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quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Uma decisão inevitável...

FECHADO

POR TEMPO

INDETERMINADO




Pessoas queridas,

É com muito pesar que tomo esta decisão. Não está dando mesmo para escrever, nem esporadicamente. Trabalho novo, casamento vindo aí, Flávio andou doente, projeto experimental para entregar na faculdade... Sei lá, mil coisas. Amo escrever. Acho muito legal poder dividir com vocês algumas experiências de vida. Vai ser difícil assistir a um filme e não pensar em escrever a respeito aqui. O mesmo vale para peças de teatro, bares que descubro por aí, impressões variadas. Mas quem sabe isso não é passageiro, não é? Talvez eu volte amanhã mesmo, cheia de gás, sem conseguir calar a respeito de algo. Vejamos.

Um beijão a todos,

Bia


sábado, 14 de julho de 2007

Haja pílula!

Já que não tenho tido tempo de escrever aqui com a freqüência que gostaria, vamos a algumas pílulas sobre coisas que julgo importante comentar... Então, aí vai um apanhado do que tenho visto por aí, em termos de cinema e teatro. Aviso a todos que o CineSobrado parou para o Pan (aliás, a cidade inteira foi afetada por esta praga!) e só volta em agosto. Enquanto isso, sigo em ritmo de preparativos para o casamento e em busca de emprego. Mil currículos enviados, algumas entrevistas... Vejamos no que dá. Ontem, escolhi meu vestido, essa semana "fechei" o contrato com a casa... Imaginem a correria!!!

Entre Tati e Flávia, na Cachaçaria Mangue Seco, depois de assistirmos a "Império"


Proibido proibir

O filme, exibido lá no CineSobrado no dia 13 de julho, é excelente. Eu, pelo menos, recomendo. Apesar do título remeter à música de Caetano Veloso e, conseqüentemente, aos anos de chumbo da ditadura militar, o filme se passa no presente. E isso é, talvez, o mais assustador. Porque, de repente, a gente se dá conta de que vive numa realidade funesta e se dá conta de que somos reféns da polícia etc. E olha que filme começa como uma história de amor, com um triângulo amoroso... Mas de água com açúcar a história não tem nada, não. Muito bom.


Sambando nas brasas, morô?

Uma pena que tenha ficado tão pouco tempo em cartaz. Esse filme é fantástico. Exibido no CineSobrado em 26 de julho, a história em si não tem nada demais: Pedro é um músico que sonha entrar no mercado musical. Ele sai de Belo Horizonte para viver na casa de seu irmão, no subúrbio carioca. A história, ambientada na década de 50, conta com uma farta contextualização da época, com a inserção de cinejornais, fotografia e afins. Segundo a sinopse: “o filme apresenta um país que – na política e nas artes – cortava o cordão umbilical com o passado. JK chegava, apontando novos rumos. Cantava-se do Baião à Bossa Nova. E os novos costumes permitiam aos jovens sonhar com uma nova era, onde tudo era possível. Morô?”. Se possível, vejam.

Império

Não costumo ir ao teatro. Não por não gostar, mas é que tenho uma certa preguiça. Em geral, os teatros são fora de mão, ou caríssimos. E isso, sinceramente, é balde de água fria. Só que essa peça merece o esforço. Com todas as críticas que possam ser feitas ao Miguel Fallabela, o troço é um espetáculo. Mesmo. Merecia ser encenado mundo afora... Mas tenho minhas dúvidas de que as piadas sejam assim universais. Acho que é uma coisa de brasileiro para brasileiro... E, poxa, o ingresso custa apenas R$ 10.


Surto

Para quem não curte teatro, até que bati o meu recorde, né!? Essa peça já está em cartaz há anos e nunca me interessei em assistir. Fui porque tinha companhia... Achei bobo demais. Demorei a achar graça... É estranho. Sinto-me um ET em meio àquelas pessoas que gargalham sem parar, por tão pouco. Entretanto, não chega a ser ruim. Para quem gosta de comédia, é um prato cheio.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Mais uma do CineSobrado...

"Dois perdidos numa noite suja"
Adaptação deixa a desejar. Alguém aí viu a peça?

Sei que vivo arrumando desculpas para os meus sumiços. Perdão, mas até que a razão desta minha última ausência é razoavelmente justificável. Como alguns sabem: estou às voltas com os preparativos para o meu casamento. Sim, é isso. Flávio e eu resolvemos, enfim, nos casar. E ainda esse ano, em outubro. Ou seja: eu, que nunca entendi a antecedência de mais de ano com que tantas mulheres começam a se preparar, começo a me descabelar por ter apenas seis meses (e cada vez menos) para organizar tudo. Sempre achei que fosse frescura de mulherzinha... Agora pago pela língua.

Por tudo isso, acabei nem comentando o último filme do CineSobrado. Conforme informei em minha última postagem por aqui, exibimos “Dois perdidos numa noite suja”, de José Joffily. A história é a seguinte: Paco (Débora Fallabela) e Tonho (Roberto Bontempo) são dois brasileiros que vivem ilegalmente em Nova York. Os dois dividem um apartamento em um galpão na região portuária da cidade. Tonho, tímido, sonha apenas em ser bem-sucedido, mas sente saudades da família e do Brasil. Já Paco é uma cantora de hip hop que ambiciona estourar nas paradas de sucesso. O filme é uma adaptação da peça homônima de Plínio Marcos. E o problema é que, mesmo sem ter assistido à peça, fiquei com a impressão de que esta é mil vezes melhor que o filme.

Tonho e Paco. Cenário: Nova York


Não me entendam mal. “Dois perdidos numa noite suja” não chega a ser um mau filme. Afinal, temos em cena dois grandes atores e uma boa produção, com cenas filmadas no Central Park, na Estátua da Liberdade e nas ruas de Manhattan e Broadway. Acho, inclusive, que a escolha de Nova York como cenário foi muito feliz, no sentido de mostrar duas personagens completamente desamparadas. Considero a cidade o sinônimo da metrópole capitalista, onde ninguém interage com ninguém. E, pelo que entendi, era mais ou menos essa a questão trazida pela peça: a miséria humana. A cidade-cenário só não tinha nome...

No entanto, penso que o roteiro deixa alguns furos. E, nesse sentido, o tradicional debate após o filme foi essencial para resolver algumas questões. A começar pelo relacionamento inverossímil do casal que, “em meio às esperanças, dificuldades e desencontros, apaixona-se em uma metrópole bela e violenta”. A história de vida Tonho é mais ou menos explícita, ao passo que a de Paco é excessivamente nebulosa. Talvez porque, originalmente, a personagem fosse de um homem e tenham sido necessárias muitas adaptações para encaixá-la na história. O dilema em torno das botas que ela compra por US$ 500, por exemplo, só ganha algum sentido se sabemos que isso tem relação com a peça. Afinal, a disputa por um “pisante” parece ser a mola-mestra da história de Plínio Marcos. Enfim... Deu vontade mesmo foi de conhecer a peça.

Não percam o próximo filme...

"Proibido proibir"
Quando? Nesta quarta, dia 13 de junho, às 20h!!!
Onde? Sobrado Cultural - Rua Gonzaga Bastos 312, Vila Isabel
Quanto? R$ 2 ou 1 Kg de alimento não perecível
Informações: 3238-0650

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Um passaporte húngaro?

Parentes observam documentos reunidos por Sandra Kogut,
para provar a origem húngara de seu avô


Dia 9 de maio de 2007, quarta-feira. Chuva e frio. Um frio a que o carioca já não estava mais acostumado. E, para completar, jogo do Flamengo no Maracanã. Dia de decisão, ingressos esgotados e todas essas coisas. Dia de CineSobrado, com a exibição do filme “Um passaporte húngaro”, de Sandra Kogut.

Eram 20h e estávamos lá apenas Marjorie, Claudio, Leo Pinheiro, Leo Kussama, Flávio e eu. Apareceria alguém? Aproveitávamos para pôr o papo em dia, já pensando em ir embora mais cedo. Afinal, sempre bom evitar a confusão em dia de jogo, ainda mais que o maraca é ali pertinho... Mas, às 20h20, nosso “público” deu as caras. Binho, se não me engano. E exibimos o filme. Nosso amigo Luciano ainda chegou no meio da sessão, para completar o time.

Confesso que não participei da escolha desse filme. Não tive tempo de assistir antes, portanto não sabia bem o que esperar. A verdade é que não levava muita fé, não. Também, que conclusão tirar de tal sinopse: “O documentário busca descobrir de que é feita a construção de uma identidade: os documentos, a memória, a família, um sobrenome, uma história, uma herança. O que é que significa hoje, na França, ser húngaro? E brasileiro? O que é uma nacionalidade? Através do pedido de passaporte – o fio condutor do filme – o documentário narra parte da história de uma família, dividida como muitas, entre dois mundos e dois exílios: aquele dos que se foram e aquele dos que ficaram”. Pode ser ótimo, assim como pode ser uma “bomba”, não é?

Mas o filme é bem legal. Traz questões interessantes. E, para quem leu “O processo”, de Franz Kafka, ou “Todos os nomes”, de José Saramago (esse é o meu preferido, aliás), é um prato cheio. O filme é exatamente a peregrinação de Sandra Kogut por entre a máquina burocrática de embaixadas e arquivos, em busca de um passaporte húngaro. Passaporte, esse, ao qual ela se julga no direito de possuir por ser neta de avô húngaro, simplesmente. Tanto que, questionada quanto ao motivo de querer o documento, já que ela não fala húngaro e sequer conhece a Hungria, ela se cala. Pode ser porque, à época da filmagem, a Hungria estava prestes a entrar na Comunidade Européia e, morando em Paris, ela estivesse atrás das facilidades de ter cidadania européia para se locomover por lá. Mas pode ser, também, apenas para fazer um filme. Isso não fica claro.

A verdade é que o filme poderia ser melhor. Concordo com a crítica de Cléber Eduardo, da revista Contracampo: “o filme projetado apenas esboça quão bom poderia ter sido”. Ele diz que há dois filmes em “Um passaporte húngaro”, um evidente e outro “tocado para a lateral”. “O filme evidente é uma kafkiana perambulação pelas burocracias estatais, questão antiga dentro da vida moderna. Já o filme tocado para a lateral trata da construção constante de identidade individuais mediadas-mas-não-limitadas pelos caráteres nacionais.” Por mais inacreditáveis que sejam as exigências burocráticas para a emissão do tal passaporte! Mas isso, embora seja o aspecto principal do filme, é apenas a superfície. Com a palavra, mais uma vez, Cléber Eduardo:

“O outro caminho aberto pelo filme leva à reconstituição documentada em arquivos, e narrada pela avó e pelos tios, do processo migratório de judeus europeus para o Brasil. Em suas visitas a órgãos oficiais, a diretora aprende que seus antepassados, como outros imigrantes do Leste Europeu na primeira metade do século, também trocaram de cidadania. De nome e religião até. Optaram pela reinvenção do "eu público" e pela mudança para outro país de modo a não caírem na malha fina da patrulha mundial anti-semita. Durante o aprendizado sobre sua pré-existência, com a qual não demonstra ter qualquer intimidade, a realizadora passa a se revelar sujeito histórico, único como todos, mas fruto também de um contexto amplo, cujo ponto mais visível é a origem húngara e o judaísmo. Ela passa a ser vista como indivíduo atado à história do século XX. Na realização do filme, parece descobrir isso. E sua inserção no passado se dá também com imagens de Recife, Budapeste e do Rio em um tom cromático memorialístico, como se aquelas imagem filmadas no século XXI fossem de antanho. Sandra Kogut tenta dar imagem ao passado em seu presente.”

Bem, é isso. O próximo filme a ser exibido no CineSobrado será “Dois perdidos numa noite suja”, no dia 23 de maio. Como sempre, uma quarta-feira. O horário: 20h; o ingresso: R$ 2 ou 1 kg de alimento não perecível. O endereço é rua Gonzaga Bastos 312, Vila Isabel. Espero vocês lá!

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Noel Rosa de geração em geração

Os moradores de Vila Isabel homenageiam seu poeta nos
70 anos de sua morte

Na falta de foto, fiquem com o programa do show...

Pensei em passar o último fim-de-semana descansando, para me recuperar de uma gripe maldita que me pegou em cheio. Começaria já pela sexta-feira, indo para casa dormir. Simples assim. Acontece que, no trabalho, fiz minha visita habitual ao blog Histórias do Brasil, do meu querido professor Luiz Antonio Simas, e me dei conta de que era 4 de maio. Ou seja, há exatos 70 anos morria Noel Rosa. Para quem me conhece, sabe que desde criança sou fascinada pela obra desse sujeito. Aos 18 anos, em pleno ano de vestibular, larguei apostilas e simulados para devorar a biografia escrita por João Máximo e Carlos Didier, “Noel Rosa: uma biografia”. Livro que considero, aliás, um dos melhores que li até hoje.

Passei, então, a procurar as homenagens que fariam, pois 70 anos de morte é uma data importante, não é mesmo? Afinal, a partir do próximo 1º de janeiro, a obra de Noel Rosa cairá em domínio público e isso merece ser celebrado. Acontece que os únicos eventos de que ouvi falar foram os Escravos da Mauá (sempre com aquela história de “não divulguem” e blá-blá-blá), meio longe para quem estava gastando lenços e mais lenços de papel, e um show em Vila Isabel. E esta foi minha escolha por três motivos: de graça, perto de casa e com um time de primeira (Nilze Carvalho, Marcos Sacramento, Cristina Buarque e Roberto Silva, para citar apenas os cantores).

Não me arrependi. Graças à pouca divulgação, o evento não ficou insuportavelmente lotado. Foi um típico evento de bairro, com as pessoas andando despreocupadas pelo Boulevard 28 de setembro, cujo trânsito ficou fechado até meia-noite. A localização do palco foi privilegiada, perto de vários bares e de frente para o tradicional Petisco da Vila. Mesinhas e cadeiras ocuparam metade da rua, a outra metade ficou livre para o pessoal acompanhar o show de pé. Noite agradabilíssima. Acompanhem só o programa:

1) Nilze Carvalho
- Eu vou pra Vila
- Conversa de botequim
- Feitio de oração
- Com que roupa?

2) Marcos Sacramento
- Só pode ser você
- Mulato bamba
- Meu barracão
- Triste cuíca

3) Cristina Buarque
- O x do problema
- Cem mil réis / Quem ri melhor
- Julieta
- Três apitos

4) Roberto Silva
- Fita amarela
- Dama do cabaré
- Palpite infeliz
- Feitiço da Vila

5) Encerramento (Todos)
- O orvalho vem caindo / Até amanhã

O bis eu esqueci... Minha memória não é lá das melhores, né!? Mas, saquem só os músicos: Henrique Cazes – cavaquinho e direção musical; Luis Filipe de Lima – violão; Itamar Assiere – piano; Dirceu Leite – sopros; Beto Cazes e Paulino Dias – percussão. Aplaudidíssimos, claro. Exceto no momento em que Henrique Cazes desandou a elogiar o vereador Paulo Cerri. Desnecessário, eu acho. Bem, até entendo o agradecimento, uma vez que foi ele o responsável pela homenagem... Mas a babação de ovo a meu ver foi excessiva. E as vaias, portanto, merecidas.

De lá, eu e Flávio fomos beber no Vila de Noel com os amigos que encontramos pelo caminho. Várias Bohemias depois, vimos o trânsito voltar a circular normalmente. Minha gripe, é claro, piorou consideravelmente e fomos embora. Só não consigo entender como é que as pessoas podem perder eventos como esse, de qualidade, baratos e super tranqüilos. Como a senhora que encontrei no caixa do banco Santander e me perguntou se eu também estava indo ao bingo. Constrangida, bastante nervosa, disse-me que havia acabado de perder R$ 1.000 e que não sabia o que iria fazer. Estava ali para ver se sacava algum dinheiro e voltava lá, para tentar recuperar alguma coisa. Me deu uma tristeza... Minha vontade foi arrastá-la comigo pela rua, para comer uma tapioca e tomar umas cervejas até o show começar. Mas, acho que seria inútil... Não é mesmo?

domingo, 29 de abril de 2007

CineSobrado exibe "Cartola"

O CineSobrado cumpriu a promessa e exibiu na última quarta-feira, dia 25 de abril, o documentário “Cartola – Música para os olhos”, com direção de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. Por meros R$ 2, quem foi teve o privilégio de conferir um filme excelente, ainda em cartaz nos cinemas da cidade. E, além disso, pôde participar de um debate muito legal após a sessão, o que vem se firmando como uma tendência de nosso cineclube.


Uma reverência feita por quem deve ser reverenciado

Sou suspeita para falar do filme, porque adoro samba e Cartola é um de meus compositores preferidos no gênero, porém, posso dizer que adorei. Isso não significa que eu não tenha críticas a fazer, é claro. Conversando depois com o pessoal, senti que faltaram muitas legendas. Eu me virei bem, porque conheço boa parte das personagens que aparecem no filme, mas quem estava ali para conhecer um pouco mais saiu confuso.

O filme é, na verdade, uma colagem de imagens – algumas, raríssimas – sem ter muito a preocupação de ser didático. Esse talvez seja o problema. É um filme para iniciados. As pessoas vão esperando um filme como “Vinicius” (também uma co-produção da Globo Filmes e sobre o qual eu já comentei aqui no blog) e encontram algo bem menos claro. Uma pena, eu diria. Ao invés de utilizar legendas para contextualizar determinadas situações, o filme recorre a imagens de época, de passeatas, por exemplo. E o público acaba perdido.

Outro problema é que várias personalidades acabam não sendo sequer citadas. Como Dalmo Castelo, co-autor de sucesso como “Disfarça e chora” e “Verde que te quero rosa”. Mas isso se explica pelo fato de o filme ter co-produção da Globo Filmes, o que significa que só puderam ser usadas imagens da Globo e de acervos particulares. Talvez não explique especificamente a ausência de Castelo, mas dá margem a uma série de possíveis lacunas. O curioso é que dizem que essa questão da liberação de imagens foi bastante confusa e quase fez com que o filme nem saísse. Encareceu bastante o orçamento, sem dúvida.

Mas, falemos do debate! O convidado da vez foi Clementino Jr., um dos diretores da ABD&C (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas), onde também rola aos sábados um cineclube maneiríssimo, aliás. Ele ainda levou a Eliane Gordeeff, que juntamente com seu marido e parceiro de animação Cláudio Roberto, além de enriquecer o debate ainda nos brindou com a exibição de seu curta-metragem "A Rosa" (no site dá para ver esse e outros filmes). Inspirado, segundo ela, na música "As rosas não falam" do mestre Cartola (principal assunto da noite), o filme tem apenas 2min e meio de duração.

De lá, como sempre, emendamos no bar... Bem que tentamos beber ali do lado mesmo, no Risco de Vida, mas já estava fechado. O escolhido da vez foi, então, o Universo da Cerveja, ali no "Baixo Tijuca". Foi bem divertido, apesar da maioria das pessoas, dessa vez, não beber uma gota de álcool! Além da Bohemia geladíssima a R$ 3, no balde de gelo, eu e Flávio ainda comemos uma deliciosa batata rostie recheada de carne seca com catupiry. Lá, conversa vai, conversa vem, passa um pipoqueiro e eu faço o Leo Pinheiro correr atrás do cara, para ver se ele topa aparecer na próxima sessão. Pegamos o telefone do sujeito. Vejamos!

quarta-feira, 18 de abril de 2007

CineSobrado estréia em grande estilo

Quarta-feira passada, dia 11 de abril, acordei ansiosa. Cheia de expectativas, ainda não tinha conseguido falar com nenhum pipoqueiro. Era minha estréia no CineSobrado, o Cineclube do Sobrado Cultural, em Vila Isabel. E eu achava que a presença de um pipoqueiro na porta seria essencial. Afinal, onde já se viu cinema sem pipoca?

O filme escolhido para esta primeira sessão foi “Rio de Jano”, um filme que fez um baita sucesso quando esteve em cartaz... Bem, tanto quanto é possível a um filme nacional fazer sucesso, claro. Ainda mais se considerarmos que se trata de um documentário sobre um personagem praticamente desconhecido em território brasileiro: o francês Jean le Guay, o Jano (pronuncia-se Janô) do título.

O filme, dirigido por Anna Azevedo, Renata Baldi e Eduardo Souza Lima, apresenta o Rio de Janeiro sob um ângulo inusitado, a partir do aguçado e raro senso de observação e percepção deste desenhista francês, especialista no tipo de arte que na Europa ficou conhecido como "Cadernos de Viagem". A equipe acompanhou-o durante os 50 dias que este passou no Rio, flagrando o momento exato em que nasceram os desenhos. Alguns retratando paisagens nada convencionais aos olhos do turista que vêm ao Rio, como Pedra de Guaratiba. A filmagem teve prosseguimento depois, quando a equipe foi até ateliê do artista, em Paris, para registrar a finalização de suas aquarelas.

O único senão do filme é, como sempre acontece no cinema nacional, a sonorização. No bate-papo que rolou depois com o simpaticíssimo Eduardo Souza Lima (que faz questão de ser chamado de Zé), ele explicou que o som foi captado diretamente da câmera, de maneira um tanto precária. Segundo ele, o filme foi rodado de maneira totalmente independente. Simplesmente porque deu na telha deles fazer o filme e pronto. Ele já havia conhecido o Jano ao cobrir uma mostra de HQ e sabia que ele viria ao Rio, para fazer um caderno de viagens sobre a cidade. Então, ele, Anna Azevedo (sua mulher) e a amiga Renata Baldi (a única do grupo que fala francês) elaboraram um roteiro e propuseram a ele o filme. Tudo às pressas.

O bate-papo se estendeu até o Otto, bar e restaurante famoso por seu palmito. Motivo, aliás, pelo qual foi escolhido. Afinal, há dias enaltecia o fabuloso prato para minha prima sergipana, Helen, hospedada lá em casa. Por conta da final Vasco x Botafogo, estava tudo meio vazio. Escolhemos o lado de fora para ficarmos mais à vontade. Lá dentro, porém, além do ar condicionado, a música era da melhor qualidade, como sempre. Pela TV, saboreamos a derrota do Vasco. Helen, vegetariana, adorou o palmito assado com molho de alcaparra... Tomamos sabem-se lá quantos chopes e só levantamos acampamento por volta das 3h da madruga, quase enxotados pelos garçons.


A galera paparicando o diretor em torno do palmito


Com exibições quinzenais, sempre às quartas-feiras, o CineSobrado foi criado com o objetivo de abrir espaço para o diálogo sobre filmes e produções, debatendo sobre a ausência dos cinemas de rua outrora comuns na Grande Tijuca. Pretende, com isso, criar um espaço de referência cinematográfica que possibilite aos moradores da região ter acesso a filmes que estão fora do circuito comercial, ou que só entram em cartaz longe de casa, proporcionando uma visão crítica e construtiva da sociedade. Além disso, está nos nossos planos a criação de uma curadoria que irá reunir obras de novos cineastas, produzidos de forma independente, com temas que geralmente estão fora das discussões dos grandes veículos de comunicação.

A sessões acontecem às 20h, no Sobrado Cultural. Anteriormente ocupado por uma oficina mecânica, o lugar foi transformado num espaço educativo de comunicação e cultura e também surgiu da necessidade de contribuir para a revitalização cultural da região da Grande Tijuca e de ampliar o acesso da população aos equipamentos culturais da cidade. O endereço é rua Gonzaga Bastos 312, Vila Isabel. Telefones para contato: 3238-0650/3185-5921. E-mail: imagemcidadania@unikey.com.br. Quem quiser participar da equipe organizadora do CineSobrado será muito bem-vindo, obviamente.


Ah! A pipoca... Acabei não conseguindo para o dia 11. Mas, se alguém conhecer um pipoqueiro disposto a ficar pelo menos uma horinha na porta do Sobrado nas quartas de cineclube, por favor, entre em contato. O próximo filme será... TCHAN! TCHAN! TCHAN! TCHAN!... “Cartola”. Isso mesmo, o filme que está atualmente em cartaz. Aos tijucanos que não quiserem ir muito longe de casa, ou àqueles que não querem pagar uma fortuna nos cinemas convencionais. Anotem aí: dia 25, no CineSobrado. É só trazer seu quilo de alimento para doar.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Enquanto a "inspiração" não vem...

Desde minha última postagem, estou devendo comentários acerca de dois filmes: “A Rainha” e “Borat”. Já havia assistido a ambos naquela época, mas achei que o texto tinha ficado comprido demais e que seria mais honesto deixar para depois. Perdão, se soa um pouco deslocado agora, mas minha vida anda a mil. Nem vou prometer mais nada. Porque não posso garantir que vou cumprir. O que eu pretendo, porém, é que esse espaço sofra algumas mudanças. Não falarei delas que é para não me comprometer (que feio, né?), mas espero que vocês consigam percebê-las aos poucos.



A RAINHA

Helen Mirren, em "A Rainha": caracterização é o melhor do filme


Sinceramente, não faz meu estilo de filme. Não tenho nenhum interesse em saber o que se passou com a Família Real Britânica na época da morte da Lady Di. Aliás, assim como não me interessa o antes ou o depois. Só fui ao cinema esse dia para ver esse filme porque foi o que meu avô e sua mulher escolheram (e por ser perto de casa!). Eu fui de acompanhante, para eles não caminharem sozinhos pela rua... E ainda arrastei o Flávio para o sacrifício. Mas confesso que foi até melhor do que imaginava. A atriz principal (Helen Mirren) realmente merece elogios por sua atuação e caracterização. Está muito parecida com a original. Entretanto, não deu para tirar a impressão de que o filme nada mais é que uma tentativa de “limpar a barra” da realeza, mostrar sua humanidade, seus dilemas... Ah! Tenha a santa paciência!




BORAT

A irreverência de Sacha Baron Cohen (Borat) surpreende


Vi o trailer de “Borat - O segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão viaja à América” na minha ida à Barra para ver “Volver”. Logo de cara, o impagável Sacha Baron Cohen despertou minha atenção. Fiquei ansiosa esperando pela estréia do filme, querendo saber – afinal – que filme é esse. Em geral, detesto filmes de comédia, mas tive a impressão de que este seria um pouco como o bom e velho “Monty Python”. Ou seja, um certo humor [negro] tipicamente inglês.

Não me enganei. A premissa do filme é a seguinte: um jornalista do Cazaquistão, Borat Sagdiyev (Cohen), parte para os Estados Unidos com a intenção de rodar um documentário sobre os costumes da sociedade norte-americana. Durante sua viagem pelo país, ele conhece pessoas reais, que reagem ao seu comportamento primitivo de maneira preconceituosa e a hipócrita. É hilário.


O curioso é que eu esperava uma reação mais conservadora ao filme. Até vi algumas críticas negativas (na verdade, só me lembro de uma), mas no geral todas as pessoas com quem falei adoraram o filme. Inclusive, algumas que eu imaginava que o detestariam. Vá entender!



PS: Sem dúvida... O próximo da minha lista é o novo Woody Allen. Ops! Minto! Próximo, próximo mesmo, é
Rio de Jano e Cartola. Aliás, diria mais: CineSobrado. Aguardem!

quarta-feira, 14 de março de 2007

A difícil tarefa de se readaptar à rotina

Desde que voltei de viagem venho tentando me adaptar à vida no Rio de Janeiro. Cheguei aqui com um misto de alegria e tristeza. Não agüentava mais estar fora de casa, mas ao mesmo tempo sabia que a rotina – sempre ela – não tardaria a me entediar. Por sorte, meu dia-a-dia é repleto de coisas que adoro. Tais como o pilates (que agora faço apenas duas vezes por semana) e o curso de espanhol (mas não mais aos sábados). Acresça-se a isso as freqüentes saídas para o cinema ou para beber com os amigos... É, posso dizer que sou uma pessoa privilegiada.

Infelizmente, porém, depois de Buenos Aires o dinheiro encurtou. Afinal, além dos óbvios gastos com passagem e compras no
Free Shop (ah, os fantásticos apetrechos que comprei para o meu ipod, os obrigatórios cremes Victoria's Secrets...), eu estava em meio à reforma da casa em que vou morar – em breve – com meu amorzinho. Resultado inevitável: contenção de despesas e, portanto, economia nas saídas. Para piorar, meus pais viajaram em fevereiro para curtir seus 30 anos de casamento e, putz!, meu pai ficou doente. Foi até internado!!! E em Aracaju – quem diria!? – descobriram que ele tinha 9 (isso mesmo, nove!) cálculos no fígado... Pois é, no fígado. Há anos ele vinha se sentindo mal e os médicos daqui nunca sabiam o que era... Bem, mas já passou.

O fato é que minha cabeça não estava em sua melhor forma neste início de ano. O carnaval, então, foi um desânimo só... No máximo, consegui reunir algumas pessoas em casa e olhe lá. Por isso a ausência de postagens (e também porque já percebi que as pessoas precisam de um tempo para vir aqui e ler). Entretanto, ainda quero compartilhar o pouco que fiz nesse período:

CINEMA

Fui ao cinema três vezes desde que voltei. Há filmes que eu simplesmente não posso deixar de ver. Olhem que eu debochava dos meus sogros por eles só irem ao cinema para assistir aos filmes do 007... Mas eu sou igualzinha! Bem, a tara é diferente, né? Não sou fã de filmes de espionagem, porém jamais deixo de assistir aos filmes do Almodóvar e do Woody Allen. Então, vocês já devem imaginar qual o primeiro filme a que fui assistir assim que voltei de viagem... Os outros ficam para depois.

VOLVER

Pois é, eu ainda não havia assistido ao Volver, de Pedro Almodóvar. Em janeiro, ele já estava prestes a sair de cartaz, mas consegui vê-lo relativamente perto de casa... na Barra. Compreendam, não sou daquelas tijucanas que consideram a Barra logo ali. Na
falta de opções cinematográficas pela Tijuca, sempre preferi ir até o Centro ou a Zona Sul. Mesmo porque há muito mais opções de programas, o ambiente é mais agradável, essas coisas que para alguns são mero detalhe. Contudo, quando vi que poderia – finalmente – ver o Almodóvar no Estação Barra Point, decidi dar um voto de confiança. E, confesso, não me arrependi.

Para quem não conhece, esse cinema é logo o primeiro à direita de quem cruza o canal vindo do Alto. O shopping é pequenino e simpático, tem um bom estacionamento (para ser melhor só se fosse de graça!) e em nada lembra aquelas coisas megalomaníacas da Barra. Não fiquei para experimentar a praça de alimentação, mas me pareceu interessante também. O cinema em si é bastante agradável. Quanto ao filme, bem, merece um parágrafo à parte.

Em Volver, Almodóvar retorna à infância em sua província natal (La Mancha) através da história de três gerações de mulheres: Raimunda (Penélope Cruz), sua filha adolescente, sua irmã Sole e sua mãe já falecida (Carmen Maura). Pode não ser o melhor filme do diretor, mas vale assistir. Faço minhas as palavras de
Marília Hughes, no site Coisa de Cinema: “O roteiro é todo construído a partir de uma linha tênue entre o melodrama e a comédia. O que predomina é o tom leve e descontraído, mas que ganha intensidade em seus momentos finais. A trama envolve algumas situações absurdas ou que beirariam o pastelão caso não fossem tão bem dirigidas e, principalmente, atuadas. As atrizes estão muito bem! Elas são personagens típicas dos filmes de Almodóvar. Uma mistura de extravagância, força e sensibilidade”.

Raimunda, com a mãe e a irmã (Yohana Cobo)


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Recordações de Buenos Aires

Chegou a hora de romper o silêncio! Desculpem a demora. Estive em Buenos Aires no início do ano. Passei 15 dias por lá e venho adiando há pelo menos um mês um post a respeito da viagem. Até agora não consegui me organizar. Não imprimi nenhuma foto, não separei meus souvenirs... Um misto de preguiça e falta de tempo. Pois bem, chega. Vamos à viagem:

Eu e Flávia tomando um licuado na Plaza Cortázar.
Como foi difícil tirar uma foto das duas juntas! ;-)



FLÁVIA
Fui a Buenos Aires com minha amiga
Flávia. Estudamos juntas na UERJ. Por ser professora de espanhol, ela estava interessadíssima em tudo. Guardava todo e qualquer tipo de papel. Tiramos fotos no supermercado e de placas de trânsito, por exemplo. Graças a ela, conheci as mulheres alteradas da Maitena e o Gaturro, do Nik. Ela só não me perdoa porque eu não quis ir a nenhuma boate... Disse que da próxima vez eu não escapo!

GOL
Obviamente, viajamos de
Gol. É bem mais barato que a concorrência, sem dúvida. Fiquei surpresa porque não recebemos barrinhas de cereais desta vez! O lanchinho de bordo era um sanduíche frio de presunto (meio seco, é verdade), um goiabinha e suco à vontade. Não sofremos as conseqüências do recente caos aéreo... Minto. Na ida, ficamos uns 40 minutos esperando dentro do avião. Apertadíssimo. A volta foi melhor.

HOSPEDAGEM
Ficamos na casa de meu tio. Ele trabalha na
Petrobras de lá e mora sozinho em um bom apartamento na Recoleta. Melhor impossível. Fomos extremamente mimadas...

ALFAJORES E EMPANADAS
Sou louca por aqueles fabulosos alfajores
Havanna! Devo ter comido, ao menos, um por dia. E ainda trouxe um para cada amigo que ficou aqui. A Flávia detestou os alfajores!!! Disse que não gosta de doce de leite... Vai entender... Ela não fez muita questão nem mesmo das empanadas!!! Já eu, me empanturrei. Engordei, é verdade. Mas vale cada segundo da dieta pós-viagem.

SORVETES (OU HELADOS)
Todo mundo fala do sorvete
Freddo... Não são ruins, é claro. Mas o campeão, na minha opinião, é o VOLTA. Putz! É maravilhoso!!! Chega a ser criminoso... E tinha uma loja bem na nossa esquina. Terrível, né!?

ÁGUA
Comunicado importante: a água mineral consumida maciçamente em Buenos Aires é salgada. É horrível. A campeã de vendas (Villavicencio) tem cerca de 35 mg/l de sódio. Para quem gosta de água com gás, menos pior. Dá uma disfarçada. Mas pessoas como a Flávia, que detestam, têm que se acostumar. As melhorzinhas são a Evian e a Glaciar, que têm 10mg/l cada uma e são salobras. Se vocês nunca pararam para ver a quantidade de sódio presente na água mineral, sugiro que dêem uma olhadinha. Assim, como quem não quer nada...

TEATRO
É claro que nós fomos ao teatro. Não havia muitas opções, uma vez que as melhores peças estavam em cartaz em Mar del Plata. Sendo assim, assistimos a uma comédia rasgada que se chamava:
“Pobres pero casi honradas”. Dá pra imaginar o estilo, né!? Me fez lembrar um pouco do “Sai de baixo”... O cenário era uma sala de estar, muito bem montada. O humor era rasteiro. Mulheres esculturais vestiam decotes e saias curtíssimas. Um velho (com quem tiramos foto na saída) fazia um papel de gaúcho com direito a sotaque e tudo, o “galã” era barrigudo e o dono-da-casa era um careca gordão. Ah! E tinha uma empregada falastrona velhíssima... Algo assim meio Dercy Gonçalves.

CINEMA
Fizemos questão de assistir a um legítimo filme argentino. Só havíamos nós na sala (e é claro que tiramos fotos!) do
Village Recoleta. Resta saber se a culpa era do filme ou se o problema foi o horário. O filme chamava-se “Nevar en Buenos Aires” e tinha acabado de estrear nos cinemas. Achei o roteiro meio confuso, mas não chega a ser ruim. No dia mais frio do ano, um sujeito começa a sentir uma onda de calor... E isso acaba influenciando no trabalho dele. Mandam ele para casa, ele conhece uma menina. Por coincidência, a mesma de quem fala o locutor da rádio que o sujeito calorento escuta o tempo inteiro.

RECOLETA
Passamos os primeiros dias caminhando pela
Recoleta. Entretanto, ao invés de corrermos atrás dos pontos turísticos, acabamos conhecendo o comércio local. Farmácias, lojas dos mais variados tipos, supermercados. Fomos até parar numa (nada turística) sinuca!!! Comprei uns livros que minha mãe tinha encomendado e coisas do tipo. Jantamos várias vezes com meu tio, sempre por ali, em restaurantes como Prima Fila, Gardner, La Bambilla, La Caballeriza, Lolla... Até que finalmente tomamos coragem e visitamos o famoso cemitério, a igreja de N. Sra. do Pilar e seus claustros, essas coisas. Mas nem chegamos perto do Museu de Belas Artes, por exemplo. E só vimos o Centro Cultural Recoleta de passagem.

PALERMO
Em nossa primeira ida a
Palermo, visitamos alguns parques. Começamos pelo Jardim Japonês, que é muito bonitinho. De lá caminhamos até o Jardim Zoológico, mas não entramos. Já era tarde e não valeria a pena o dinheiro da entrada. Optamos por conhecer o Jardim Botânico, de graça. Que lugar horroroso!!! Mal-cuidado demais. E, nossa, há gatos espalhados por todo o canto. Tanto que, se você senta em algum banco, eles vêm até você... Famintos, eu acho. Voltamos a Palermo mais três vezes: para conhecer os bares da Praça Cortázar (muito legais!), para visitar o Malba e para comprar nos outlets, é claro. É lá que tem a Calle Murillo, famosa pelas lojas de artigos de couro. São realmente mais baratos que no Brasil, mas não tão baratos que justifiquem a compra de algo que você - provavelmente - não vai usar. E que ainda tomará muito espaço na bagagem e, depois, no guarda-roupa.

LA BOCA
Foram duas visitas, mas a primeira foi a melhor. A Flávia ensinou um argentino, um peruano e um americano a sambar (bem, ela tentou). Não era fim-de-semana, mas o Caminito estava bem cheio. Visitamos a grande furada da viagem, o tal Museu Histórico de Cera. Compramos enfeites... Tiramos fotos. Pena que a Flávia perdeu as dela porque um velho irresponsável de um locutorio não soube copiar os arquivos para CD. Por isso, voltamos lá. Flávia tirou novas fotos... Mas acabamos não visitando o
La Bombonera!!! Acreditem.

PUERTO MADERO
Estivemos lá algumas vezes, mas nunca à noite. Visitamos a Fragata Sarmiento e almoçamos umas duas vezes com meu tio. Só. A Flávia bem que tentou me arrastar, mas eu já estava empanturrada demais. Não agüentava mais ficar saindo para comer...

SAN TELMO
Já que todos diziam ser um passeio obrigatório, fomos à Feira de San Telmo. Mas achamos tudo muito caro. No máximo, compramos uns casaquinhos e olhe lá. Eu nem me aventurei a entrar na feira de antigüidades propriamente dita. Muita gente. Pouco espaço. Não é à toa que dizem que ali dá muito batedor de carteira.

CALLES FLORIDA E LAVALLE
Caminhamos pela Calle Florida algumas vezes. É que são tantas lojas... E a Flávia cismou de comprar presente pra todo mundo! Então, nunca dava tempo de fazer tudo no mesmo dia. Na última vez em que entramos nas Galerias Pacífico, tomamos coragem e subimos para o Centro Cultural Borges! Aceitaram minha carteirinha de estudante da
Facha e paguei meia-entrada. Legal, né!?

CORRIENTES
Gostaria de ter vasculhado mais os sebos da Corrientes. O problema é que demoramos a aprender a andar pela cidade. E, infelizmente, boa parte dos teatros estava sem atividades. Aliás, até o Colón (que não é na Corrientes) estava fechado para reformas! Ah! E, na saída do teatro, caímos na besteira de comer em um suposto rodízio de pizza. Juro que nunca comi algo tão ruim, apesar da Flávia dizer que só não era pior que uma pizza que ela comeu em Miguel Pereira. Pena que deletei o nome do lugar... Valeria a pena o alerta.

MONTEVIDEO EN BUQUEBUS
Chegamos à capital do Uruguai em uma espécie de catamarã (o “buque”). Imediatamente nos arrependemos por não termos ido de primeira classe. As cadeiras do andar de baixo era muito desconfortáveis, não reclinavam. E, bem, não tivemos coragem de deitar no carpete do hall como vários outros turistas. Passamos “um dia na capital” (o nome do pacote) passeando de ônibus (o “bus”). Almoçamos no porto (incluído no passeio). Tomamos a bebida típica de lá, o espumante “Medio y Medio”. Tiramos muitas fotos e voltamos ao buque. Foi um dia super cansativo. Para quem não conhecia Montevideo, como a Flávia, acho que vale. Pena que não pudemos parar nas praias. Estava um calor infernal!!!

CERVEJA
Degustamos a gostosa, porém quente, cerveja do
Buller Pub, na Recoleta. Foi difícil encontrar bares que vendessem cerveja gelada. A tal de Quilmes (que é da Ambev) até que não é ruim, mas em geral era servida “fresca”. Exceção a regra só o Locos por el Fútbol (também na Recoleta). Tanto que, em Palermo, acabamos optando por drinques e tequila (né, Flávia?).

VINHO
Apesar dos conselhos etílicos de meu amigo Rei, não me enchi de vinhos. Tomamos alguns muito bons, sempre acompanhada de meu tio. Porém, o calor que fazia nos obrigava a beber cerveja mesmo. E até refrigerantes! Fica pra próxima.

TIGRE
Deixamos para pegar o
trem da costa no último dia. Simplesmente, porque não sabíamos o que havia para se fazer em Tigre! Minha mãe falou tanto... Disse que eu ia gostar do parque, que parecia muito legal. Mas juro que pensei que era mais um parque como os de Palermo, com muito verde, para caminhada. Acontece – e podem rir, que eu não ligo – que o tal parque era um parque de diversões! Cheio de montanhas-russas e vários brinquedos legais. E nós chegamos tarde. Ou seja, debaixo do maior sol. Se soubéssemos, teríamos chegado mais cedo, né!? Bem, já que não tinha jeito, almoçamos no Cassino que tem ao lado. Minha mãe já tinha dito que a comida era mais barata e que não cobravam entrada. Mas não passeamos de catamarãs pelo Delta do Tigre. Fomos direto para o parque, para aproveitar o que desse do parque. Patético.

TANGO
Por incrível que pareça, não fomos a nenhuma apresentação de tango. Queríamos ir a uma milonga, mas não encontramos nada do gênero. Acho que janeiro não é um bom período para este tipo de programa...

MEIOS DE TRANSPORTE
Quando me perguntam do que eu mais sinto falta de Buenos Aires, faço questão de dizer: “morro de saudades dos ônibus de lá”. E do metrô, do trem, do táxi... As pessoas não entendem, mas é que essas coisas lá são muito baratas! Com 75 centavos de peso, você anda pela cidade inteira. Este é o preço de uma passagem de ônibus ou de metrô. Com o peso a R$ 1,41... Façam as contas: algo como uns 53 centavos de real!!! O trem custa 80 centavos, assim como alguns itinerários de ônibus... E o táxi também é baratíssimo. É claro que adorei os passeios e quero voltar logo. Porém, é inegável que – sem esse “apoio logístico” – eu não teria conseguido.

PLACAS
Outra coisa que me deixa saudosa são as placas com os nomes das ruas de Buenos Aires. São enormes (perfeitas para míopes, como eu), indicam a numeração e o sentido do trânsito. Quem conhece a cidade sabe que as ruas são enormes e que saber em que altura da numeração você está entrando é muito útil...

CAFÉS E LIVRARIAS
Para terminar, como não poderia deixar de ser... Sentirei muita falta dos cafés. Não só dos tradicionais, como o
Café Tortoni. Ou dos enlouquecedores como os Havanna (com paredes repletas de divinos alfajores). Sentirei muita falta de esbarrar em um café a cada esquina. Aliás, assim como lamentarei a ausência de livrarias a cada dez passos.