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sábado, 7 de maio de 2005

Uma esquina anacrônica

No Centro de Niterói, há um camelódromo que se esparrama por várias ruas. As grandes lojas, aquelas tradicionais, já não existem mais por ali. Fecharam as portas por causa da crise... Resta ao niteroiense, então, fazer suas compras nos camelôs ou nas poucas lojas que restaram. Caso não encontre o que procura, pode recorrer ao comércio da Moreira César, em Icaraí, ou atravessar a baía em direção ao Rio.

Foi na esquina da rua Visconde de Uruguai com a Coronel Gomes Machado que eu os vi. Não tive como não notá-los, pois o contraste era imenso. Em meio a toda aquela parafernália moderna e multicolorida que se vende nas barracas dos camelôs, estava um casal de velhos. De porte elegante, vestiam roupas de passeio surradas. Ele, um terno marrom que há muito perdera a validade e um chapéu. Ela, saia preta e blusa de babados rosa, bastante desbotada. Não deviam ter muitas opções no guarda-roupa.

Era meu horário de almoço e eu passei apressada. Além das roupas, notei que ele trazia um enorme guarda-chuva em uma das mãos. Ela estava com o cabelo penteado e bastante maquiada. Pareciam estar esperando alguém ali na esquina. Busquei ser discreta e não olhar muito, mas aquela visão anacrônica era impressionante. Fiz meia-volta e, quase correndo por entre as inúmeras barraquinhas de camelôs, tentei vê-los mais uma vez. Por quem esperavam? Por que estavam vestidos daquele jeito? Pensava em alguma estratégia para puxar assunto com eles... Porém, infelizmente, não os vi mais.

3 comentários:

Anônimo disse...

é MUITO chato quando uma oportunidade vai embora... :/
não estou bem, mas gosto MUITO MESMO de você x)

Andre_Ferreira disse...

Talvez fossem defacto fantasmas de outras épocas! O que é um camelô?

Encontro sempre palavras novas nos teus textos!

Beijinhos

Beatriz Fontes disse...

Herbie, querido primo-fusca, não devemos deixar passar as oportunidades. O chato é que, às vezes, a gente só percebe quando elas já passaram mesmo.

...

Ô misato-Tati, entre em contato porque não tenho seu e-mail...

...

André, fico feliz por você não desistir de ler o que escrevo por conta de nossas diferenças lingüísticas. Você aprende coisas novas comigo e vice-versa... Quer dizer, então, que os camelôs aí são tendeiros!? Vivendo e aprendendo!