinicius. Mas é exatamente por isso que esse filme é perfeito. Pelo menos, para leigos, como eu, que têm a oportunidade de conhecer, compreender melhor o
poetinha. É didático sem ser chato; conta uma história envolvente, que intercala com depoimentos diversos e mostra até um pouco do ser humano Vinicius de Moraes. Saí de lá um pouco nostálgica, como tem sido freqüente, de um tempo que não vivi.

Aproveito para sugerir uma visita ao site oficial do poeta. Não, não é recente como o filme. Foi lançado, anos atrás, em comemoração aos 90 anos de Vinicius. Lembro bem, porque, ainda professora, cheguei a usá-lo em um projeto que fiz com meus alunos. Não deu muito certo, mas foi bastante divertido. As "crianças" cantaram, tocaram, escolheram poemas... E, nesse ponto, o site ajudou muito, é completíssimo.

sexta-feira, 17 de março de 2006

De volta ao carnaval: espontaneidade de um Boitolo...

Por aqui passou o Cordão do Boitolo


Domingo de carnaval. Confesso que essa não é minha praia. Por mais que goste de samba, sinto uma certa repulsa por multidões, barulho etc. Tenho um certo desprezo pelo lado comercial da festa, na Sapucaí. Sinto-me um peixe fora d’água.

Esse ano, porém, não pude viajar. Fiquei no Rio e acabei me deixando contagiar um pouco pelo clima festivo. Fiz uma lista dos blocos que gostaria de ver, nem que fosse de longe, e acabei indo parar no que seria a maior furada. Explico: li no Jornal do Brasil que o Cordão do Boitatá desfilaria no domingo pela manhã, ali na Praça XV. Então, eu, Flávio e minha mãe nos despencamos para lá. O problema é que, embora chegassem cada vez mais pessoas fantasiadas, nada de música. Aliás, nada de nada.

No meio da multidão que se formava, encontrei alguns conhecidos e descobri que o desfile do bloco tinha sido adiado para o dia seguinte. Dizia-se que era pra não encher muito etc. E parece que esta prática – antipática – vem sendo adotada por vários blocos de carnaval, aliás. Fiquei um pouco decepcionada, mas com a pulga atrás da orelha. É que ninguém arredava o pé dali, de jeito nenhum. Só minha mãe, é claro, que saiu assim que chegou... Mas chegavam cada vez mais pessoas... Eu não podia ir embora sem saber o que iria acontecer. Isso de jeito nenhum!

Foi então que, de repente, um grupo começou a batucar no que via pela frente. Surgiu um cara tocando corneta. As pessoas começaram a cantar as tradicionais marchinhas... Alguns gritavam: BOITOLO! BOITOLO! Percebi que estava no embrião de um novo bloco. Vida curta ou longa, impossível dizer. Mas, certamente, um bloco de protesto. Contra esse estrelismo de alguns grupos que esquecem que manifestações populares só têm valor quando autênticas... Do meio da multidão fantasiada, surgiu um pedaço de papelão. Preso ao tridente de um diabinho, dizia em batom: Cordão do Boitolo, e atrás: ou do Boicotá.

Acompanhei o desfile até onde agüentei. Passamos por todas aquelas ruas estreitas até sairmos pelo Arco do Teles. Dali, o bloco continuou pela Sete de Setembro. Peguei o Flávio pelo braço e fomos ao cinema no Paço Imperial. Lembrei que às 13h10 (horário ingrato, não?) haveria uma sessão de Vinicius... Eis um filme que eu não pensava em assistir, mas tive que dar o braço a torcer. Mas, agora, fica pra próxima!

terça-feira, 14 de março de 2006

Jogada de Mestre: um ponto final e tanto

Beleza forçada: caras e bocas de Rhys Meyers

Os parcos leitores deste blog devem lembrar que sou daquelas que não perdem um filme do Woody Allen. Não que sempre me agrade, mas – quando isso ocorre – acerta em cheio. Então, não poderia perder “Ponto Final – Match Point”, concordam? Ainda mais que a crítica (que sempre o acusa de repetitivo), dessa vez, deu o braço a torcer e elogiou pacas.

Aproveitei, então, o carnaval e fui assistir. Confesso que estava meio irrequieta... Perguntei as horas ao Flávio (tadinho!) umas cinco vezes, pra ver se ainda faltava muito. Achei a narrativa um tanto lenta demais, mas talvez fosse porque eu estava sem muita paciência no dia, não sei. Isso pra não falar que não entendi bem a referência a “Crime e Castigo” (Dostoievski) feita logo no início do filme. Confesso a falha e prometo corrigi-la em breve, porém meus conhecimentos de literatura russa são paupérrimos... Agora, convenhamos, não custava nada dar uma esclarecida, né!?

O filme é mais ou menos assim: Chris Wilton (Jonathan Rhys Meyers) é um ex-tenista profissional que abandona o circuito e consegue um emprego de professor de tênis em um clube londrino esnobe. Ali ele conhece Tom Hewett (Matthew Goode), e eles descobrem um interesse mútuo em ópera. Tom o convida para o camarote da família e o apresenta à irmã, Chloe (Emily Mortimer), que se interessa por Chris. Ele corresponde ao interesse, mais por amizade que por amor. Porém se apaixona ao conhecer a noiva de Tom, Nola Rice (Scarlett Johansson) e acabam tendo um caso. Tom e Nola acabam desmanchando o noivado. E Chris, sem notícias de Nola, casa-se com Chloe, que passa a tentar engravidar a todo custo. Passa-se um ano. Chris e Nola se reencontram por acaso. E ele se vê num dilema: escolher entre o conforto (afinal, ele trabalha na empresa do sogro) e os riscos de assumir sua paixão por Nola. Nessa, confusão a mulher errada engravida. E aí?


O problema é que até chegar a este ponto, lá se foi mais da metade do filme! Já estava me sentindo lograda (maldita crítica!)... Não conseguia mais prestar atenção ao filme direito. Achei o ator principal meio canastrão (Jonathan Rhys Meyers) e já começava a cansar da história. A única coisa que ainda me prendia a atenção é que eu não conseguia imaginar como seria o desfecho. Afinal, o filme deixa claro que é tudo uma questão de encontros e desencontros, sorte e azar. Será que “Crime e Castigo” tem a ver com isso? Como disse antes, não sei. E não vou ser estraga-prazeres de contar o fim, podem deixar. Mas posso assegurar o seguinte: vale a espera. É, sem dúvida, o melhor do filme. Clímax, literalmente.



segunda-feira, 13 de março de 2006

TIJUCA: “Diga ao povo que fico!”

Capa do dvd "sobre as feras do Estácio"

Muitos sabem e não tenho vergonha em admitir: sou tijucana. Convicta. Se puder escolher, não saio da região. E o mais longe que vou é até o Grajaú, como quando fui experimentar os tais pastéis do Bar do Adão (aliás, recomendo, pura perdição...). Adoraria, porém, se houvesse cinemas decentes na área. Algo além desses cinemas de shopping – no Iguatemi ou no Tijuca – que só passam blockbusters intragáveis. Não foi à toa que criei a comunidade “Cadê os cinemas da Tijuca?” no orkut. Singela tentativa de expressar um descontentamento que não acredito ser exclusividade minha.

Há alguns meses, venho buscando informações sobre toda e qualquer exibição cinematográfica que ocorra na Grande Tijuca. Descobri que o Sesc, vez ou outra, exibe bons filmes (o que mata é o horário ingrato). Outras opções são a biblioteca popular (mais uma vez: o horário...) e o Teatro Ziembinski. E é sobre esse último que eu quero falar.

Fico chateada em pensar que esse espaço, público, é tão pouco freqüentado pelos moradores das redondezas. Acredito que os principais problemas sejam a divulgação (péssima, por sinal) e a programação precária. Porque o local é excelente, confortável e, por ser pequeno, bastante acolhedor. A qualidade técnica é bastante boa também... Mas as peças de teatro... É até difícil saber o que está ou não em cartaz! Mas, além disso, essa história de fazer teatro num país que só da valor ao mass media é complicadíssima. A bilheteria de peças que não tenham “celebridades” em seu elenco é pífia. E não compensa investir pesado em produção para um teatro tão pequeno, porque o retorno seria sofrível.

Entretanto, nem tudo está perdido. Se a parte teatral propriamente dita está comprometida, a cultura em geral ainda dá provas de resistir. Em 2005, fui a pelo menos dois grandes eventos multimídia no Ziembinski: Motim e Expressões. Em ambos, havia música, teatro, artes plásticas e, principalmente, cinema. Achei tão interessante que acabei sugerindo que a festa da C.A.S.C.A. (Confraria dos Amigos do Samba, Choro e Angu), marcada para novembro no teatro, seguisse o mesmo modelo.

Quis o destino que a sugestão fosse acatada, mas ao invés de comemorarmos o sucesso do que seria a terceira festa da confraria, acabamos celebrando o que parece ter sido o fim da C.A.S.C.A.. A festa foi, na verdade, a segunda. E foi uma homenagem a nosso amigo Diogo Duarte, cuja morte prematura impediu a realização do que teria sido a segunda festa. Nesse dia de tristeza, pudemos compreender que o Ziembinski não poderia mesmo dar certo. Pelo menos, não com aquela administração intransigente que acabou impedindo que crianças e adolescentes da família de Diogo comparecessem à homenagem. A dor, que já era grande, tornou-se insuportável. E isso graças a um sujeito chamado Ivan... Mas isso, agora, é passado.

Hoje, crianças e adolescentes não são mais barrados no teatro. Essa foi uma atitude tomada pela direção assim que tomou conhecimento do problema. Além disso, amigos e parentes de Diogo Duarte esperam que a promessa de afastar o temeroso administrador tenha sido cumprida... Até fevereiro, esperavam o fim do contrato, que não seria renovado. Estive lá, mais uma vez, para assistir a um evento multimídia: a exibição do documentário “O rugido do leão”, seguida da apresentação da bateria da Estácio de Sá. O filme, produzido pelo Grupo Cultural Memória Berço do Samba e pela Bogotá Filmes, conta um pouco da história da escola de samba Estácio de Sá. Dirigido por Leonardo Pirovano, o documentário superou minhas expectativas e merece continuação (ainda mais agora que a escola voltou ao Grupo Especial). Quem puder, veja. Vale cada um dos 40 minutos de duração.

domingo, 12 de março de 2006

Nós que aqui estamos... Koyaanisqatsi!


Há muito queria ter escrito sobre este filme. O tempo passou e não escrevi nada: até hoje. O pior é que não há razão aparente para tamanha demora... Afinal, “Nós que aqui estamos por vós esperamos” é um filmaço. E foi um desses casos em que um filme excepcional é servido de bandeja, sem que a gente espere nada.

Foi assim: cheguei à faculdade para assistir à aula de Teoria do Jornalismo e do Audiovisual I, no período passado, e descobri que assistiríamos a um filme. O nome não me era estranho, mas não me dizia nada. A qualidade da fita VHS (pois é, na Facha ainda se usa vídeo-cassete...) era sofrível, pois – se não me engano – o professor havia gravado o filme da TV. Não pude deixar de pensar: “que merda”, mas decidi encarar.

Minha resistência não durou dois minutos. O filme de Marcelo Masagão, criador do famoso Festival do Minuto, é nada menos que genial! Fruto de três anos de pesquisa, este seu primeiro longa-metragem nasceu de um projeto de concepção de um cd-rom sobre o século XX. O cd-rom acabou não saindo por falta de investimento, mas o material recolhido foi aproveitado no filme, que é uma espécie de “colagem” de inúmeras de imagens de arquivo extraídas de reportagens de TV, fotos antigas e filmes. Como analisa Cássia Borsero (Zaz Cinema), “o instinto de destruição que fascinou Freud é o fio condutor de uma montagem que funde imagens a palavras, fatos históricos a uma ficção deslavada, que inventa nomes e vivências para os indivíduos sem nome que também fizeram a história”.


Confesso que saí da sala meio atordoada. Não estou sou muito afeita a esta linguagem de videoclipe... mas causa menos incômodo que assistir a Koyaanisqatsi” – que fui obrigada a assistir em outra aula e, por acaso, também fala em evolução e contrastes: natureza x sociedade –, cuja ausência de diálogos e a rápida transição de imagens chegaram a me dar uma certa dor-de-cabeça. A diferença é que, dessa vez, saí com a certeza de que é possível fazer um bom filme sem gastar tanto. “Nós que aqui estamos por vós esperamos” custou parcos R$ 140 mil. Pode não ser nenhuma esmola, mas não chega nem perto das cifras monstruosas dos dias de hoje. Que sirva de exemplo.