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quinta-feira, 8 de março de 2012

As manias de Dona Gatinha

Minha gata é velha. Era da minha avó, que adorava gatos e que a deixou de herança para o Flávio, que foi adotado por ela quando minha avó morreu. Ela é de 98 ou 99, não tenho certeza, e apareceu aqui ainda filhote, arredia que só. Flávio morreu, e a Gatinha não teve outro remédio que não me adotar. Me faz companhia quando estou em casa, resmunga por tudo (e eu resmungo de volta, claro). É uma faminta com TOC, pois o pote de comida precisa estar sempre cheio. E a comida deve ser constantemente sacudida. Além disso, ela exige plateia para comer. Um porre, mas tenho visto que isso é normal. Gatos são assim e, assim como nós, suas manias não melhoram com o tempo. Pioram, e muito. 

Ontem, percebi que minha gata, além de velha, é burra. Porque, ao sentir-se acuada por dois cachorrões que passavam pela rua, ela - que estava no jardim, protegida pelas grades do portão - correu na direção deles. Quase virou patê de gato na minha frente. Ninguém me contou: eu vi. E, sinceramente, não poderia culpar os cachorros caso conseguissem o intento de mordê-la. Ainda que fosse brincadeira, como sugeriu a dona deles... Ok, sei que ela estava estressada com a presença do pintor velho e surdo que está trabalhando aqui em casa, mas não consigo compreender o instinto suicida dessa gata doida. Penso que talvez seja alzheimer. Gatos também têm isso?

Creio que, com o passar dos anos, ela vem esquecendo os princípios básicos de sobrevivência... Isso, aliás, explicaria as brigas que ela vem tendo na rua com os gatos da vizinhança. Os mesmos gatos que, se invadirem minha casa para roubar a comida dela, ela é incapaz de se mexer para impedir. Vá entender uma coisa dessas... Na rua, ela é uma fera e atualmente exibe no lombo dois ferimentos de batalha. Ah! E antes que me perguntem... Sim, ela é castrada. E, não, não costumava brigar pela rua... Ah, se minha avó visse isso... Ficaria preocupadíssima!

Hoje, novamente, ela me deu provas consistentes de sua crescente inaptidão. É o seguinte: o já mencionado pintor velho e surdo tirou um banco velho do lugar. Este banco ficava na frente da casa, debaixo da janela por onde Dona Gatinha costuma sair para passear na rua. Ela sai sem problemas, mesmo sem o banco; o problema é a volta. Lady Cat, esta frajolinha anciã que está aqui do meu lado encarando a estante (como de costume) não tem mais segurança para dar grandes saltos (apesar de se meter em brigas na rua, note-se mais uma vez). Então, como ontem ela resgungomiou pra cacete antes de pular para a janela, resolvi facilitar o acesso hoje. Antes, encorajei-a a simplesmente pular como ontem. Não rolou. Por isso, saí, peguei uma cadeira e botei embaixo da janela, exatamente onde costumava ficar o banco. Ela olhou, cheirou, resmungomiou infinitamente.... E nada.

Saí novamente, ela fugiu de mim. Voltei, busquei ração e saí feito uma idiota pela rua tentando convencê-la de que sou uma pessoa legal e não estava tentando matá-la. Levou tempo. Isso porque sou eu que a alimento todos os dias, escovo o pelo dela, enfim sou mucama desta gata maluca. Mas, bem, como eu já disse lá em cima, parece que isso é assim mesmo, né? Gatos... ;-) 



Tá olhando o quê? Vai encarar?

Vem Gatinha, pode entrar...



2 comentários:

juliana alves disse...

A pergunta que não quer calar: o que aconteceu com o banco? Por que o banco não pode voltar ao seu lugar de origem, devolvendo à gatinha seu legítimo direito de ir e vir com dignidade... rsrsrsrsrs

Bjs!

Beatriz Fontes disse...

Olha, você conhece o banco... Ele tá podre. Tava para sair de qualquer jeito, mas obviamente comprarei outro para botar no lugar. O problema é que o pintor velho, surdo e louco está justamente pintando a frente da casa. Então, não vou comprar esse banco novo tão cedo... A não ser que eu queira batizá-lo com tinta verde. rs