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quarta-feira, 18 de abril de 2007

CineSobrado estréia em grande estilo

Quarta-feira passada, dia 11 de abril, acordei ansiosa. Cheia de expectativas, ainda não tinha conseguido falar com nenhum pipoqueiro. Era minha estréia no CineSobrado, o Cineclube do Sobrado Cultural, em Vila Isabel. E eu achava que a presença de um pipoqueiro na porta seria essencial. Afinal, onde já se viu cinema sem pipoca?

O filme escolhido para esta primeira sessão foi “Rio de Jano”, um filme que fez um baita sucesso quando esteve em cartaz... Bem, tanto quanto é possível a um filme nacional fazer sucesso, claro. Ainda mais se considerarmos que se trata de um documentário sobre um personagem praticamente desconhecido em território brasileiro: o francês Jean le Guay, o Jano (pronuncia-se Janô) do título.

O filme, dirigido por Anna Azevedo, Renata Baldi e Eduardo Souza Lima, apresenta o Rio de Janeiro sob um ângulo inusitado, a partir do aguçado e raro senso de observação e percepção deste desenhista francês, especialista no tipo de arte que na Europa ficou conhecido como "Cadernos de Viagem". A equipe acompanhou-o durante os 50 dias que este passou no Rio, flagrando o momento exato em que nasceram os desenhos. Alguns retratando paisagens nada convencionais aos olhos do turista que vêm ao Rio, como Pedra de Guaratiba. A filmagem teve prosseguimento depois, quando a equipe foi até ateliê do artista, em Paris, para registrar a finalização de suas aquarelas.

O único senão do filme é, como sempre acontece no cinema nacional, a sonorização. No bate-papo que rolou depois com o simpaticíssimo Eduardo Souza Lima (que faz questão de ser chamado de Zé), ele explicou que o som foi captado diretamente da câmera, de maneira um tanto precária. Segundo ele, o filme foi rodado de maneira totalmente independente. Simplesmente porque deu na telha deles fazer o filme e pronto. Ele já havia conhecido o Jano ao cobrir uma mostra de HQ e sabia que ele viria ao Rio, para fazer um caderno de viagens sobre a cidade. Então, ele, Anna Azevedo (sua mulher) e a amiga Renata Baldi (a única do grupo que fala francês) elaboraram um roteiro e propuseram a ele o filme. Tudo às pressas.

O bate-papo se estendeu até o Otto, bar e restaurante famoso por seu palmito. Motivo, aliás, pelo qual foi escolhido. Afinal, há dias enaltecia o fabuloso prato para minha prima sergipana, Helen, hospedada lá em casa. Por conta da final Vasco x Botafogo, estava tudo meio vazio. Escolhemos o lado de fora para ficarmos mais à vontade. Lá dentro, porém, além do ar condicionado, a música era da melhor qualidade, como sempre. Pela TV, saboreamos a derrota do Vasco. Helen, vegetariana, adorou o palmito assado com molho de alcaparra... Tomamos sabem-se lá quantos chopes e só levantamos acampamento por volta das 3h da madruga, quase enxotados pelos garçons.


A galera paparicando o diretor em torno do palmito


Com exibições quinzenais, sempre às quartas-feiras, o CineSobrado foi criado com o objetivo de abrir espaço para o diálogo sobre filmes e produções, debatendo sobre a ausência dos cinemas de rua outrora comuns na Grande Tijuca. Pretende, com isso, criar um espaço de referência cinematográfica que possibilite aos moradores da região ter acesso a filmes que estão fora do circuito comercial, ou que só entram em cartaz longe de casa, proporcionando uma visão crítica e construtiva da sociedade. Além disso, está nos nossos planos a criação de uma curadoria que irá reunir obras de novos cineastas, produzidos de forma independente, com temas que geralmente estão fora das discussões dos grandes veículos de comunicação.

A sessões acontecem às 20h, no Sobrado Cultural. Anteriormente ocupado por uma oficina mecânica, o lugar foi transformado num espaço educativo de comunicação e cultura e também surgiu da necessidade de contribuir para a revitalização cultural da região da Grande Tijuca e de ampliar o acesso da população aos equipamentos culturais da cidade. O endereço é rua Gonzaga Bastos 312, Vila Isabel. Telefones para contato: 3238-0650/3185-5921. E-mail: imagemcidadania@unikey.com.br. Quem quiser participar da equipe organizadora do CineSobrado será muito bem-vindo, obviamente.


Ah! A pipoca... Acabei não conseguindo para o dia 11. Mas, se alguém conhecer um pipoqueiro disposto a ficar pelo menos uma horinha na porta do Sobrado nas quartas de cineclube, por favor, entre em contato. O próximo filme será... TCHAN! TCHAN! TCHAN! TCHAN!... “Cartola”. Isso mesmo, o filme que está atualmente em cartaz. Aos tijucanos que não quiserem ir muito longe de casa, ou àqueles que não querem pagar uma fortuna nos cinemas convencionais. Anotem aí: dia 25, no CineSobrado. É só trazer seu quilo de alimento para doar.

10 comentários:

Juliana Maria Carvalho disse...

No dia 25 estarei lá! Ah, e vou falar com o pipoqueiro nesse fim de semana, pode deixar! Bjs.

Clélia Riquino disse...

Afinal, onde já se viu cinema sem pipoca?

Adorei!

Você assistirá, então, "Cartola"... como disse!

Deixei um recadinho num post antigo, vale? De Buenos Aires. Resposta ao seu.

bjo,
Clélia

Beatriz Fontes disse...

Assistirei. Semana que vem, quarta, 25. Mal posso esperar. :-)

Professor Howdy disse...

Hello!
Very good posting.
Thank you - Have a good day!!!

Clélia Riquino disse...

Flagra
Roberto de Carvalho & Rita Lee


No escurinho do cinema
Chupando drops de aniz
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz

Se a Deborah Kerr que o Gregory Peck
Não vou bancar o santinho
Minha garota é Mae West
Eu sou o Sheik Valentino

Mas, de repente, o filme pifou
E a turma toda logo vaiou
Acenderam as luzes, cruzes!
Que flagra!
Que flagra!
Que flagra!

Nando Lira disse...

Queria ter ido no primeiro dia. Mas dia 25 sou presença garantida. Aliás, se não encontrarem um pipoqueiro acho que vou levar um microondas e um monte de pipocas instantâneas. :D

Desde que eu consiga ver o filme e fazer as pipocas ao mesmo tempo, é claro. (:þ

Clélia Riquino disse...

E aí, Bia, conte-nos como foi tudo no cinema... E "Cartola", gostou? Teve pipoqueiro na porta?

bjo,
Clélia

Diego Moreira disse...

Beatriz, peço licença pra chegar aqui no teu café.

A Tijuca já teve mais cinemas, como você bem colocou, mas também já teve mais pipoqueiros, como o velhinho pipoqueiro que ficava na porta do Ramatis, esquina de José Higino com Maracanã. Esse aí perdeu a barraca... acho que virou mendigo...

Mas bacana saber desse novo espaço. Sucesso aí!

Beatriz Fontes disse...

Clelia: Pois é, ainda não foi dessa vez que conseguimos o pipoqueiro, mas - conforme expliquei no post do "Cartola" - conseguimos o contato de um... Paramos o sujeito na rua e perguntamos se ele topava. Vejamos na próxima quarta...

Diego: Concordo com você, já houve mais pipoqueiros mesmo. Minha amiga é vizinha de um, mas até agora não conseguiu falar com o sujeito. Nossas esperanças estão com esse que paramos na rua e que disse que vai. Quando estiver mais em cima a gente liga para lembrar, é claro!

E, poxa, veja se aparece por lá... O próximo filme será "Um passaporte húngaro", nesta quarta, dia 09 de maio, às 20h. O seguinte, quinze dias depois (dia 23), será "Dois perdidos numa noite suja". R$ 2!!!

Diego Moreira disse...

Duas pratas???? Boooommm!! Muito bom. Mas nessa quarta tem mengão. É jogo de vida ou morte no maraca. Não dá pra perder...
Mas a do dia 23 é uma boa.
Valeuzão!