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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Perdão, sumi de novo

Ando meio sem vontade de escrever no blog. Não é falta de assunto, porque estes estão por aí, em toda parte. Basta um pouquinho de disposição e pronto: escreve-se. Às vezes, um tema sem muita importância pode virar um texto bacana. É possível, sim, tirar leite de pedra. Mas não é por isso que não tenho escrito aqui...

O problema maior é que os assuntos sobre os quais tenho pensado ultimamente não são muito publicáveis, são coisas que não pretendo divulgar, debater abertamente: são pessoais. Bem, meu blog é estritamente pessoal, já que só falo sobre o que me interessa e ponto final. Entretanto, justamente por isso, faço uma pré-seleção do que desejo ou não tornar público e notório. Por conta disso, aliás, já deixei de comentar um monte de coisas. Inclusive, porque, há coisas que só fazem sentido se escritas no timing certinho. Se passou aquele momento exato, já era. Melhor calar.

Bem, tudo isso é apenas para dizer que ainda estou por aqui, sim. O blog está ativo, embora eu não esteja tanto assim... Estou ligeiramente fechada para balanço, repensando escolhas e caminhos. Sinto que estou vivendo um momento crucial, daqueles em que é preciso tomar uma posição. E eu não quero me deixar apenas "levar pela maré". Quero decidir. E, com isso, me lembro do verso de Fernando Pessoa: "Navegar é preciso, viver não é preciso".

Todos os dias me deparo com esta Nau Capitânia,
atualmente em exposição no Espaço Cultural da Marinha (RJ)
Aos interessados: de terça a domingo, das 12h às 17h - É de graça!

Para quem não conhece, segue o poema:

Navegar é Preciso
(Fernando Pessoa)

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".

Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não
É necessário; o que é necessário é criar.

Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande, ainda que para isso
tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.

Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho
Na essência anímica do meu sangue o propósito
Impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
Para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

Aproveitando a deixa, segue a letra da música Os Argonautas, de Caetano Veloso, que dialoga com o poema acima:

Os Argonautas
(Caetano Veloso)

O Barco!
Meu coração não aguenta
Tanta tormenta, alegria
Meu coração não contenta
O dia, o marco, meu coração
O porto, não!...

Navegar é preciso
Viver não é preciso...(2x)

O Barco!
Noite no teu, tão bonito
Sorriso solto perdido
Horizonte, madrugada
O riso, o arco da madrugada
O porto, nada!...

Navegar é preciso
Viver não é preciso (2x)

O Barco!
O automóvel brilhante
O trilho solto, o barulho
Do meu dente em tua veia
O sangue, o charco, barulho lento
O porto, silêncio!...

Navegar é preciso
Viver não é preciso...(6x)

E, para concluir... Não podia ficar de fora:

Timoneiro
(Paulinho da Viola)


Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar

E quanto mais remo mais rezo
Pra nunca mais se acabar
Essa viagem que faz
O mar em torno do mar
Meu velho um dia falou
Com seu jeito de avisar:
- Olha, o mar não tem cabelos
Que a gente possa agarrar

Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar

Timoneiro nunca fui
Que eu não sou de velejar
O leme da minha vida
Deus é quem faz governar
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega é o mar

Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar

A rede do meu destino
Parece a de um pescador
Quando retorna vazia
Vem carregada de dor
Vivo num redemoinho
Deus bem sabe o que ele faz
A onda que me carrega
Ela mesma é quem me traz

Um comentário:

Eduardo Lara Resende disse...

Olá!
Passei por aqui, gostei do blog.
Visite, se puder, http://pretextoselr.blogspot.com/

Abraço