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quarta-feira, 14 de março de 2007

A difícil tarefa de se readaptar à rotina

Desde que voltei de viagem venho tentando me adaptar à vida no Rio de Janeiro. Cheguei aqui com um misto de alegria e tristeza. Não agüentava mais estar fora de casa, mas ao mesmo tempo sabia que a rotina – sempre ela – não tardaria a me entediar. Por sorte, meu dia-a-dia é repleto de coisas que adoro. Tais como o pilates (que agora faço apenas duas vezes por semana) e o curso de espanhol (mas não mais aos sábados). Acresça-se a isso as freqüentes saídas para o cinema ou para beber com os amigos... É, posso dizer que sou uma pessoa privilegiada.

Infelizmente, porém, depois de Buenos Aires o dinheiro encurtou. Afinal, além dos óbvios gastos com passagem e compras no
Free Shop (ah, os fantásticos apetrechos que comprei para o meu ipod, os obrigatórios cremes Victoria's Secrets...), eu estava em meio à reforma da casa em que vou morar – em breve – com meu amorzinho. Resultado inevitável: contenção de despesas e, portanto, economia nas saídas. Para piorar, meus pais viajaram em fevereiro para curtir seus 30 anos de casamento e, putz!, meu pai ficou doente. Foi até internado!!! E em Aracaju – quem diria!? – descobriram que ele tinha 9 (isso mesmo, nove!) cálculos no fígado... Pois é, no fígado. Há anos ele vinha se sentindo mal e os médicos daqui nunca sabiam o que era... Bem, mas já passou.

O fato é que minha cabeça não estava em sua melhor forma neste início de ano. O carnaval, então, foi um desânimo só... No máximo, consegui reunir algumas pessoas em casa e olhe lá. Por isso a ausência de postagens (e também porque já percebi que as pessoas precisam de um tempo para vir aqui e ler). Entretanto, ainda quero compartilhar o pouco que fiz nesse período:

CINEMA

Fui ao cinema três vezes desde que voltei. Há filmes que eu simplesmente não posso deixar de ver. Olhem que eu debochava dos meus sogros por eles só irem ao cinema para assistir aos filmes do 007... Mas eu sou igualzinha! Bem, a tara é diferente, né? Não sou fã de filmes de espionagem, porém jamais deixo de assistir aos filmes do Almodóvar e do Woody Allen. Então, vocês já devem imaginar qual o primeiro filme a que fui assistir assim que voltei de viagem... Os outros ficam para depois.

VOLVER

Pois é, eu ainda não havia assistido ao Volver, de Pedro Almodóvar. Em janeiro, ele já estava prestes a sair de cartaz, mas consegui vê-lo relativamente perto de casa... na Barra. Compreendam, não sou daquelas tijucanas que consideram a Barra logo ali. Na
falta de opções cinematográficas pela Tijuca, sempre preferi ir até o Centro ou a Zona Sul. Mesmo porque há muito mais opções de programas, o ambiente é mais agradável, essas coisas que para alguns são mero detalhe. Contudo, quando vi que poderia – finalmente – ver o Almodóvar no Estação Barra Point, decidi dar um voto de confiança. E, confesso, não me arrependi.

Para quem não conhece, esse cinema é logo o primeiro à direita de quem cruza o canal vindo do Alto. O shopping é pequenino e simpático, tem um bom estacionamento (para ser melhor só se fosse de graça!) e em nada lembra aquelas coisas megalomaníacas da Barra. Não fiquei para experimentar a praça de alimentação, mas me pareceu interessante também. O cinema em si é bastante agradável. Quanto ao filme, bem, merece um parágrafo à parte.

Em Volver, Almodóvar retorna à infância em sua província natal (La Mancha) através da história de três gerações de mulheres: Raimunda (Penélope Cruz), sua filha adolescente, sua irmã Sole e sua mãe já falecida (Carmen Maura). Pode não ser o melhor filme do diretor, mas vale assistir. Faço minhas as palavras de
Marília Hughes, no site Coisa de Cinema: “O roteiro é todo construído a partir de uma linha tênue entre o melodrama e a comédia. O que predomina é o tom leve e descontraído, mas que ganha intensidade em seus momentos finais. A trama envolve algumas situações absurdas ou que beirariam o pastelão caso não fossem tão bem dirigidas e, principalmente, atuadas. As atrizes estão muito bem! Elas são personagens típicas dos filmes de Almodóvar. Uma mistura de extravagância, força e sensibilidade”.

Raimunda, com a mãe e a irmã (Yohana Cobo)