O CineSobrado cumpriu a promessa e exibiu na última quarta-feira, dia 25 de abril, o documentário “Cartola – Música para os olhos”, com direção de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. Por meros R$ 2, quem foi teve o privilégio de conferir um filme excelente, ainda em cartaz nos cinemas da cidade. E, além disso, pôde participar de um debate muito legal após a sessão, o que vem se firmando como uma tendência de nosso cineclube.
Sou suspeita para falar do filme, porque adoro samba e Cartola é um de meus compositores preferidos no gênero, porém, posso dizer que adorei. Isso não significa que eu não tenha críticas a fazer, é claro. Conversando depois com o pessoal, senti que faltaram muitas legendas. Eu me virei bem, porque conheço boa parte das personagens que aparecem no filme, mas quem estava ali para conhecer um pouco mais saiu confuso.
O filme é, na verdade, uma colagem de imagens – algumas, raríssimas – sem ter muito a preocupação de ser didático. Esse talvez seja o problema. É um filme para iniciados. As pessoas vão esperando um filme como “Vinicius” (também uma co-produção da Globo Filmes e sobre o qual eu já comentei aqui no blog) e encontram algo bem menos claro. Uma pena, eu diria. Ao invés de utilizar legendas para contextualizar determinadas situações, o filme recorre a imagens de época, de passeatas, por exemplo. E o público acaba perdido.
Outro problema é que várias personalidades acabam não sendo sequer citadas. Como Dalmo Castelo, co-autor de sucesso como “Disfarça e chora” e “Verde que te quero rosa”. Mas isso se explica pelo fato de o filme ter co-produção da Globo Filmes, o que significa que só puderam ser usadas imagens da Globo e de acervos particulares. Talvez não explique especificamente a ausência de Castelo, mas dá margem a uma série de possíveis lacunas. O curioso é que dizem que essa questão da liberação de imagens foi bastante confusa e quase fez com que o filme nem saísse. Encareceu bastante o orçamento, sem dúvida.
Mas, falemos do debate! O convidado da vez foi Clementino Jr., um dos diretores da ABD&C (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas), onde também rola aos sábados um cineclube maneiríssimo, aliás. Ele ainda levou a Eliane Gordeeff, que juntamente com seu marido e parceiro de animação Cláudio Roberto, além de enriquecer o debate ainda nos brindou com a exibição de seu curta-metragem "A Rosa" (no site dá para ver esse e outros filmes). Inspirado, segundo ela, na música "As rosas não falam" do mestre Cartola (principal assunto da noite), o filme tem apenas 2min e meio de duração.
De lá, como sempre, emendamos no bar... Bem que tentamos beber ali do lado mesmo, no Risco de Vida, mas já estava fechado. O escolhido da vez foi, então, o Universo da Cerveja, ali no "Baixo Tijuca". Foi bem divertido, apesar da maioria das pessoas, dessa vez, não beber uma gota de álcool! Além da Bohemia geladíssima a R$ 3, no balde de gelo, eu e Flávio ainda comemos uma deliciosa batata rostie recheada de carne seca com catupiry. Lá, conversa vai, conversa vem, passa um pipoqueiro e eu faço o Leo Pinheiro correr atrás do cara, para ver se ele topa aparecer na próxima sessão. Pegamos o telefone do sujeito. Vejamos!