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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

URGE RECOMEÇAR

Não sei como retomar o blog. Na verdade, não sei como retomar um monte de coisas, mas escrever aqui é algo que não faz sentido adiar mais. Minha vida virou de ponta-cabeça nesse fim/início de ano e, agora, preciso aprender a recomeçar. Não tem sido fácil, mas tampouco tem sido tão difícil quanto cheguei a imaginar que seria. :-)

Minha vida social anda mais movimentada que nunca e, realmente, sou muito grata aos amigos que têm se esforçado diariamente para me fazer seguir em frente. Para que vocês tenham uma ideia, já cantei num videokê de um bar gay (o Sal y Pimenta, na Lapa), fui ao Cachaça Cinema Clube, assisti a vários filmes bacanas no cinema ("Machete", "A rede social", "Biutiful") e no DVD, passei dias imersa na piscina, joguei Imagem & Ação, tomei cerveja por aí, saí para olhar a lua e jogar conversa fora. Isso tem sido muito, mas MUITO bacana MESMO. Além disso, tenho lido que nem louca, porque livros são excelentes companheiros.

Mais complicado tem sido organizar o lado prático da vida, a rotina. Ainda não consegui me acertar com as compras de casa, nem dei conta de arrumar uma penca de coisas, mas já dei cabo de algumas burocracias. Tenho sorte, porque gosto de viver sozinha (acho que ser filha única ajuda bastante nessas horas). Só preciso aprender os macetes, que, sem dúvida, existem. Compras de supermercado? Hortifruti? Estou quase lá. Cadelas? Gata? Ração? Veterinário? Ainda estou engatinhando, mas vislumbro progressos. Agora, repensar meus planos de vida é o pior. Acho, porém, que isso deve vir com tempo, né? Enfim...

Aos que não estiveram comigo nos últimos meses e não fazem ideia do que está se passando, comunico tristemente a morte de meu marido no último dia 13 de janeiro. Flávio (ou MacGyver, para os mais chegados) se foi após um martírio de quase três meses de internação. Embora este não tenha sido o desfecho que desejávamos, creio que tem me ajudado a aceitar melhor a perda de alguém tão jovem e que eu esperava que estivesse ao meu lado por muito mais tempo. Sendo assim, e se é que ainda há o que se trilhar depois desta vida, posso apenas desejar que meu companheiro tenha paz e muita luz em seu caminho.

Repito, portanto, a homenagem que a ele fiz no Facebook e no Orkut:




"Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você"

Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes



Compartilho aqui, nostálgica, uma das músicas que o Flávio escolheu para compor uma fita k7 (lembram disso?) que ele gravou pra mim quando a gente começou a namorar, 12 anos atrás. Acho belíssima.






E, ainda, deixo aqui esta música, que eu nem conhecia, mas que o Flávio usou para se descrever no Orkut durante anos. Como decidi pedir para excluírem o perfil, achei melhor incluí-la neste post-homenagem:







Para concluir:


"There's something just as inevitable as death. And that's life." (Charles Chaplin)