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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Inventário de presentes

Este ano, ganhei diversos bons presentes que gostaria de compartilhar com todos. Afinal, tá certo que o que vale é a presença e tal, mas presente é bom, sim. Ainda mais, presente bacana. Ou não? Ok, estou morrendo de tédio, em casa, com essas pernas enfaixadas (preparem-se que, daqui a pouco, começo a falar sobre os filmes a que tenho assistido! ;-P) e não sei mais o que inventar. Estudo, leio, vejo filmes, escrevo, jogo vídeo-game (mas o Wii está restrito ao Mario Bros, já que estou incapacitada para a maior parte dos movimentos do Fit e mesmo do Sports, e não tenho outros jogos), navego na internet... E tenho comido horrores, claro, porque minha mente ansiosa só sabe pensar em comida. Renata, minha nutricionista, que não me leia... :-)))

1) Vanessa e Enaldo - Confesso que fui até a loja trocar o aroma, porque o de baunilha (a Vane A-M-A!) era doce demais para mim. Anyway, amei. Hidratante nunca é demais... e colônia, idem.

Body splash (qual o problema em chamar de colônia?)
e hidratante Sweet Angel (aroma Sweet Spell)

2) Salgueirinho e Beatriz - O Leandro sempre aproveita meus aniversários para me educar culturalmente, digamos assim. Foi assim que me apaixonei por Dexter (certo ano, ganhei um DVD com a 1ª temporada completa e, desde então, venho acompanhando esse peculiar serial killer). Em 2010, ganhei CD e DVD:

Saquem só a cultura cinematográfica do moço...



A musical também é foda, né? Já tá no ipod
3) Marcelo Vital - Rá! Eu amo ganhar livro. Ainda mais livro que ainda não li, de autores latino-americanos de minha predileção. Gosto do texto do Vargas Llosa (recomendo veementemente a leitura de Tia Julia e o escrevinhador, Pantaleão e as visitadoras, A cidade e os cachorros, nessa ordem). Ainda não tinha esse livro que o Vital me deu. E já estou lendo... Se conseguir terminar a leitura a tempo e não me apaixonar pelo livro, ainda vou à Saraiva trocá-lo por outro. :-)

O livro reúne dois textos: Os chefes (1959), livro de estreia do autor,
e Os filhotes, novela de 1967


4) Musse, Márcia e Sofia - Um DVD com um show clássico de Bob Marley promete, não?

Quem quer vir aqui em casa assistir?
Sobrou cerveja pacas...


  
5) Germana e Hernán - Minha primona sempre sabe como me agradar. Amo brincos, e estes são lindos.

Juro que, se conseguir uma foto melhor, troco.
Esta não faz jus aos brincos
6) Heloísa - Minha tia gaúcha lembrou de mim e me deu esse conjuntinho fofo de brincos e cordão. Mas o melhor presente, mesmo, não tive tempo de fotografar: um brigadeirão de-li-ci-o-so. Imaginem aí! ;-)

Uma fofurinha, não?
7) Eugênia - Os presentes da Eugênia são sempre inspirados. Achei essa bolsinha uma graça, só não decidi ainda para que vou usá-la. Moedas, talvez? Aceito sugestões...

Adorei esse cristo magrelo sob sol sertanejo
(sei lá, sol vermelho me soa escaldante e, portanto, lá do sertão ;-D)
8) Luiz Antonio e Francine (e Daniel, Helena e Fernanda) - Na verdade, eles me deram um desodorante do Boticário, mas eu estava com tanta vontade de comprar esse creme e tão sem grana para isso que aproveitei o presente para abater o valor do creminho-gel-que-parece-de-comer da nova linha Fun. Espero que não fiquem chateados, mas eu amei a troca e agradeço aos dois por terem me ajudado a comprar o creme que tanto queria.

Vocês já viram essa linha Fun? É tudo tão gostoso... :-P
9) Flávia e Marcelo - Ela sabe o quanto amo ganhar hidratantes. Amei, amei, amei (3x, para combinar com o presente). Acho que minha pele ganhou hidratação para o próximo ano, né?
 
Aí está um exemplo de presente triplamente agradável

10) Acácia e Acyoli (e Isabela, Pedro e Juliana) - Falem sério: já viram mochila mais fofa? Morram de inveja, pois fui eu quem escolhi. É da Santa Malagueta, um quiosque deveras gracioso que fica na estação Uruguaiana do Metrô. Minha tia Acácia é nota 10. Foi só eu falar que queria uma mochila nova, mas que fosse fofa, e ela me levou lá.
 
Fiquei na maior dúvida entre esta estampa de matrioskas
e as de bolinhas... Dúvida cruel, não? ;-)
11) Jaque - Adorei este porta-documentos para guardar os documentos do carro. Meu pai só achou muito aviadado pra ele ter que sair com isso quando tiver que levar meu carro para algum lugar, mas paciência.

As coisas da Fitá são mesmo uma graça, né?
12) Miriam - Quem não gosta de caixinhas, não é mesmo? E esta é tão bonitinha...

O melhor mesmo é o cheirinho de madeira, delicioso...

13) Sulamita - Minha avó me deu uma blusinha preta que até já foi usada. Estava lá no cesto de roupas para passar e, por isso, saiu tão amarrotada. É bonitinha, mas ela ainda está me devendo um vestidinho. De qualquer forma, nada disso compara ao panelão de canjica que minha avó trouxe para a festa. Sou completamente alucinada por canjica. Obviamente, o melhor já não dá mais para fotografar... :-P

Amarrotadinha, né? :-)


*****

Bem, que eu lembre, foi isso. Se alguém tiver me dado algo que eu tenha esquecido, por favor, não se ofenda e me avise. Todos sabem que tenho memória de peixe: sou uma Dory. :-) Só não estranhem o fato de não figurarem na lista os presentes da minha mãe, do meu pai e do Flávio, ok? É que são tantas coisas, materiais e imaterais... O post ficaria extenso demais e eu correria o risco de cometer injustiças.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Acidente doméstico

Na última quinta-feira, dia 23 de setembro, sofri um pequeno acidente doméstico. Cheguei em casa exausta e fui fazer um chá de sucupira para o Flávio, que dizem ser bom para dores na coluna. Era tarde e, embora eu quisesse apenas tomar um banho e relaxar, resolvi deixar o chá coado numa jarra de vidro. Acontece que não sabia onde estava a tal jarra e gastei vários minutos abrindo e fechando portas de armário. Já irritada, encontrei o que buscava no fundo do armário que há sob a pia, onde costuma dar mofo.

Lavei a jarra e, então, cometi uma grande estupidez: esqueci de um troço chamado choque térmico. A jarra estava sob a bancada de mármore, lavada. O chá, ainda borbulhante, estava na panela. O que eu fiz? Segurei o coador com uma das mãos e virei o chá dentro da jarra com a outra. A jarra espatifou-se. :-/

Gritei. Chorei. Consegui desviar o tronco, mas o chá caiu todo em minhas pernas. Dói para ca-ra-le-o. Flávio veio em meu socorro, mas não entendia nada. Eu não falava nada, só chorava. Apontei para a jarra quebrada e o chá esparramado pelo chão, consegui falar que tinha me queimado. Abri o congelador, peguei uma compressa de gelo, tirei a calça de ginástica (que só fazia cozinhar ainda mais a minha pele) e sentei para aplicar o gelo, sempre chorando.

Flávio ligou para meu pai, ele veio e pôs clara de ovo sobre a queimadura. Fomos ao Quinta D'Or, de onde só saí por volta de 1h30 da madrugada. E, desde então, estou de molho. Tenho queimaduras (de 1º e 2º graus) em ambas as coxas, faço curativos duas vezes ao dia, meus pais me trazem comida e eu não saio de casa por causa das cachorras... Desmarquei tudo que havia planejado para esta semana. E já perdi a conta de quantas vezes contei a mesma história.

Enfim...

Fica a dica: o choque térmico não é lenda e a gente pode se queimar fazendo chá. :-D

Para os curiosos de plantão, estas são as sementes de sucupira:
"A sucupira possui ação anticancerígina, além de ser um ótimo tônico. 
A planta é utilizada no combate ao excesso de ácido úrico do corpo, amigdalite, artrite, asma, 
blenorragia, cistos ovarianos e no útero, debilidade orgânica, dermatoses, diabetes, dor de garganta, 
dores espasmódicas, feridas, hemorragias, inflamações, reumatismo, sífilis e vermes." 
(Fonte: http://www.medicinaisplantas.com/plantas-medicinais-sucupira.html)


 

domingo, 19 de setembro de 2010

Agradeço àqueles que mostraram a língua...

E disseram: 33, junto comigo.

Ao som da clássica Canção de Aniversário, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro, que reproduzo abaixo, na voz de Nilo Sérgio:


Adoro fazer aniversário. E adoro, ainda mais, estar rodeada de amigos no dia 18 de setembro. Este ano, tudo parecia colaborar para que a comemoração fosse mais chinfrim, afinal, trabalhei a semana toda, o tempo ameaçou fechar terrivelmente (mas acabou sendo só uma chuvinha de nada, que não poderia mesmo faltar, já que sempre chove no meu aniversário) e ainda tive aula da pós no dia D (sábado). Todos podem imaginar o cansaço e a correria que foi, não? Ah! Acresçam a isso o fato de que, sexta à noite, me despenquei até Jacarepaguá, para o aniversário da Flávia... E a danada ainda inventou de fazer a festa em play alheio, o que me fez gastar umas duas horas em busca do endereço.

Mas, ok, sobrevivi. A aula nem foi ruim, consegui fazer as unhas e estreei um meigo vestido de bolinhas, o que sempre favorece meu humor. Flávio, Nena, meus pais, Marinalva... Todos me ajudaram a receber o pessoal (especialmente minha família, que nunca falta). Sem eles, nada teria dado certo. Teve caldo verde, caldinho de feijão, tapioquinhas doces e salgadas, milho cozido, salsichão, paçoca, jujuba, bolo, brigadeiros e brigadeirão. Diria que, salvo por algumas ausências, compreensíveis ou não, foi tudo perfeito. 

Este post é um agradecimento a todos. :-)

Seguem algumas fotitos da festinha...



 Salgueirinho e Bia, eu e Jaque

Tios Luiz Antonio e Acácia, minha mãe e minha avó Sulinha

 Jaque, Eugênia, eu, Clauber e Marcelo Vital

 Hernán, eu e Germana

 Enaldo e Vanessa

 Flávio, Bicudinha, Bruno e Taty

Flávia e Marcelo, Juliana (de costas) e Márcia, ao fundo


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Descobertas animadas: longas de Adam Elliot

Desde o último Anima Mundi, venho baixando desenhos para ver em casa. O objetivo inicial era criar um minifestival caseiro, reunir os amigos, essas coisas... Mas a ideia acabou não vingando e as animações acabaram se acumulando no meu HD. Descobri, por indicação do meu amigo Marcelo Vital, uma coletânea vastíssima chamada Beltesassar's Short Animation Festival, da qual encontrei 16 partes (se alguém souber de mais alguma, avise). Há coisas realmente muito boas. Algumas, embora bem manjadas, deliciosas de se assistir. E, como eu não tenho me animado muito a ir ao cinema (perdi  os últimos do Tim Burton, Woody Allen, Quentin Tarantino... e não fui ver o Ricardo Darín!)

Apenas ontem tomei coragem e comecei a ver algumas coisas. Escolhi ver dois longas do Adam Elliot, recomendadíssimo por vários amigos: Harvie Krumpet (2003) e Mary and Max (2009). Lindos, os dois. Ambos têm como personagens principais homens com distúrbios psiquiátricos, as síndromes de tourette (Harvie) e de asperger (Max). Os dois filmes falam sobre inclusão, respeito, amizade, amor, família, de forma algo melancólica. E tudo isso sem perder a poesia e até a graça, embora esta seja bastante sutil. Não são filmes leves (muito menos Mary and Max), mas, sim, são belíssimos e devem ser assistidos:



Agora preciso ir, pois ainda me restam mais de 30 GB de animações para assistir... São mais de 300 arquivos! Além disso, coloquei na lista, por pura curiosidade, depois de ler a respeito de uma mostra que estava acontecendo no CCBB e à qual eu não poderia ir, uns três filmes do Russ Meyer. Mas disso eu falo depois, já que só ontem testei as legendas dos três. Parecem interessantes.

domingo, 5 de setembro de 2010

Diálogo insólito no trajeto Carioca-Saens Peña

Sexta-feira, vivi uma situação insólita. A coisa aconteceu assim: estava eu, com fones de ouvido, de pé no vagão feminino. Ao chegarmos à Central, vagou um lugar e sentei. Peguei o livro que estou lendo e tentei me concentrar na leitura, que não é nada fácil. [Estou apanhando para entender o inglês de The sound and the fury, do William Faulkner, que encontrei na minha estante. Achei que estava há muito sem praticar o idioma e que este seria um bom treino.]

 Considerada a obra-prima de Faulkner,
deve ser difícil em qualquer língua... Mas agora fiquei curiosa!

Pois bem, estava absorta na leitura. Ao chegarmos à Afonso Pena, a pessoa que estava ao meu lado levantou e eu aproveitei para escorregar para a janela. Afinal, sempre pode haver alguém cansado, disposto a sentar-se por duas estações, certo? E havia. Assim que cheguei para o canto, alguém correu para sentar e o trem seguiu viagem. Logo senti um cutucão no braço. Virei-me para ver o que era e percebi que a mulher ao lado falava algo que eu não escutava por conta dos fones. Educadamente, tirei o fone, pensando que devia ser algo importante, afinal, ninguém interrompe a leitura de um desconhecido no metrô, não? Ainda mais se a pessoa está com fones no ouvido, sinal claro de que não está disponível para conversa... 

Ledo engano. Segue o diálogo insólito:

— Você faz inglês?

Ainda confusa, respondi:

— Não... Como assim?

— Você está lendo em inglês, né?

— Sim – disse, pensando que deveria ter respondido que não, aquilo ali era russo.

— Você sabe inglês? – ela perguntou.

— Sei – respondi educadamente, pensando que bem que poderia ter dito que não, que estava com aquele livro aberto apenas para "tirar onda" no metrô.

— Você aprendeu sozinha? – eu juro que quase tive um treco quando percebi o rumo que a conversa ia tomando, mas me contive.

— Não, eu fiz curso, mas já faz muito tempo – respirei fundo.

— Foi difícil? – really, ela interrompeu minha leitura para fazer este interrogatório?

— Bem, foram sete anos na Cultura Inglesa. Fácil, não foi – aí, eu já estava conformada e até achando divertido, pensando que finalmente teria algo para contar aqui no blog e, por isso, emendei:

— Espanhol é mais fácil.

Ela pegou a isca:

— Espanhol se aprende no susto, né?

— Não é bem assim, espanhol engana. Acho que é mais fácil para nós, brasileiros, apenas porque compartilhamos muito vocabulário e muitas das estruturas gramaticais, mas isso às vezes até atrapalha.

— Ah, eu tive uma professora de espanhol fantástica (ela era realmente fantástica!) que dizia que, se a gente chegasse lá [imagino que na Espanha ou em algum outro país de fala hispânica, ela não foi clara] sem saber falar direito a língua, eles tentavam ajudar como aqui.

Eu não resisti e ri. Imaginei um espanhol ou argentino, em geral famosos pela impaciência, tentando entender um turista perdido que acha que fala espanhol. Respondi:

— Aí, depende de quem você encontrar pela frente... Nem todos têm essa boa vontade. Só no Brasil mesmo – e eu era a prova viva disso, já que havia enveredado por aquela conversa por não saber cortá-la – as pessoas estão sempre dispostas a dar tanta informação.

— É verdade, né? No Brasil, a gente sempre tenta ajudar...

Ri, de novo, já me preparando para pôr novamente o fone no ouvido, mas ela ainda atacou:

— Mas a língua mais difícil do mundo é o português, né?

— Não, a mais difícil é aquela que a gente não consegue aprender – eu detesto ouvir isso, acho uma grande bobagem, já que todo nativo (exceto, talvez os que tenham pendores gramaticais) de qualquer idioma costuma ter a sensação de que não domina completamente sua própria língua e, no entanto, comunica-se perfeitamente por meio dela.

— É verdade... E ainda tem quem fale várias línguas, né?

Balancei a cabeça afirmativamente e sorri. De novo, achei que conseguiria pelo menos voltar a ouvir música, mas ela não me largou: 

— Você é professora?

Aí, me resignei de verdade... Marquei a página do livro, desliguei o ipod e torci para chegarmos logo à Saens Peña, embora com algum receio de que ela me seguisse. Respondi, secamente:

— Não – imaginem se respondo que já fui, e de português, literatura e redação?

— O que você faz?

— Sou jornalista.

Noto um breve assombro, uma pausa, quase uma veneração:

— Ah! E quantas línguas você precisa saber para ser jornalista?

Preciso? Como assim preciso? Acho que devia responder que preciso saber mesmo é português, mas entendo que é uma batalha perdida... E, com isso, digo apenas:

— Ah, quanto mais melhor...

— Quantas você sabe?

— Estrangeiras? Inglês e espanhol – e, nisso, o trem chegou na estação, levantamos, dei tchau e saí pelo lado oposto ao que ela ia, mas sempre olhando para trás, apavorada pela ideia de que talvez ela pudesse me perguntar mais alguma coisa.

Antes que me perguntem (como já o fizeram), não, ela não era velha. Não era muito jovem, mas talvez não tivesse nem 50 anos. E, sim, tinha cara de maluca. Eu mereço. Penso que talvez tenha sido mais salutar (para mim) dar trela, bater palmas para ela dançar. Afinal, vai que ela se irritava comigo, sei lá.