Hoje, em era de suposta democracia, seria de se esperar que tivéssemos acesso a todo e qualquer tipo de informação, sem restrições de ordem moral ou política. Afinal, já não vivemos mais em uma ditadura, já há a dita liberdade de imprensa e a globalização deveria promover uma maior integração entre os povos espalhados pelo mundo. Mais ainda: em busca de um fortalecimento cultural e mesmo econômico, os países de língua portuguesa deveriam estar em busca de uma aproximação cada vez maior. Deveria ser corriqueiro, por exemplo, sabermos o que acontece em Portugal ou Angola, tanto quanto o que acontece por aqui.
No entanto, basta passar os olhos pelos principais jornais e revistas brasileiros para ver que nada disso se verifica. Mal sabemos de Portugal, que dirá dos outros países... Aliás, pensando bem, mal sabemos de nós mesmos, já que nossos jornais vivem de repetir as matérias de todas as agências internacionais de notícias. Apenas repetimos o que é noticiado pelo mundo afora. Não temos acesso às notícias portuguesas, nem às angolanas e... menos ainda, às timorenses.
Tudo que chegou ao Brasil, nesses últimos 27 anos, a respeito do Timor Leste são ecos de uma independência, boatos a respeito de um massacre. Descontemos desses anos o período em que vivemos sob a ditadura militar, quando as notícias realmente eram filtradas antes de chegar aqui. O que se ouviu falar sobre o Timor desde então? Aliás, sejamos muito francos, quantos sabiam sequer que existia uma ex-colônia portuguesa do tamanho do nosso estado de Sergipe, ocupando metade de uma ilha entre a Indonésia e a Austrália? Quantos, então, sabiam que essa mesma colônia, vinha sofrendo com a dominação indonésia desde 1975?
A verdade é que só viemos a “saber” alguma coisa por volta de 1996. Foi nesse ano que o Timor conseguiu chamar a atenção (chamou mesmo?) do resto do mundo, revoltando-se de forma quase suicida contra a opressão. Um terço da população morreu em combate, em todos esses anos. A língua portuguesa foi praticamente desaprendida (proibida de ser falada sob pena de morte). O país foi praticamente destruído. E só agora a independência foi conquistada. Onde nós estivemos durante todo esse tempo?
Vale lembrar que essa história começou com a Revolução dos Cravos, em 1974, em Portugal, que libertou todas as colônias portuguesas ainda existentes. Inclusive o Timor. Porém, se Portugal, durante o período de colonização, pouco interferiu na organização política timorense, não seria depois de já ter libertado a colônia que iria realmente intervir. Então, o Timor ficou entregue ao seu destino. Afinal, na Indonésia, vigorava a ditadura de Suharto, que era patrocinada pelos Estados Unidos, assim como as ditaduras da América Latina, no mesmo período.
No entanto, o fim de nossa ditadura militar não fez com que soubéssemos o que acontecia do outro lado do mundo. O primeiro contato que tivemos com o problema timorense deu-se graças à internet, com correntes de e-mail falando a respeito do massacre. E o pior: era uma notícia tão absurda que muita gente nem leu o que estava escrito, acreditando ser apenas mais um boato. Nos jornais mesmo, nas revistas, pouco apareceu. Mesmo após a independência. Apesar de ter sido um dos últimos países por se decidir a ajudar, o Brasil tem sido um grande incentivador para a reconstrução do país. Apesar de não falar português há 20 anos, o Timor optou por ser um país lusófono. Para isso, conta com o apoio do governo brasileiro, que enviou para lá professores de português. Nossas novelas e músicas já começam a ser vistas e ouvidas pelo povo timorense.
No Brasil, a principal fonte de referência a respeito da situação timorense é o documentário Timor Lorosae – o massacre que o mundo não viu, dirigido por Lucélia Santos. Entretanto, mesmo este filme já não é muito atual. Desde o seu lançamento, em 2002, pouco se falou sobre o Timor Leste na mídia mundial. Menos ainda em âmbito nacional. É chocante pensar que algo com a grandiosidade do que aconteceu no Timor possa ter acontecido sem ser divulgado, sem que o mundo soubesse ou se importasse. Mas, pior ainda, é imaginar que essa situação continua a se repetir, não só em outros contextos, mas no próprio Timor, cuja reconstrução não vem sendo devidamente noticiada para o mundo.
De que adianta ficarmos orgulhosos de nossa tecnologia – que permite o acesso imediato a fatos ocorridos em todos os cantos do mundo – se hoje ainda é possível ocorrer uma falha tão gritante de comunicação? Por que a revolta no Timor não foi noticiada? Por que os outros países, que teriam condições de intervir, não fizeram quase nada? A verdade é que o Timor continua esquecido, assim como várias outras revoluções, revoltas e massacres que nossa mídia esconde de nós. Mais uma prova de que a tão propalada globalização é uma farsa e serve, apenas, para reproduzir um sistema de dominação e opressão.
No entanto, basta passar os olhos pelos principais jornais e revistas brasileiros para ver que nada disso se verifica. Mal sabemos de Portugal, que dirá dos outros países... Aliás, pensando bem, mal sabemos de nós mesmos, já que nossos jornais vivem de repetir as matérias de todas as agências internacionais de notícias. Apenas repetimos o que é noticiado pelo mundo afora. Não temos acesso às notícias portuguesas, nem às angolanas e... menos ainda, às timorenses.
Tudo que chegou ao Brasil, nesses últimos 27 anos, a respeito do Timor Leste são ecos de uma independência, boatos a respeito de um massacre. Descontemos desses anos o período em que vivemos sob a ditadura militar, quando as notícias realmente eram filtradas antes de chegar aqui. O que se ouviu falar sobre o Timor desde então? Aliás, sejamos muito francos, quantos sabiam sequer que existia uma ex-colônia portuguesa do tamanho do nosso estado de Sergipe, ocupando metade de uma ilha entre a Indonésia e a Austrália? Quantos, então, sabiam que essa mesma colônia, vinha sofrendo com a dominação indonésia desde 1975?
A verdade é que só viemos a “saber” alguma coisa por volta de 1996. Foi nesse ano que o Timor conseguiu chamar a atenção (chamou mesmo?) do resto do mundo, revoltando-se de forma quase suicida contra a opressão. Um terço da população morreu em combate, em todos esses anos. A língua portuguesa foi praticamente desaprendida (proibida de ser falada sob pena de morte). O país foi praticamente destruído. E só agora a independência foi conquistada. Onde nós estivemos durante todo esse tempo?
Vale lembrar que essa história começou com a Revolução dos Cravos, em 1974, em Portugal, que libertou todas as colônias portuguesas ainda existentes. Inclusive o Timor. Porém, se Portugal, durante o período de colonização, pouco interferiu na organização política timorense, não seria depois de já ter libertado a colônia que iria realmente intervir. Então, o Timor ficou entregue ao seu destino. Afinal, na Indonésia, vigorava a ditadura de Suharto, que era patrocinada pelos Estados Unidos, assim como as ditaduras da América Latina, no mesmo período.
No entanto, o fim de nossa ditadura militar não fez com que soubéssemos o que acontecia do outro lado do mundo. O primeiro contato que tivemos com o problema timorense deu-se graças à internet, com correntes de e-mail falando a respeito do massacre. E o pior: era uma notícia tão absurda que muita gente nem leu o que estava escrito, acreditando ser apenas mais um boato. Nos jornais mesmo, nas revistas, pouco apareceu. Mesmo após a independência. Apesar de ter sido um dos últimos países por se decidir a ajudar, o Brasil tem sido um grande incentivador para a reconstrução do país. Apesar de não falar português há 20 anos, o Timor optou por ser um país lusófono. Para isso, conta com o apoio do governo brasileiro, que enviou para lá professores de português. Nossas novelas e músicas já começam a ser vistas e ouvidas pelo povo timorense.
No Brasil, a principal fonte de referência a respeito da situação timorense é o documentário Timor Lorosae – o massacre que o mundo não viu, dirigido por Lucélia Santos. Entretanto, mesmo este filme já não é muito atual. Desde o seu lançamento, em 2002, pouco se falou sobre o Timor Leste na mídia mundial. Menos ainda em âmbito nacional. É chocante pensar que algo com a grandiosidade do que aconteceu no Timor possa ter acontecido sem ser divulgado, sem que o mundo soubesse ou se importasse. Mas, pior ainda, é imaginar que essa situação continua a se repetir, não só em outros contextos, mas no próprio Timor, cuja reconstrução não vem sendo devidamente noticiada para o mundo.
De que adianta ficarmos orgulhosos de nossa tecnologia – que permite o acesso imediato a fatos ocorridos em todos os cantos do mundo – se hoje ainda é possível ocorrer uma falha tão gritante de comunicação? Por que a revolta no Timor não foi noticiada? Por que os outros países, que teriam condições de intervir, não fizeram quase nada? A verdade é que o Timor continua esquecido, assim como várias outras revoluções, revoltas e massacres que nossa mídia esconde de nós. Mais uma prova de que a tão propalada globalização é uma farsa e serve, apenas, para reproduzir um sistema de dominação e opressão.
Um comentário:
esse eu vi ;)
Postar um comentário