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domingo, 29 de abril de 2007

CineSobrado exibe "Cartola"

O CineSobrado cumpriu a promessa e exibiu na última quarta-feira, dia 25 de abril, o documentário “Cartola – Música para os olhos”, com direção de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. Por meros R$ 2, quem foi teve o privilégio de conferir um filme excelente, ainda em cartaz nos cinemas da cidade. E, além disso, pôde participar de um debate muito legal após a sessão, o que vem se firmando como uma tendência de nosso cineclube.


Uma reverência feita por quem deve ser reverenciado

Sou suspeita para falar do filme, porque adoro samba e Cartola é um de meus compositores preferidos no gênero, porém, posso dizer que adorei. Isso não significa que eu não tenha críticas a fazer, é claro. Conversando depois com o pessoal, senti que faltaram muitas legendas. Eu me virei bem, porque conheço boa parte das personagens que aparecem no filme, mas quem estava ali para conhecer um pouco mais saiu confuso.

O filme é, na verdade, uma colagem de imagens – algumas, raríssimas – sem ter muito a preocupação de ser didático. Esse talvez seja o problema. É um filme para iniciados. As pessoas vão esperando um filme como “Vinicius” (também uma co-produção da Globo Filmes e sobre o qual eu já comentei aqui no blog) e encontram algo bem menos claro. Uma pena, eu diria. Ao invés de utilizar legendas para contextualizar determinadas situações, o filme recorre a imagens de época, de passeatas, por exemplo. E o público acaba perdido.

Outro problema é que várias personalidades acabam não sendo sequer citadas. Como Dalmo Castelo, co-autor de sucesso como “Disfarça e chora” e “Verde que te quero rosa”. Mas isso se explica pelo fato de o filme ter co-produção da Globo Filmes, o que significa que só puderam ser usadas imagens da Globo e de acervos particulares. Talvez não explique especificamente a ausência de Castelo, mas dá margem a uma série de possíveis lacunas. O curioso é que dizem que essa questão da liberação de imagens foi bastante confusa e quase fez com que o filme nem saísse. Encareceu bastante o orçamento, sem dúvida.

Mas, falemos do debate! O convidado da vez foi Clementino Jr., um dos diretores da ABD&C (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas), onde também rola aos sábados um cineclube maneiríssimo, aliás. Ele ainda levou a Eliane Gordeeff, que juntamente com seu marido e parceiro de animação Cláudio Roberto, além de enriquecer o debate ainda nos brindou com a exibição de seu curta-metragem "A Rosa" (no site dá para ver esse e outros filmes). Inspirado, segundo ela, na música "As rosas não falam" do mestre Cartola (principal assunto da noite), o filme tem apenas 2min e meio de duração.

De lá, como sempre, emendamos no bar... Bem que tentamos beber ali do lado mesmo, no Risco de Vida, mas já estava fechado. O escolhido da vez foi, então, o Universo da Cerveja, ali no "Baixo Tijuca". Foi bem divertido, apesar da maioria das pessoas, dessa vez, não beber uma gota de álcool! Além da Bohemia geladíssima a R$ 3, no balde de gelo, eu e Flávio ainda comemos uma deliciosa batata rostie recheada de carne seca com catupiry. Lá, conversa vai, conversa vem, passa um pipoqueiro e eu faço o Leo Pinheiro correr atrás do cara, para ver se ele topa aparecer na próxima sessão. Pegamos o telefone do sujeito. Vejamos!

quarta-feira, 18 de abril de 2007

CineSobrado estréia em grande estilo

Quarta-feira passada, dia 11 de abril, acordei ansiosa. Cheia de expectativas, ainda não tinha conseguido falar com nenhum pipoqueiro. Era minha estréia no CineSobrado, o Cineclube do Sobrado Cultural, em Vila Isabel. E eu achava que a presença de um pipoqueiro na porta seria essencial. Afinal, onde já se viu cinema sem pipoca?

O filme escolhido para esta primeira sessão foi “Rio de Jano”, um filme que fez um baita sucesso quando esteve em cartaz... Bem, tanto quanto é possível a um filme nacional fazer sucesso, claro. Ainda mais se considerarmos que se trata de um documentário sobre um personagem praticamente desconhecido em território brasileiro: o francês Jean le Guay, o Jano (pronuncia-se Janô) do título.

O filme, dirigido por Anna Azevedo, Renata Baldi e Eduardo Souza Lima, apresenta o Rio de Janeiro sob um ângulo inusitado, a partir do aguçado e raro senso de observação e percepção deste desenhista francês, especialista no tipo de arte que na Europa ficou conhecido como "Cadernos de Viagem". A equipe acompanhou-o durante os 50 dias que este passou no Rio, flagrando o momento exato em que nasceram os desenhos. Alguns retratando paisagens nada convencionais aos olhos do turista que vêm ao Rio, como Pedra de Guaratiba. A filmagem teve prosseguimento depois, quando a equipe foi até ateliê do artista, em Paris, para registrar a finalização de suas aquarelas.

O único senão do filme é, como sempre acontece no cinema nacional, a sonorização. No bate-papo que rolou depois com o simpaticíssimo Eduardo Souza Lima (que faz questão de ser chamado de Zé), ele explicou que o som foi captado diretamente da câmera, de maneira um tanto precária. Segundo ele, o filme foi rodado de maneira totalmente independente. Simplesmente porque deu na telha deles fazer o filme e pronto. Ele já havia conhecido o Jano ao cobrir uma mostra de HQ e sabia que ele viria ao Rio, para fazer um caderno de viagens sobre a cidade. Então, ele, Anna Azevedo (sua mulher) e a amiga Renata Baldi (a única do grupo que fala francês) elaboraram um roteiro e propuseram a ele o filme. Tudo às pressas.

O bate-papo se estendeu até o Otto, bar e restaurante famoso por seu palmito. Motivo, aliás, pelo qual foi escolhido. Afinal, há dias enaltecia o fabuloso prato para minha prima sergipana, Helen, hospedada lá em casa. Por conta da final Vasco x Botafogo, estava tudo meio vazio. Escolhemos o lado de fora para ficarmos mais à vontade. Lá dentro, porém, além do ar condicionado, a música era da melhor qualidade, como sempre. Pela TV, saboreamos a derrota do Vasco. Helen, vegetariana, adorou o palmito assado com molho de alcaparra... Tomamos sabem-se lá quantos chopes e só levantamos acampamento por volta das 3h da madruga, quase enxotados pelos garçons.


A galera paparicando o diretor em torno do palmito


Com exibições quinzenais, sempre às quartas-feiras, o CineSobrado foi criado com o objetivo de abrir espaço para o diálogo sobre filmes e produções, debatendo sobre a ausência dos cinemas de rua outrora comuns na Grande Tijuca. Pretende, com isso, criar um espaço de referência cinematográfica que possibilite aos moradores da região ter acesso a filmes que estão fora do circuito comercial, ou que só entram em cartaz longe de casa, proporcionando uma visão crítica e construtiva da sociedade. Além disso, está nos nossos planos a criação de uma curadoria que irá reunir obras de novos cineastas, produzidos de forma independente, com temas que geralmente estão fora das discussões dos grandes veículos de comunicação.

A sessões acontecem às 20h, no Sobrado Cultural. Anteriormente ocupado por uma oficina mecânica, o lugar foi transformado num espaço educativo de comunicação e cultura e também surgiu da necessidade de contribuir para a revitalização cultural da região da Grande Tijuca e de ampliar o acesso da população aos equipamentos culturais da cidade. O endereço é rua Gonzaga Bastos 312, Vila Isabel. Telefones para contato: 3238-0650/3185-5921. E-mail: imagemcidadania@unikey.com.br. Quem quiser participar da equipe organizadora do CineSobrado será muito bem-vindo, obviamente.


Ah! A pipoca... Acabei não conseguindo para o dia 11. Mas, se alguém conhecer um pipoqueiro disposto a ficar pelo menos uma horinha na porta do Sobrado nas quartas de cineclube, por favor, entre em contato. O próximo filme será... TCHAN! TCHAN! TCHAN! TCHAN!... “Cartola”. Isso mesmo, o filme que está atualmente em cartaz. Aos tijucanos que não quiserem ir muito longe de casa, ou àqueles que não querem pagar uma fortuna nos cinemas convencionais. Anotem aí: dia 25, no CineSobrado. É só trazer seu quilo de alimento para doar.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Enquanto a "inspiração" não vem...

Desde minha última postagem, estou devendo comentários acerca de dois filmes: “A Rainha” e “Borat”. Já havia assistido a ambos naquela época, mas achei que o texto tinha ficado comprido demais e que seria mais honesto deixar para depois. Perdão, se soa um pouco deslocado agora, mas minha vida anda a mil. Nem vou prometer mais nada. Porque não posso garantir que vou cumprir. O que eu pretendo, porém, é que esse espaço sofra algumas mudanças. Não falarei delas que é para não me comprometer (que feio, né?), mas espero que vocês consigam percebê-las aos poucos.



A RAINHA

Helen Mirren, em "A Rainha": caracterização é o melhor do filme


Sinceramente, não faz meu estilo de filme. Não tenho nenhum interesse em saber o que se passou com a Família Real Britânica na época da morte da Lady Di. Aliás, assim como não me interessa o antes ou o depois. Só fui ao cinema esse dia para ver esse filme porque foi o que meu avô e sua mulher escolheram (e por ser perto de casa!). Eu fui de acompanhante, para eles não caminharem sozinhos pela rua... E ainda arrastei o Flávio para o sacrifício. Mas confesso que foi até melhor do que imaginava. A atriz principal (Helen Mirren) realmente merece elogios por sua atuação e caracterização. Está muito parecida com a original. Entretanto, não deu para tirar a impressão de que o filme nada mais é que uma tentativa de “limpar a barra” da realeza, mostrar sua humanidade, seus dilemas... Ah! Tenha a santa paciência!




BORAT

A irreverência de Sacha Baron Cohen (Borat) surpreende


Vi o trailer de “Borat - O segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão viaja à América” na minha ida à Barra para ver “Volver”. Logo de cara, o impagável Sacha Baron Cohen despertou minha atenção. Fiquei ansiosa esperando pela estréia do filme, querendo saber – afinal – que filme é esse. Em geral, detesto filmes de comédia, mas tive a impressão de que este seria um pouco como o bom e velho “Monty Python”. Ou seja, um certo humor [negro] tipicamente inglês.

Não me enganei. A premissa do filme é a seguinte: um jornalista do Cazaquistão, Borat Sagdiyev (Cohen), parte para os Estados Unidos com a intenção de rodar um documentário sobre os costumes da sociedade norte-americana. Durante sua viagem pelo país, ele conhece pessoas reais, que reagem ao seu comportamento primitivo de maneira preconceituosa e a hipócrita. É hilário.


O curioso é que eu esperava uma reação mais conservadora ao filme. Até vi algumas críticas negativas (na verdade, só me lembro de uma), mas no geral todas as pessoas com quem falei adoraram o filme. Inclusive, algumas que eu imaginava que o detestariam. Vá entender!



PS: Sem dúvida... O próximo da minha lista é o novo Woody Allen. Ops! Minto! Próximo, próximo mesmo, é
Rio de Jano e Cartola. Aliás, diria mais: CineSobrado. Aguardem!